Praia Grande - aspectos gerais

FISIOGRÁFICOS:

a) Localização: Sudeste do País, Estado de São Paulo, Litoral deste, área fisiográfica denominada de "Baixada Santista".

b) Área: 147,28 km². Estende-se da Ponta de Itaipu a Mongaguá. Ocupa a segunda maior área dos municípios da denominada "Baixada Santista", Santos vem em primeiro. Com 22,5 km de extensão de praias, totalizando 30,5 km e 77 km de fronteiras, o município encontra-se na maior faixa contínua de praias do Brasil. Altitude média: 3 m. Máxima, 1.055 m

c) Limites: Em terra e mar. Com os municípios de São Vicente (Norte), Mongaguá (Oeste), Oceano Atlântico (Sul) e Baía de Santos (Leste).

d) Distância: São Paulo, 86 km; Santos, 12 km; São Vicente, 6 km; Guarujá, 30 km; Região ABCD, 80 km; Itanhaém, 45 km; Registro, 150 km; Curitiba, 350 km.

e) Coordenadas: Longitude Wgr entre 45º 55' e 46º 50' Oeste, Latitude entre 23º 50' e 24º 25' Sul.

f) Clima: enquadra-se no sistema internacional de Koppen, classificações AF e CFA. AF = Clima tropical úmido, sem estação seca, sendo a temperatura média do mês mais quente superior a 18º C. Esta classificação domina toda a região do Litoral Paulista. CFA = Clima mesotérmico úmido sem estiagem, em que a temperatura média do mês mais quente é superior a 22º C, apresentando no mês mais seco precipitações pluviométricas superiores a 30 mm.

TEMPERATURA

Sob o Trópico de Capricórnio há um regime com bruscas variações, chegando a apresentar máximas de 38,5º e mínimas inferiores a 10º C.

PLUVIOMETRIA

Variações entre 2.000 e 2.500 mm anuais. Região classificada como "Muito Chuvosa".

EVAPORAÇÃO

Semestre seco: 384 mm; semestre úmido: 642 mm.

UMIDADE

A região se caracteriza por uma umidade relativa bastante elevada, apresentando médias anuais superiores a 80%.

INSOLAÇÃO

Média mensal de 3,95 horas.

PRESSÃO

Tendo a mínima em janeiro, crescendo até a máxima em julho, decrescendo até janeiro, sempre com as tendências de temperatura.

VENTOS

Predominam os ventos Sul e Sudeste atribuídos aos efeitos da brisa marítima. Os ventos de Noroeste são os menos freqüentes.

GEOLOGIA E RELEVO

a) Geologia geral:

A micro-região da Baixada Santista apresenta planície de respingos elevadas, dunas bastante desenvolvidas, notadamente nos municípios de Praia Grande e Itanhaém, e grandes extensões de brejos como manguezais.

b) Constituição geológica:

Sedimentos arenosos - das praias e terras que podem provir do interior da serra ou das rochas adjacentes.

Sedimentos finos do mangue e antigos mangues ocupando a maior extensão. Trata-se de material cuja textura vai de argilosa a fino-argilosa e outros minerais de menor quantidade e cuja disposição se dá em águas salgadas.

Sedimentos do vale alumial ou areno-argiloso - podemos associar depósitos sedimentares e alumiais comuns em todo o litoral brasileiro.

c) Solos:

Litosol - determina o relevo montanhoso de topos arredondados ou ligeiramente angulosos.

Podzol Hidromórfico - solos de origem marinha, que determinam um relevo plano, com altitudes variando de 10 a 20 metros.

Solo Hidromórfico - solos aluviais e orgânicos que determinam um relevo plano, pouca profundidade e favorecem os encharcamentos.

Associação solos de Campos de Jordão e litosol - tal associação é encontrada nas partes mais elevadas num relevo montanhoso com mais de 60% de declive.

Lamarde - coberta de vegetação de mangues.

d) Áreas altimétricas:

Apresenta uma altimetria característica das regiões litorâneas, com altitudes inferiores a 20 metros na maior parte de sua área.

As maiores altitudes são encontradas na Serra do Mar, nas divisas com os municípios de Mongaguá e São Vicente, denominada Serra de Mongaguá, com o ponto mais elevado da região, de 1.055 metros.

Há outros pontos elevados na orla da Baía de Santos, onde estão localizados os morros de Itaipu (184 metros), Xixová (320 metros) e Japuí (216 metros).

Ao Norte, o Morro do Pai Matias, com 798 metros, e o Morro do Estaleiro ou Andaraguá, com 299 metros.

e) Vegetação:

A vegetação original foi a determinada a partir dos tipos de solos. A atual difere da primitiva porque foi modificada pela ação antrópica. Os tipos são: Vegetação Litorânea, Mata Atlântica, Mata de Araucária.

Vegetação Litorânea - está subdividida em dois tipos: Jundu e Manguezal.

Jundu - é um tipo de vegetação de porte médio, situado ao redor de 5 metros; compõe-se de espécies lenhosas, de composta e emaranhada formação, inclinadas em direção oposta à ação dos ventos marinhos. Predominam mirtáceas, solanáceas leguminosas, bromeliáceas e cactáceas. É a vegetação atual, transformação das florestas da vertente Sul Atlântica, adaptadas às condições do litoral.

