Engenharia
José Geraldo assume o núcleo
do Ibape-SP
Lei 441/01 fala em estabilidade
e segurança, mas não descreve os itens que devem ser vistoriados
O engenheiro
José Geraldo Neves Júnior tomou posse em 6/2002 como coordenador-geral
do núcleo regional do Instituto Brasileiro de Avaliações
e Perícias de Engenharia (Ibape-SP), que abrangerá de Peruíbe
a Bertioga. A cerimônia foi realizada na sede da Associação
de Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS), e formaliza a representação
da entidade no Litoral.
“O Ibape trabalhará para que
os laudos sejam embasados dentro das normas técnicas, além
de auxiliar os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário a cumprirem
as normas técnicas, e colaborar na implantação dos
ditames do Estatuto da Cidade”, destacou José Geraldo em seu discurso.
Após a solenidade, em entrevista,
ele comentou a Lei Complementar Municipal nº 441/01,
que instituiu a autovistoria nas edificações não-unifamiliares
de Santos. Segundo declarou, apesar de três meses em vigor a norma
ainda causa dúvidas entre os engenheiros da região. “A Lei
441/01 fala em estabilidade e segurança, não especificando
somente a estrutura como vem se falando, e também não descreve
os itens que devem ser vistoriados” .
O coordenador-geral do Ibape disse
que a lei municipal determina que todos os itens que colocam em risco a
estabilidade da edificação devem passar por vistoria: “Além
da parte estrutural, estão envolvidos impermeabilização,
revestimento, sistemas de gás e incêndio, pára-raios
e instalações elétricas e hidráulicas”. Para
auxiliar os profissionais na elaboração dos laudos, o Ibape-SP,
em conjunto com a AEAS, realizou um estudo e colocou à disposição
do público em junho uma cartilha trazendo todas as informações
a serem exigidas nos relatórios. “A Prefeitura está se baseando
nesta cartilha, mas nem todos os peritos estão a par do manual”,
enfatizou o perito.
Outro problema enfrentado pelos prédios
é que nem sempre os laudos são emitidos por
engenheiros com formação em perícia, o que acaba resultando
em laudos inexatos ou incompletos.
“Os prédios que solicitam
vistorias em nível 1 devem se certificar de que os profissionais
estão realmente habilitados”, avisou José Geraldo, ressaltando
que caso sejam detectadas anomalias, o próprio perito recomendará
a passagem dos trabalhos para o nível 2, requisitando, se for o
caso, um engenheiro elétrico para elaborar o laudo no nível
2 nesta especialidade.
Na tentativa de amenizar a situação,
o núcleo do Ibape está programando um curso de Inspeção
Predial a ser realizado nos dias 26 e 27/7 e 2 e 3/8/2002, na sede da AEAS.
Com carga horária de 16 horas, o curso se destina a todos os engenheiros
e arquitetos, sendo que aqueles filiados às associações
de engenheiros da região terão um desconto especial, podendo
o mesmo ser cursado por administradores de condomínios.
O engenheiro Octávio Galvão
Neto, vice-presidente do Ibape Nacional, veio a Santos especialmente para
a posse de Neves Júnior. Segundo frisou, o núcleo do Instituto
no Litoral permitirá que os profissionais passem por aprimoramentos
permanentes.
“Além
disso, os profissionais receberão instruções de modo
a respeitar as peculiaridades da região”, afirmou na cerimônia
de posse. Também presente na ocasião, o engenheiro Nélson
Nady Nór Filho, presidente do Ibape de São Paulo, ressaltou
a importância da descentralização do Instituto, lembrando
que este é o segundo núcleo regional do Estado de São
Paulo, depois do implantado em Ribeirão Preto. “Desta forma, fica
mais fácil direcionar os profissionais para trabalharem as dificuldades
de sua região”, opinou Nór Filho.
Focando as questões regionais,
José Geraldo revelou que, futuramente, o núcleo regional
do Ibape criará uma comissão de estudos de viabilidade econômica
dos prédios tortos de Santos, além de parcerias e convênios
com órgãos municipais em benefício da comunidade. |