Política
Modernidade,
agilidade, transparência
O prefeito
eleito de Santos, João Paulo Tavares Papa (PMDB), exercerá
o primeiro ano
de seu Governo em 2005 focado na reestruturação da máquina
administrativa, tendo como prioridades suprir as necessidades urgentes
da Saúde e fomentar as atividades ligadas ao Turismo, Cultura e
Porto, para atrair investimentos e gerar empregos. Para falar de seus projetos,
estratégia de ação e anunciar a marca de seu Governo,
Papa concedeu entrevista ao jornalista Luiz Carlos Ferraz, oportunidade
em que cumprimentou os leitores do Perspectiva com votos de Feliz
Natal: "Desejo que em 2005 possamos juntos consolidar o projeto de País
que todos sonhamos: um País mais justo para todas as pessoas".
Jornal Perspectiva
- O que o sr. está programando para o primeiro ano de Governo?
João
Paulo Tavares Papa - Os primeiros meses serão de ajustes
para adequação da máquina administrativa da Prefeitura
à realidade atual. Santos passou por muitas transformações
nesses últimos anos e está recuperando a sua capacidade de
desenvolvimento, com a volta dos investimentos. As nossas potencialidades,
especialmente em matéria de Turismo e Porto, começam a ficar
mais claras e mais sólidas, exigindo uma adequação.
Perspectiva
- O que será feito?
Papa
- Ajustes na máquina de uma maneira geral, no plano de investimentos
e no próprio orçamento municipal, em decorrência das
alterações na estrutura administrativa. Por exemplo: estamos
criando novas Secretarias, de Assuntos Portuários, de Assuntos Metropolitanos,
de Segurança Pública. Mandaremos as propostas à Câmara
e esperamos que sejam aprovadas em janeiro, para implementação
a partir de fevereiro. Com isso, mudará o perfil da Prefeitura,
exigindo energia dos secretários, do prefeito e da classe política.
Perspectiva
- Qual a estratégia?
Papa
- No primeiro ano, a nossa prioridade será atuar de forma mais eficiente
na área de Saúde, com a discussão de um novo modelo
de gestão. A Saúde de Santos tem uma boa estrutura, mas absorve
uma crescente demanda metropolitana, que exige uma reformulação
imediata, tanto da parte da Prefeitura, quanto da Coordenadoria Regional
de Saúde, da Secretaria de Estado. Vamos inovar muito na área
da Secretaria de Turismo. Santos foi beneficiada com um trabalho do prefeito
Beto Mansur, de recuperação da infra-estrutura, que reaqueceu
o Turismo. Mas a cidade tem um potencial que ainda não consegue
explorar totalmente e é preciso vendê-la para fora do Estado
e do País.
Perspectiva
- Como está o orçamento para fazer essas adequações?
Papa
- O orçamento de mais de 600 milhões de reais é bastante
consistente, apesar das muitas vinculações, na Saúde,
Educação, Ação Comunitária, recursos
humanos. Na verdade, há uma margem muito pequena que pode ser direcionada
pelo prefeito, em função da atual legislação.
Teremos que inovar e buscar parcerias com a iniciativa privada, para que
ela possa investir na cidade, desenvolver os projetos que são necessários
para o desenvolvimento econômico, gerar empregos e melhorar o social.
Perspectiva
- Há perspectivas de novas parcerias?
Papa
- A nossa parceria clássica, que foi estimulada e consolidada nos
últimos anos, é com o Governo do Estado, através do
Dade. Fizemos várias obras e intervenções urbanas
com esses recursos, que continuarão sendo feitas. Em matéria
de novas fontes de recursos, vamos utilizar com mais freqüência
os incentivos fiscais previstos na Lei Rouanet, de fomento à Cultura.
Um exemplo é a reconstrução do Teatro Guarany, cujos
parceiros da iniciativa privada já estão sendo procurados.
Há também os casarões abandonados do Valongo. Temos
ainda uma parceria encaminhada com a Rede Ferroviária Federal, na
qual a Prefeitura está adquirindo a Estação do Valongo
e 43 mil m² de área no entorno. E uma parceria com a União,
com a interveniência da Codesp, para anexar os armazéns I,
II, III e IV do Valongo ao Centro Histórico. Buscando uma união
de esforços entre as três esferas de governo e a iniciativa
privada, Santos conseguirá fôlego para os próximos
passos em matéria de desenvolvimento na área turística.
Perspectiva
- Quais os planos para o setor da construção civil?
Papa
- O mercado da construção civil foi reaquecido a partir de
1998, quanto conseguimos aprovar o novo Plano Diretor e uma nova lei de
uso e ocupação do solo, um trabalho feito pela Secretaria
do Meio-Ambiente, à época em que fui titular dessa Pasta.
Posso dizer que essa é uma das políticas que, iniciada no
governo Beto Mansur, será mantida, por meio de atualizações
freqüentes, tanto da legislação de uso do solo, quanto
da legislação de edificações, para que o mercado
não sofra desaceleração. Com leis modernas e dinâmicas,
a construção civil vai continuar acreditando e investindo.
Hoje Santos é excelente para se morar, com a melhor qualidade de
vida do País, com os melhores índices de segurança,
com qualidade ambiental. Acredito que os próximos anos serão
anos muito positivos para a construção civil em Santos.
Perspectiva
- Qual o relacionamento com as entidades do setor, como a Regional Sul
do SindusCon e a Assecob?
Papa
- Na campanha, estive diversas vezes conversando com dirigentes do SindusCon
e da Assecob, ouvindo as colocações dos empresários
da construção civil. Na verdade, essas entidades têm
contribuído muito com o processo de elaboração
e modernização da legislação urbana santista.
Vejo-as muito mais como parceiros, que estão agregando qualidade
ao planejamento da cidade, que entidades que estão reivindicando.
Há, contudo, interesse especial do setor com a revitalização
e renovação urbana da área de proteção
cultural número 2, na região do Mercado Municipal, Vila Nova
e Paquetá, hoje deteriorada em termos urbanísticos, embora
possua uma excelente infra-estrutura.
Vamos discutir com a Assecob e o
SindusCon uma grande operação urbana que possa transformar
aquela região num novo espaço de recuperação
e de investimentos da construção civil. Podemos criar ali
um novo bairro, dotado de toda infra-estrutura, que poderá ser direcionado
para habitação, comércio e serviços. Este será
um grande tema que vamos debater em 2005 com o setor da construção
civil, além da elaboração dos instrumentos do Estatuto
da Cidade.
Perspectiva
- Qual será a marca da sua administração?
Papa
- Nossa marca será da modernidade, da agilidade no atendimento às
demandas que o cidadão tem com a Prefeitura, da transparência
e da busca da consolidação de parcerias consistentes com
o setor privado. Está mais do que claro que o poder de investimento
do Poder Público está esgotado. Por isso, quando se pensa
em projetos de desenvolvimento é preciso trabalhar de mãos
dadas com o setor privado.
Mas, para que o setor privado dê
as mãos para o governo é preciso que ele confie; tenha confiança
num planejamento, que não seja alterado ao sabor dos ventos políticos.
A nossa meta é criar um plano estratégico para Santos, elaborado
de forma compartilhada com a sociedade civil, porque assim terá
mais qualidade, mais consistência e também durabilidade, e
gerenciá-lo com absoluta transparência. Dessa forma, o empresário
se sentirá mais estimulado a investir. E com investimento são
gerados empregos, qualidade de vida e um padrão social mais elevado.
Papa: "Com
leis modernas e dinâmicas, a construção civil vai continuar
acreditando e investindo" Foto: Luiz
Carlos Ferraz
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