Opinião
2003: razões para otimismo
Romeu Chap Chap (*)
Há
uma expectativa muito especial em relação a 2003. As últimas
eleições reacenderam a chama do otimismo, essa energia vital
que nos faz persistir. Os brasileiros depositaram nas urnas a vontade de
ver o País progredir mais, apropriando-se de todos os avanços
até então obtidos – especialmente a democracia e o controle
da inflação, mas combatendo com maior eficácia a falta
de emprego e outras carências inaceitáveis, como fome e falta
de teto.
Particularmente para a indústria
imobiliária, ávida por exercer sua função social
de produzir abrigos e gerar postos de trabalho, as perspectivas para o
próximo ano são bastante positivas.
No que diz respeito ao Estado de
São Paulo, o governador Geraldo Alckmin está empenhado em
desenvolver e implementar uma política habitacional efetiva. Além
de vários programas em estudo – para os quais, conforme anunciou,
contará com a participação da iniciativa privada -,
promete reintroduzir a Nossa Caixa nas operações de financiamento
à produção e à aquisição de moradias.
O fato é muito relevante, pois a instituição detém
considerável volume de recursos captados em caderneta de poupança.
Em âmbito federal, os cenários
são igualmente promissores. O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva tem no combate ao déficit habitacional uma "questão
de honra". Para tanto, deverá colocar em prática seu Projeto
Moradia – elaborado pelo Instituto Cidadania bem antes das eleições.
Tal projeto – que tem o Ministério
das Cidades como responsável por sua execução - traz
várias diretrizes interessantes para uma nova política habitacional,
privilegiando a oferta de teto para as famílias de baixa renda.
É evidente que nada ocorrerá
por passe de mágica. Oferecer moradia digna aos brasileiros depende
de políticas claras e fontes de recursos abundantes e muito bem
definidas. Depende ainda de um ambiente econômico mais estabilizado
e, principalmente, de taxas de juros suportáveis pelas atividades
produtivas e pela sociedade.
O governo Lula terá pela frente
o desafio de reduzir os juros para ampliar a atividade econômica
e, ao mesmo tempo, manter a inflação sob controle, de forma
a dissipar o fantasma da indexação, que voltou a preocupar
o cenário nacional.
Essa providência, nada simples,
é indispensável para que se possam desenvolver todos os projetos
e programas já idealizados.
Lembre-se que, se o desafio é
grande, o apoio da população brasileira é ainda maior.
Estamos otimistas. Vamos superar o período de ajuste inicial e,
rapidamente, passar à fase das realizações. Confiamos
que 2003 reservará importantes conquistas para um país desde
há muito carente de vontade política na área da habitação.
(*) Romeu Chap
Chap é presidente
do Secovi-SP e da Romeu Chap Chap Desenvolvimento e Consultoria Imobiliária
S/C Ltda. |