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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/23/01 10:53:37
Edição 103 - DEZ/2001 

Construção

A vantagem das lajes planas protendidas

A tecnologia de protensão existe há mais de 50 anos, mas só agora, com o desenvolvimento de novos sistemas, o processo está efetivamente facilitado. Anteriormente, era empregado o sistema aderente, que utilizava bainhas e cordoalhas, possuía pouca versatilidade de projeto e dificultava o processo executivo, encarecendo-o. As cordoalhas ficavam envolvidas por bainhas metálicas (espécie de conduíte metálico), nas quais, após a execução da protensão dos cabos, havia a injeção de calda de cimento no interior das mesmas. 

Passos mostra a laje em montagem com cordoalhas posicionadas, aguardando colocação dos negativos
O novo sistema, contudo, utiliza cordoalhas engraxadas da Belgo Mineira (normalizadas pela ABNT NBR 7483), o que agiliza todo o processo. Durante a fabricação, as cordoalhas de aço são revestidas com uma camada de graxa protetora contra corrosão e em seguida com bainha de PEAD (polietileno de alta densidade). 

Dessa forma, após a concretagem e quando o concreto atinge a resistência especificada em projeto, acontece a protensão dos cabos, que consiste no esticamento dos mesmos utilizando um macaco hidráulico. Imediatamente após esta operação há a fixação definitiva dos cabos às ancoragens ativas na laje – processo de encunhamento – e o posterior fechamento dos nichos de protensão utilizando argamassa composta de graute.

No detalhe, a variação de altura dos cabos ao longo da forma
Em Santos, a Construtora Xavel está sendo pioneira na utilização desse sistema na execução do Edifício Residencial Morada de Faro, com 17 pavimentos, que está sendo construído na Rua Ceará, 40, Bairro Pompéia. 

Segundo o diretor técnico da empresa, arquiteto Carlos Eduardo Azevedo Passos, antes da decisão pela utilização do sistema houve muita pesquisa. “Estamos investigando o sistema há mais de quatro anos freqüentando palestras e seminários, conversando com profissionais da área e visitando obras em execução”, conta.

No detalhe, a variação de altura dos cabos ao longo da forma
Só após a pesquisa e a seleção dos fornecedores de projeto, materiais e serviços no mercado, houve a decisão por sua utilização no empreendimento Morada de Faro. Para Carlos Eduardo, o sistema simplifica a execução da estrutura do edifício no momento em que é constituída somente de pilares e lajes facilitando todo o processo de montagem da forma o que reduz a quantidade de horas/homem necessárias para a produção da estrutura. 

“Além disso, o sistema possui outras vantagens, como a extinção das deformações de laje viabilizando a execução de lajes acabadas, inexistência de vigas eliminando o risco de estufamento da forma no momento da concretagem, que exigiria sobre-espessuras de revestimento, liberdade no lay-out do interior das unidades, entre outras”, explica.
Detalhe mostra as ancoragens ativas
Carlos Eduardo explica que um dos fatores que traziam preocupação era a inexistência de mão-de-obra treinada na região para execução da montagem das cordoalhas, preocupação que foi eliminada na execução da 1ª laje do edifício. 

Após treinamento, a Empreiteira Lunix, dirigida por Luiz Neto da Silva, através dos seus encarregados de forma, Osmário, e de armação, Gérson, adaptou-se perfeitamente ao sistema, merecendo elogios da Engreprot, com sede em Curitiba, no Paraná, responsável pela assessoria técnica do processo. Isto ficou claro no momento das inspeções realizadas pelo coordenador da obra, Celso Joaquim, e pelo engenheiro responsável pelo projeto estrutural, Carlos Leal, que constataram a perfeita execução do serviço.

Ao centro, a passagem dos cabos por um pilar
O diretor técnico da Xavel comenta que apesar da redução dos custos com forma, escoramento, mão-de-obra e aço CA-50 o custo direto da estrutura pode até superar um pouco o do sistema convencional – isto varia em função do projeto arquitetônico e estrutural –, porém o custo global da obra se reduz em conseqüência das vantagens indiretas que o sistema proporciona.

Embora o sistema não-aderente esteja presente no Brasil somente desde o ano de 1997 (no mundo já é utilizado há mais de 30 anos) já é grande o número de construtores com obras residenciais e comerciais executadas em concreto protendido. “A tendência é o aumento da utilização deste sistema, na medida em que os resultados vão aparecendo e se consolidando”, afirma Carlos Eduardo.
 

FICHA TÉCNICA:
Obra: 
Residencial Morada de Faro

Incorporação e Construção:
Xavel Empreendimentos Imobiliários Ltda.

Projeto Arquitetônico:
Arquiteto Carlos Eduardo Azevedo Passos

Projeto Estrutural: Carlos Leal Engenheiros Consultores 

Forma pronta:
Dûo Fôrmas 

Escoramentos:
Gethal

Aço CA-50 e cordoalhas:
Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira 

Assessoria Técnica de Protensão: Engeprot Engenharia e Protensão

Empreiteira de forma e armação: Lunix

Forma com escoramento e cimbramento metálicos Gethal