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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/31/03 15:04:31
Edição 120 - MAI/2003 

Editorial 

Quem se candidata?

Luiz Carlos Ferraz

Partem de um raciocínio equivocado certas lideranças políticas, de resto setores da Magistratura e do Ministério Público, que defendem a redução de cadeiras no Legislativo municipal por conta de uma interpretação literal da norma constitucional, aliada a uma considerável, e mesmo incontestável, economia nos cofres públicos. Tendo como base esses parâmetros, perde-se o foco principal da discussão, que é a representatividade necessária e o exercício saudável de cidadania numa democracia participativa.

Nove, 13 ou 55 não são números suficientes para representar os anseios de uma cidade com 300 mil, 500 mil e muito menos 5 milhões de habitantes. Para tal, com certeza, seria necessária muito mais gente, para que a Casa de Leis pudesse repercutir os vários segmentos do tecido social. Mas aí, e vai-se caminhar pelo raciocínio equivocado, seria ainda maior a despesa, não só com os vereadores, mas com a legião de assessores que seriam nomeados, com salários equivalentes, não importa que recebam a metade... 

Esta é a diferença. Numa Câmara ampla há de se abolir o salário do vereador e de assessores, tal qual a meritória iniciativa do edil santista Jama, posto que o cargo é, por si só, um privilégio. Mas quem terá peito de se candidatar?