Manguezal - caracterizado pela sua adaptação ao alto teor de sal do meio em que se encontra, sujeito às oscilações da maré, com árvores de troncos finos, folhas vibrantes.

Em função da concentração salina, da parte externa para o interior do manguezal destacam-se três formações vegetais: o mangue propriamente dito, sem vegetação herbácea, na porção mais salina, com árvores de porte maior, entre 10 e 15 metros; o mangue siriúba - área intermediária sujeita a menores inundações, porém com alto teor salino; o mangue branco - solos mais firmes, menos salgada, árvores entre 2 e 3 metros.

Mata Atlântica - Vertente Atlântica das Serras do Mar e Paranapiacaba. Esta área apresenta uma floresta heterogênea muito rica em espécies. A grande pluviosidade destas áreas condiciona ambientes úmidos e desenvolvimento de musgos que revestem os troncos das árvores. Destacam-se dois tipos: o das partes altas, com presença da Tibiu china, e o das partes baixas, menor índice de chuvas e menor radiação, com presença de Cecropia.

Mata de Araucária - Na vertente atlântica, ao Sul da Serra de Paranapiacaba, encontram-se as matas de pinheiros, no andar inferior imbuia a podocar páceas. São árvores de tronco reto até 30 metros de altura.

A vegetação de campos ocorre em apenas alguns trechos no extremo Sul.

f) Hidrografia:

As características de geologia de relevo da região impedem a formação de rios de grande porte, determinando o aparecimento de pequenas bacias oceânicas de drenagem dentríticas.

O principal rio da região faz limite com São Vicente, é o Piaçabuçu, que tem três de seus afluentes no município: os rios Acaraú, Cruz e Guaramar.

O Rio Preto nasce a Oeste na região. Em certo trecho se une ao Rio Branco ou Vargem Grande, que vem da Serra do Mar, também denominado em seu início de Cachoeira do Soldado, com três afluentes: Guariuma I, Guariuma II ou Lambari e Laranjal.

O outro braço do Rio Branco vem do largo de São Vicente, portanto não inicia no  Município. É também chamado de Boturoco.

Tal rede hidrográfica é constituída, predominantemente, por rios de direções paralelas, que descem do maciço cristalino, atingindo as planícies costeiras e indo diretamente para o mar.

Existe ainda um pequeno rio na direção Sul que atravessa o bairro de Solemar e Cidade da Criança: é o Rio Itinga.

POPULAÇÃO

Praia Grande apresentou no último decênio (N.E.: década de 1960) taxa de crescimento superior à apresentada pelo Estado de São Paulo, e também superior àquelas dos demais municípios da Baixada Santista.

O Município em 1950 apresentava 3.000 habitantes; em 1960 eram registrados 7.445 habitantes, o que constata, no período, um aumento de 148%, ou seja, uma taxa de crescimento de 9,51% ao ano.

Segundo o censo de 1970, o Município apresentou a população total de 19.704 habitantes, sendo que 19.671 habitantes pertenciam ao quadro urbano e somente 33 ao quadro rural, enquanto a população dos demais municípios da Baixada Santista atingiu a 627.542 habitantes, como podemos analisar através dos dados abaixo:

Em 1960, a população da mesma região era de 408.917 habitantes, tendo pois havido no decênio um aumento de 218.625 habitantes, ou seja, um acréscimo de mais de 53%, superior ao Estado de São Paulo, que no mesmo período apresentou taxa de 38%.

A) Composição etária da população:

Os dados existentes não permitem definir, com precisão, a composição etária da população do Município; contando-se com poucos elementos (1970), projetou-se a população de Praia Grande para o quinqüênio 1971/1975.

B) Projeções demográficas:

Sendo o Município de características extremamente turísticas, achamos por bem elaborar sua projeção demográfica observando dois aspectos: a tendência da população residente de crescer, como também da população flutuante.

O crescimento populacional do Município nos últimos anos tem sido elevado, e tende a crescer ainda mais, tendo como conseqüência principalmente a atração turística que a região e o Município representam, não só no âmbito estadual como também federal.

Deve ser levado em consideração também que irá proporcionar fácil acesso à capital do Estado, exercerá certa influência no crescimento do Município.

População da Praia Grande por sexo: homens, 10.400; mulheres, 9.400.

C) Projeção da população flutuante:

Através de pesquisas realizadas determinou-se duas hipóteses para a população flutuante, a média de 9 pessoas por domicílio e a média de 5,7 pessoas por domicílio. A relação entre a população flutuante e a fixa em 1970, segundo a primeira hipótese, seria de 7,25 e segundo a segunda hipótese seria de 10,18.

D) Densidade demográfica:

O estudo das concentrações demográficas nos auxilia para que possamos elaborar um Plano Diretor, baseado não só nas aspirações de todo o Município, mas também dando especial atenção às áreas que comportam maior número de habitantes, não só estático como flutuante.

Nota-se, portanto, que existe uma condensação populacional muito grande no bairro do Boqueirão e parte da Vila Guilhermina, com 35%; após, temos os bairros de Ocian com 20% e Guilhermina e os bairros de Aviação, em terceiro lugar; em quarto, Solemar e Flórida, sendo que o restante é disperso pelo município, sem formar massas de grande concentração que sejam dignas de crédito.

Hoje (N.E.: em 1978) calcula-se que o Município conta com uma população fixa de 45.000 habitantes.