Opinião
Educação: desafio levado
a sério
Beto Mansur (*)
O ano
letivo de 2002 será um marco na rede municipal de ensino de Santos.
Nele, vamos resgatar valores, como notas de 0 a 10, e substituir a Progressão
Continuada pela Progressão Avaliada, entre outras medidas que espelharão
com maior rigor o aproveitamento dos estudantes e, ao mesmo tempo, representarão
um estímulo para alunos e educadores, tendo como meta a melhor qualidade
do sistema educacional público.
Um dos desafios enfrentados por esta
Administração foi gerenciar o ensino municipal, subordinado
ao regime de Progressão Continuada a partir de 1998, medida opcional
oferecida pelo artigo 32 da Lei federal 9394/96, de Diretrizes e Bases
para a Educação nacional.
A cada ano, os resultados mostravam-se
desalentadores. Notávamos que havia uma insatisfação
generalizada, tanto entre membros da equipe técnica das escolas
da rede municipal, quanto entre professores e pais de alunos, diante do
modelo de avaliação de cada estudante e sua promoção
automática para a série seguinte, ocorrência nem sempre
compatível com o grau de aproveitamento demonstrado pelo escolar.
Chegamos a presenciar lamentáveis episódios, em que o aluno
chegava ao final do 1º Grau apresentando problemas básicos,
como não ler fluentemente ou não realizar as quatro operações
matemáticas com facilidade.
Solicitamos, então, a avaliação
especializada da Secretaria de Educação, em busca de novos
caminhos que pudessem proporcionar respostas mais satisfatórias,
nesta que é uma das áreas prioritárias de governo.
Pelo novo sistema, de Progressão
Avaliada, os 32 mil alunos matriculados no Ensino Fundamental, 7 mil na
Educação Infantil e 4 mil jovens e adultos na Suplência
precisarão obter nota mínima 6 e freqüentar ao menos
75% das aulas para passar de ano; do contrário, ficarão retidos.
No Ensino Fundamental, o ano letivo
será dividido em quatro bimestres e, em cada um, haverá a
realização de um provão, que tanto avaliará
o rendimento dos estudantes quanto o desempenho do professor. O aluno que
não alcançar a nota mínima passará por um período
de recuperação e terá oito oportunidades - quatro
provas bimestrais e quatro trimestrais, de recuperação -
para atingir a meta.
Também fizemos o resgate do
Conselho de Classe, que terá a seu cargo a avaliação
dos estudantes que passaram pela recuperação, assim como
dos papéis do coordenador pedagógico, que atuará junto
ao professor da classe, e do orientador educacional, que trabalhará
com o aluno e sua família.
Na Educação Infantil,
os monitores das creches, que atendem crianças de 0 a 3 anos e 11
meses, ganharão maior capacitação: a Prefeitura investirá
maciçamente nesses profissionais, que em geral possuem somente o
2º Grau, oferecendo-lhes bolsas de estudo para a Faculdade de Pedagogia.
Também os alunos da Pré-Escola (4 a 6 anos) ganharão
novos estímulos, para que deixem o ciclo semi-alfabetizados e familiarizados
com o raciocínio lógico matemático.
Uma Administração consciente
está sempre reavaliando suas ações, sem medo de reconhecer
a necessidade de aperfeiçoamento e ajuste de rumo, quando necessário.
No caso da Educação, era hora de mudar, para torná-la
melhor. Temos certeza que, em um futuro bem próximo, a rede municipal
de ensino tornará mais sábios e felizes seus alunos e educadores,
para satisfação de todos.
(*) Beto Mansur
é prefeito de Santos desde 1997. |