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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 03/09/02 13:15:27
Edição 105 - FEV/2002 

Opinião

Educação: desafio levado a sério

Beto Mansur (*)

O ano letivo de 2002 será um marco na rede municipal de ensino de Santos. Nele, vamos resgatar valores, como notas de 0 a 10, e substituir a Progressão Continuada pela Progressão Avaliada, entre outras medidas que espelharão com maior rigor o aproveitamento dos estudantes e, ao mesmo tempo, representarão um estímulo para alunos e educadores, tendo como meta a melhor qualidade do sistema educacional público.

Um dos desafios enfrentados por esta Administração foi gerenciar o ensino municipal, subordinado ao regime de Progressão Continuada a partir de 1998, medida opcional oferecida pelo artigo 32 da Lei federal 9394/96, de Diretrizes e Bases para a Educação nacional. 

A cada ano, os resultados mostravam-se desalentadores. Notávamos que havia uma insatisfação generalizada, tanto entre membros da equipe técnica das escolas da rede municipal, quanto entre professores e pais de alunos, diante do modelo de avaliação de cada estudante e sua promoção automática para a série seguinte, ocorrência nem sempre compatível com o grau de aproveitamento demonstrado pelo escolar. Chegamos a presenciar lamentáveis episódios, em que o aluno chegava ao final do 1º Grau apresentando problemas básicos, como não ler fluentemente ou não realizar as quatro operações matemáticas com facilidade.

Solicitamos, então, a avaliação especializada da Secretaria de Educação, em busca de novos caminhos que pudessem proporcionar respostas mais satisfatórias, nesta que é uma das áreas prioritárias de governo.

Pelo novo sistema, de Progressão Avaliada, os 32 mil alunos matriculados no Ensino Fundamental, 7 mil na Educação Infantil e 4 mil jovens e adultos na Suplência precisarão obter nota mínima 6 e freqüentar ao menos 75% das aulas para passar de ano; do contrário, ficarão retidos. 

No Ensino Fundamental, o ano letivo será dividido em quatro bimestres e, em cada um, haverá a realização de um provão, que tanto avaliará o rendimento dos estudantes quanto o desempenho do professor. O aluno que não alcançar a nota mínima passará por um período de recuperação e terá oito oportunidades - quatro provas bimestrais e quatro trimestrais, de recuperação - para atingir a meta. 

Também fizemos o resgate do Conselho de Classe, que terá a seu cargo a avaliação dos estudantes que passaram pela recuperação, assim como dos papéis do coordenador pedagógico, que atuará junto ao professor da classe, e do orientador educacional, que trabalhará com o aluno e sua família.

Na Educação Infantil, os monitores das creches, que atendem crianças de 0 a 3 anos e 11 meses, ganharão maior capacitação: a Prefeitura investirá maciçamente nesses profissionais, que em geral possuem somente o 2º Grau, oferecendo-lhes bolsas de estudo para a Faculdade de Pedagogia. Também os alunos da Pré-Escola (4 a 6 anos) ganharão novos estímulos, para que deixem o ciclo semi-alfabetizados e familiarizados com o raciocínio lógico matemático.

Uma Administração consciente está sempre reavaliando suas ações, sem medo de reconhecer a necessidade de aperfeiçoamento e ajuste de rumo, quando necessário. No caso da Educação, era hora de mudar, para torná-la melhor. Temos certeza que, em um futuro bem próximo, a rede municipal de ensino tornará mais sábios e felizes seus alunos e educadores, para satisfação de todos.

(*) Beto Mansur é prefeito de Santos desde 1997.