Construção
Secovi-SP defende a integridade do
FGTS
Hoje, o fundo é a única
fonte de recursos para a produção de moradias às camadas
de menor poder aquisitivo da população
O Secovi-SP
defende que o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) precisa
ter sua integridade totalmente preservada, e não pode sofrer qualquer
tipo de esvaziamento ou desvios de finalidades. Afinal, além de
ser patrimônio do trabalhador, serve para financiar habitação
e saneamento básico.
“O Fundo exerce fundamental papel
econômico e social. É a partir dele que temos um importante
trinômio: o recurso do trabalhador financia moradia para trabalhador
e gera novos postos de trabalho. Esse trinômio deve ser preservado,
pois representa o verdadeiro patrimônio de todos os cidadãos
brasileiros”, opina Romeu Chap Chap, presidente do Sindicato.
De acordo com o dirigente, o FGTS
é a única fonte de recursos para a produção
de moradias às camadas de menor poder aquisitivo da população
– imóveis predominantemente para famílias com renda mensal
de até 12 salários mínimos. Conforme levantamentos
do Secovi-SP, em 1999, os recursos dos trabalhadores responderam por aproximadamente
66% da produção habitacional financiada no País –
situação esta que se repete em 2000.
“Se houver qualquer problema de continuidade
nos programas do FGTS, não haverá outro funding para financiar
esse segmento social. Felizmente, o presidente Fernando Henrique Cardoso
anunciou que não admitirá a paralisação desses
programas.”, afirma Chap Chap.
Especulações
- O empresário, contudo, está preocupado com diversas especulações
que estão surgindo em torno da matéria. “Há comentários
diversos, incluindo possível aumento dos juros das operações
com recursos do Fundo”, comenta Chap Chap.
Para ele, tais especulações
estão totalmente divorciadas da realidade e merecem ser frontalmente
combatidas. No caso do aumento dos juros, por exemplo, a medida seria ineficaz.
“Uma vez que o FGTS aplica na produção habitacional cerca
de R$ 1,5 bilhão/ano, um acréscimo de 1% nos juros – extremamente
oneroso para os mutuários -, irá gerar retorno adicional
de apenas R$ 15 milhões. Uma centelha em face do rombo de R$ 38
bilhões”, compara.
“Em suma, caberá ao Tesouro
Nacional resolver mais esse problema. Que não se penalize a população
com suspensão de programas de saneamento e de habitação
(gerando supressão de teto, saúde e empregos) ou com elevação
de taxas de juros. A integridade do FGTS, suas funções e
finalidades devem ser totalmente mantidas sob pena de se criar, no País,
a mais séria ruptura econômica e social já registrada
em toda a sua história”, afirma. |