 Roberto FranciscoConheça agora
um pouco mais sobre a vida e a trajetória política do atual prefeito de Praia Grande, Roberto Francisco dos Santos, em uma entrevista exclusiva para o Jornal Vicentino:
Com 21 anos, Roberto Francisco dos Santos realizou um sonho de infância: morar próximo a praia. Mal imaginava que mais tarde ajudaria a transformar a cidade que passava feriados e finais de semana quando pequeno: Praia Grande.
Ao lado de Alberto Mourão, fizeram uma parceria que resultou em grandes projetos para a Cidade, desde a Prefeitura, até a Câmara Federal, em Brasília. Agora, depois de uma disputada corrida eleitoral, chegou a vez
de Roberto Francisco dar prosseguimento ao trabalho como prefeito. Conheça a partir de agora um pouco mais sobre a vida, trajetória e projetos do atual prefeito de Praia Grande:
JV - Onde o senhor nasceu e quais as principais lembranças de infância?
Roberto Francisco - Nasci na Grande São Paulo, passei minha infância na região do Itaim Bibi, na Capital, até os 7 anos, e depois na Freguesia do Ó, também na Capital. Minhas principais lembranças são das brincadeiras de rua com meus amigos e
dos feriados e fins de semana com meus pais em Praia Grande, o que me dava uma sensação de liberdade incrível, pois não havia as preocupações com segurança que temos hoje e a gente era criado com muito mais liberdade.
JV - Quando veio para o Litoral e por que? Era realmente um sonho morar próximo à praia?
Roberto Francisco - Mudei para Praia Grande em 1974 e foi realmente para mim a realização de um sonho de infância, tinha ótimas recordações e gostava desse clima de litoral. Compramos um terreno no Jardim Guilhermina e ali construímos nossa
casa. Foi a época em que conheci o Alberto Mourão, ainda antes de iniciar sua carreira política, na loja de materiais de construção do pai dele.
JV - Além do trabalho político, exerceu outras atividades? Como foi esse período?
Roberto Francisco - Comecei a trabalhar aos 13 anos, pois com o falecimento do meu pai, tive que ajudar minha mãe no orçamento doméstico e cheguei a ter até três empregos simultâneos. Comecei em um escritório de contabilidade, depois fui
office-boy no Othon Palace Hotel e trabalhei por mais de dez anos no setor de processamento de dados de bancos, atuando na implantação de Centros de Processamento de Dados (CPD) em vários núcleos pelo País. Foram meses de viagens, passando pelo Rio
de Janeiro, Ribeirão Preto e outras pequenas cidades do interior. Com 36 anos de atividades e uma experiência profissional que preencheu três carteiras de trabalho, aposentei-me passei a dedicar a maior parte do meu tempo à causa pública.
JV - Quando aconteceu o convite para trabalhar como assessor do então vereador Mourão? Qual a importância desse cargo na sua vida política?
Roberto Francisco - Tudo começou por causa de uma praça, no Jardim Guilhermina, que os moradores não queriam que fosse transformada em uma associação de bairro. Liderei um grupo com 80 moradores, fomos à Câmara protestar e iniciamos um processo
de negociação com o então presidente da Casa, Alberto Mourão. Conseguimos evitar a desapropriação da praça, passamos a ter uma admiração mútua e ele me chamou para trabalhar com ele. De lá para cá foram mais de 21 anos trabalhando ao seu lado,
acompanhando sua trajetória política e aprendendo com a participação nesse processo de planejamento que possibilitou a transformação e o desenvolvimento do Município nas últimas duas décadas.
JV - Foram diversos cargos, como secretário-chefe de Gabinete na Prefeitura e na Câmara Federal? Qual mais te marcou e por que?
Roberto Francisco - Eu entrei na Prefeitura quando o Mourão foi vice-prefeito, para ser chefe da Administração da Manutenção Escolar, quando ele foi nomeado secretário de Educação. Daí, em 1993, quando ele foi eleito prefeito pela primeira vez,
assumi como chefe de Gabinete; coordenei sua campanha para deputado federal e fui trabalhar com ele na Câmara (dos deputados), de 1998 a 2000, quando ele foi novamente eleito prefeito e voltei a ocupar a chefia do Gabinete. Tudo passa pelo
Gabinete, tanto a parte política quanto a administrativa. Então, acho que foi o cargo que me deu maior oportunidade de aprendizado político, sobre a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo, e sobre a administração pública em geral.
JV - Quais foram os momentos mais difíceis da sua vida política?
Roberto Francisco - Um dos momentos que mais me marcou foi quando ele (Mourão) decidiu entregar o cargo de secretário de Educação, em 1989, descontente com algumas decisões administrativas. Foi uma decisão difícil para ele, mas foi um ato
corajoso e de admirável espírito público, por isso também resolvi entregar meu cargo e acompanhá-lo em sua luta política. Agora, acho que nada se iguala às dificuldades que tivemos nessa minha campanha para prefeito, quando enfrentamos denúncias
infundadas, golpes baixos de toda ordem, mentiras, calúnias e ameaças. Mas felizmente, prevaleceu a vontade da maioria da população, que reconheceu nosso trabalho e acreditou em nossas propostas de governo, que pretendemos implantar até 2012.
