Editorial
Quem se candidata?
Luiz Carlos Ferraz
Partem
de um raciocínio equivocado certas lideranças políticas,
de resto setores da Magistratura e do Ministério Público,
que defendem a redução de cadeiras no Legislativo municipal
por conta de uma interpretação literal da norma constitucional,
aliada a uma considerável, e mesmo incontestável, economia
nos cofres públicos. Tendo como base esses parâmetros, perde-se
o foco principal da discussão, que é a representatividade
necessária e o exercício saudável de cidadania numa
democracia participativa.
Nove, 13 ou 55 não são
números suficientes para representar os anseios de uma cidade com
300 mil, 500 mil e muito menos 5 milhões de habitantes. Para tal,
com certeza, seria necessária muito mais gente, para que a Casa
de Leis pudesse repercutir os vários segmentos do tecido social.
Mas aí, e vai-se caminhar pelo raciocínio equivocado, seria
ainda maior a despesa, não só com os vereadores, mas com
a legião de assessores que seriam nomeados, com salários
equivalentes, não importa que recebam a metade...
Esta é a diferença.
Numa Câmara ampla há de se abolir o salário do vereador
e de assessores, tal qual a meritória iniciativa do edil santista
Jama, posto que o cargo é, por si só, um privilégio.
Mas quem terá peito de se candidatar? |