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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 02/21/02 20:24:12

Movimento Nacional em Defesa
da Língua Portuguesa

A defesa dos idiomas no mundo - Europa-geral

Em vários pontos da Europa, ogrupos minoritários estão realizando manifestações, inclusive com o emprego de violência (o MNDLP não concorda) em defesa dos idiomas regionais, como o gaélico, o basco, o provençal e outros.

Por sua vez, a revista National Geographic Brasil de janeiro de 2002, publicou nas páginas 61/62 a matéria "A nova Europa", por T.R. Reid, com o trecho a seguir citado:

Um elemento crucial da diversidade é a harmonia múltipla das diferentes línguas faladas pelo continente, uma herança cultural que os atuais europeus fazem questão de preservar. Tal preocupação foi formalizada na Regulamentação Número 1 da União Européia, pela qual a língua oficial de cada país-membro tem de ser usada como língua de trabalho em todas as instituições da UE.

Como os atuais 15 membros possuem 11 línguas oficiais diferentes, as despesas envolvidas não são desprezíveis. A UE gasta bem mais de 1 milhão de dólares por dia para transformar a carne de uns na viande de outros (ou meat ou kött ou liha ou fleisch). A União emprega cerca de 4 mil intérpretes e tradutores em tempo integral, para não falar do sistema de tradução EC-Systran, um programa de computador capaz de realizar 2 mil páginas de tradução por hora. Talvez os leitores humanos desta revista se alegrem em saber que as traduções feitas pelo Systran precisam ser corrigidas por uma pessoa antes de serem aproveitadas.

A complexa mescla lingüística da UE por vezes acarreta longas jornadas de trabalho para Marco Benedetti, um italiano que foi criado na França, trabalha na Bélgica e fuma minúsculos charutos holandeses. Ele é o encarregado dos serviços de interpretação (tradução oral) no âmbito da Comissão Européia. Sua tarefa, portanto, é conseguir intérpretes simultâneos nas várias combinações das 11 línguas oficiais para as 300 e tantas reuniões que ocorrem todas as semanas.

"De acordo com a Regulamentação número 1, temos de incluir as línguas oficiais de todos os membros. E já está em curso o programa para a inclusão de novos países. Isso significa que precisaremos trabalhar com muitas outras línguas. Teremos, por exemplo, necessidade de gente capaz de fazer traduções simultâneas do húngaro para o holandês. Ou do letão para o português. Ou do estoniano para... Há, porém, só cerca de 1 milhão de falantes do estoniano em todo o mundo! E vou precisar de uns 40 intérpretes que conheçam essa língua".

"Como você bem sabe", prossegue Benedetti, não sem um pouco de nostalgia, "as Nações Unidas possuem apenas seis línguas oficiais. Nenhuma outra organização internacional gasta tanto quanto nós em interpretação e tradução, mas estamos satisfeitos em pagar esse preço. O que importa é preservar a diversidade cultural." Em seguida ele começa a ficar emocionado. "A Europa é uma orquestra", continua, propondo outra versão da conhecida metáfora. "Os violinos, entretanto, continuam sendo violinos. Cabe a nós cuidarmos para que cada instrumento mantenha sua sonoridade própria."

Um local onde se distingue o som de cada instrumento é o Parlamento Europeu, cujos 626 deputados representam 15 países. Quando algum deles se levanta para tomar a palavra, tudo o que diz é traduzido, quase sempre simultaneamente, para as dez outras línguas oficiais.

Um dos membros do Parlamento Europeu, John Hume, da Irlanda do Norte, explica que a amplitude lingüística da instituição reflete o objetivo maior da UE. "Seu princípio fundamental é o respeito pelas diferenças", comenta Hume. "Em resumo, as diferenças são algo com que devemos conviver, e não combater."