JV - Quando decidiu disputar a eleição para prefeito de Praia Grande e qual a emoção de ter sido eleito após uma disputa acirrada?
Roberto Francisco - Na verdade não foi uma decisão minha. Eu fui pego de surpresa, pois trabalho com o Mourão há mais de 21 anos, mas nunca trabalhei para ser o candidato. Nunca cheguei ao prefeito Alberto Mourão e disse que queria ser
candidato a vereador ou prefeito. Mas entendo que foi uma escolha natural, porque me encaixei no perfil do candidato que o nosso grupo político procurava, por minha lealdade ao projeto que traçamos lá atrás e a necessidade de ter alguém
compromissado com a continuidade das ações administrativas previstas nesse projeto que não é apenas nosso, mas da maioria dos praiagrandenses. Foi uma grande emoção, não só para mim como para toda a equipe que esteve engajada em nossa campanha e
viveu momentos de muita tensão até a proclamação do resultado, mas a emoção maior foi por constatar que a maioria do eleitorado reconheceu nosso trabalho, confiou na indicação do prefeito Mourão e em nossa capacidade de cumprir as metas que foram
traçadas e expostas como propostas de governo.
JV - Como vê hoje Praia Grande e como é poder ter acompanhado toda a evolução da cidade nos últimos anos?
Roberto Francisco - Sinto muito orgulho de ter contribuído para que Praia Grande se tornasse o que é hoje, uma Cidade que, apesar de nova (fez 42 anos em 19 de janeiro), conseguiu absorver milhares de novos habitantes (cerca de 10 mil por ano)
e ainda avançar na oferta de uma melhor qualidade de vida para todas as faixas etárias e camadas sociais. Além do aperfeiçoamento da máquina administrativa e dos serviços públicos prestados, bem como na infraestrutura oferecida. Hoje somos uma
referência para diversos municípios, que vêm à Praia Grande conhecer as políticas públicas e projetos inovadores para também poder colocar em prática.
JV - Quais são suas prioridades de Governo e quais são os principais problemas que deverão ser enfrentados na sua gestão?
Roberto Francisco - Este ano de 2009, como já anunciei, será o “Ano da Saúde” em nossa administração, daremos uma atenção especial ao setor, construindo um novo pronto-socorro na região sul da Cidade e estruturando a parte de especialidades
médicas, consultas e exames, visando oferecer mais agilidade e qualidade na assistência médica oferecida à população, que hoje já pode se orgulhar de ter um dos melhores e mais bem aparelhados hospitais da região metropolitana, o Irmã Dulce.
Queremos reforçar o atendimento preventivo nas Usafas, com a contratação de equipes de apoio, e chegar a 100% de cobertura na Cidade da Estratégia de Saúde da Família. A expansão dos cursos técnicos e profissionalizantes para facilitar o acesso de
nossos jovens ao mercado de trabalho é outra prioridade nossa, bem como o acompanhamento e incentivo para a implantação do Complexo Andaraguá, o porto seco e o aeroporto de cargas. Acredito que o nosso maior desafio, assim como dos demais prefeitos
da região metropolitana, seja buscar soluções integradas para as questões do transporte coletivo intermunicipal, que precisa ser mais rápido, barato e eficiente; dos congestionamentos que ainda causam transtornos não só aos turistas como a quem
mora na região e precisa se locomover nos fins de semana prolongados e na temporada. Isso exige intervenções no sistema viário e depende de recursos do Governo do Estado para se concretizar.
JV - Como se dá a sua relação com o ex-prefeito Mourão, já que esteve do seu lado a todo momento, e de que forma ele participará do seu governo?
Roberto Francisco - A minha relação com o ex-prefeito Mourão, assim como sua esposa Maruca, é de profunda amizade e respeito. Ele é um homem público exemplar, com grande capacidade administrativa e muito amor por Praia Grande, por isso
espero poder contar com seu auxílio e tê-lo como uma espécie de consultor ao longo do meu governo, até porque tenho certeza de que este é um desejo de grande parte dos praiagrandenses. E a Maruca fez um trabalho tão nobre de resgate da dignidade
das pessoas necessitadas, à frente da Secretaria de Promoção Social, que a convidei para permanecer no cargo em meu governo, já que temos a mesma linha de pensamento quanto às políticas públicas de Promoção Social.
JV - Mesmo tendo assumido o cargo de prefeito há pouco tempo, já tem projetos para o futuro, depois da prefeitura?
Roberto Francisco - No momento, estou totalmente focado no cumprimento de nossas metas de governo. Este é um cargo que exige muito, constantes tomadas de decisões que muitas vezes afetam a rotina da Cidade e a vida das pessoas, por isso é
preciso plena dedicação e grande senso de responsabilidade para fazem com que as ações administrativas aconteçam da forma como foram planejadas e sempre levando em conta o interesse público. Então, trata-se de uma missão árdua que não me permite
pensar no que vou fazer quando deixar a prefeitura; quero sim concluir meu mandato com a consciência limpa e o sentimento de missão cumprida, ou seja, de que dei o melhor de mim para corresponder à confiança que a população depositou, me escolhendo
para conduzir os destinos da nossa Cidade. |
http://www.novomilenio.inf.br/pg/pgpref09.htm
