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Litoral Paulista, Quinta-feira, 29 de Junho de 2000
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O que é bom permanece, o resto é modismo

Da Reportagem

Quem lida diariamente com o idioma também fala sobre a questão. Autor do Manual de Redação e Estilo de O Estado de São Paulo, o jornalista Eduardo Martins alerta para um problema, na opinião dele, maior do que o simples uso de expressões em inglês: a descaracterização da língua por meio da adaptação do que não tem o mesmo sentido em Português e Inglês.

  Ele se diz tranquilo quanto ao risco de uma eventual destruição do idioma ou da cultura por causa da invasão dos termos em inglês. ‘‘Pelo que sei, nunca uma língua foi destruída por outra sem que houvesse uma guerra, uma imposição do conquistador sobre o conquistado. O que há são modismos passageiros, que já foram franceses e agora são americanos. Só o que é relevante permanece, no fim das contas’’.

  Quer um exemplo? Hoje é moda usar ‘vamos estar ligando’ no lugar de ‘vamos ligar’, porque é a tradução mais próxima da mesma frase em inglês, We Will be Calling. Não há sentido neste tipo de coisa.

  Outros: contraceptivo (que não quer dizer nada, é uma simples tradução de contraceptive) substituiu anticoncepcional. Startar tomou o lugar de iniciar, nos microcomputadores. As pessoas hoje acessam uma rodovia, os traficantes do Rio deletam um inimigo

  Eduardo, que também apresenta o programa De Palavra em Palavra, na Rádio Eldorado de São Paulo, dá outro exemplo, vindo diretamente da NBA: aqui no Brasil, traduzimos as divisões do basquete americano como ‘conferências’ leste e oeste. Não há, em nenhum dicionário, este significado para a palavra, que só quer dizer reunião. O certo seria divisão ou região.

  Esta é a grande falha de ambos os Projetos de Lei: tanto o de Aldo Rebello quanto o de Mariângela Duarte não prevêem estas situações, para ele mais graves. Eduardo teve oportunidade de discutir o assunto com o próprio Aldo Rebello em uma palestra que proferiu na Câmara dos Deputados, em Brasília, este ano.

  De toda forma, ele é contra a instituição de multas ou quaisquer soluções de força para resolver o problema da manutenção do idioma. Ele prefere uma campanha que conscientize, primeiro, os professores.

Empréstimo

  A Editora Local de A Tribuna, jornalista Lídia Maria de Mello, é formada também pela Faculdade de Letras e está produzindo uma dissertação de mestrado sobre neologismos (surgimento de novas palavras) para a Escola de Comunicações e Artes da USP.

  Segundo ela, as novas palavras podem surgir de duas formas: a partir de elementos da própria língua ou por empréstimo (de outros idiomas). Antes, estes empréstimos vinham mais do Francês (vitrô, chofer, abajur, reveillon) mas depois da 2ª Grande Guerra, os Estados Unidos se tornaram a grande força econômica do mundo e, a partir daí, passaram a influenciar todas as áreas.

  Lídia acha difícil o controle da evolução natural do idioma através de leis, sem uma fiscalização eficaz. O ideal, para ela, é o fortalecimento do ensino do Português, não com regrinhas e exercícios chatos, mas ensinar desde crianças que a língua é a principal forma de expressão de um povo.

  Veja o caso dos índios: o primeiro passo de sua ruína foi o aculturamento através do idioma e da religião. Hoje, a maioria não tem cultura própria e vive do caricato, de danças para turistas.

  Mesmo assim, Lídia é otimista e não compartilha das opiniões catastróficas sobre a influência de outros idiomas no nosso. Quem aprova as novas palavras, segundo ela, são os usuários.‘‘Algumas ficam, são assimiladas e aportuguesadas. O resto cai em desuso, pois é apenas um modismo’’.

Influências

  O publicitário Aristides de M. Brito Jr, professor da Unisanta, diz que nossa influência cultural é americanizada e isto acaba se refletindo na propaganda. Os jargões da área são todos em inglês: marketing, briefing, brainstorm, layout.

  Ele considera uma grande bobagem produzir anúncios em inglês como forma de limitar os consumidores em potencial à classe A. ‘‘Nem todos os que pertencem à classe A falam inglês e o anúncio acaba falando para ninguém’’.

  Ele considera importante o projeto apresentado pelo deputado Aldo Rebello e pretende trazê-lo a Santos, ainda este ano, para um debate com outros publicitários e alunos da faculdade.

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