Novo Milênio: Núcleos de Praia Grande

Um lugar afastado da vida urbana, incrustado aos pés da Serra do Mar, cercado por águas cristalinas, natureza e animais silvestres, um conjunto que forma uma bela paisagem e sinônimo de paraíso na Terra. Um dia Paratinga, uma das mais belas reservas naturais de São Vicente já foi assim. Hoje, infelizmente, a realidade é bem diferente

Ocupação irregular, lixo, poluição das águas, desmatamento, abusos à natureza é o que muitos visitantes vão encontrar se forem a essa reserva em um dos mais remotos recantos da Área Continental de São Vicente. Com a chegada do verão e conseqüente, o aumento da procura pelas águas que descem da Serra do Mar, essa situação pode piorar, pois é nesta época do não que os problemas se multiplicam na região.

Silvia Cristina, que há 20 anos conhece Paratinga e há um ano, se instalou na reserva, teme pelo o futuro do lugar. Segundo ela, o lixo e a poluição das águas são os problemas mais preocupantes. "Tudo está escoando para o rio, aqui ninguém tem fossa séptica e tudo o que é feito nas casas vai direto para a água", disse. No local, também é possível ver mangueiras e canos de esgoto saindo das residências sendo direcionados para as águas.

Na base, conhecida por cachoeira três e que fica próxima a um dos terminais da ALL (América Latina Logística), os moradores se instalaram e montaram o que chamam de quiosques com churrasqueiras, bares e piscinas feitas com o desvio das águas que desce da serra. A energia elétrica, que alimenta as casas e os estabelecimentos, só existe, porque há uma parceria entre moradores e a empresa ferroviária que capta água por meio de tubulações colocadas em pontos estratégicos da serra. Em troca, oferece aos moradores luz, que por sua vez cuidam para que nada aconteça com os canos e mangueiras.