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REFORMA ORTOGRÁFICA
Dicionário esclarece
dúvidas
Flávia Saad
Da Redação
Desde que o acordo ortográfico da Língua Portuguesa entrou em
vigor, no último dia 1º, muitas dúvidas pairavam no ar, especialmente em relação ao hífen. Agora, a publicação da segunda edição
do Dicionário Escolar de Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras (ABL) deve solucionar essas questões (veja quadro). O livro foi lançado na última segunda-feira com 56 correções.
Em sua primeira edição, o dicionário teve os 15 mil exemplares esgotados. No entanto, a obra da ABL trazia
palavras desatualizadas, especialmente com os prefixos "co" e "re". A organização é de Evanildo Bechara, membro da ABL e da
comissão de Língua Portuguesa do Ministério da Educação que trata do acordo.
São cerca de 33 mil verbetes distribuídos em 1.312 páginas. Nessa edição, já estão corrigidas as palavras para
as quais ainda não havia orientação definitiva.
Os termos que constam no dicionário da ABL serão incorporados ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp),
documento que registra a nova grafia e que será publicado até o final de março pela Editora Global.
2ª edição |
Além dos 33 mil verbetes, o livro traz textos sobre a história da
Academia Brasileira de Letras, um histórico da Língua Portuguesa e orientações sobre a nova ortografia |
|
Fique atento - Quem pretende adquirir o dicionário precisa prestar atenção à primeira página. Na capa das
duas edições, não há qualquer indicação que as diferencie - elas são iguais. O aviso está apenas na primeira página, onde está
escrito "2ª edição".
Em Santos, a Livraria Martins Fontes comercializa a nova publicação a R$ 32,90. A Realejo Livros ainda não
recebeu a obra.
O preço sugerido pela Editora Nacional é R$ 32,90. Na loja on-line da Saraiva, o produto sai por R$ 22,90
- mas a empresa não especifica se o livro em questão é a 1ª ou 2ª edição.
Quem já comprou a primeira edição pode atualizar os dados no site
www.editoranacional.com.br para baixar arquivo .pdf com as novas regras. Também
é possível entrar em contato pelo (11) 2799-7799 ou por e-mail, no
atendimento@editoranacional.com.br.
Como fica
A ABL estabelece que o uso dos
prefixos "pre", "pro" e "re" segue a regra dos dicionários. As formações se aglutinam, em geral, com o elemento seguinte, mesmo
quando este começar por "e" ou "o". O "co" também não tem hífen.
PRO
proeminência
proeminente
proclamação
progenitor
promover
pronome
propor
prorromper
prosseguir
PRE
preencher
preeminente
preensão
preestabelecer
preexistente
preexistir |
RE
reabastecer
reabituar
reabrir
reabilitar
recair
reaver
recarregar
refazer
reeleger
reembolsar
reencarnar
reenviar
reescrever
reestruturar
reumanizar
reerguer |
CO
coabitação
coabitar
coautor
coautoria
coerdar
coexistir
coincidir
cooptar
coordenar |
Nos casos de carbo e
zoo em que não há perda da vogal do primeiro elemento e o elemento seguinte começa com h, serão aceitas as duas grafias.
CARBO: carboidrato e carbo-hidrato
ZOO: zooematita e zoo-hematita
O hífen deve ser usado quando o
prefixo sub é seguido de palavra iniciada por h, como sub-humano. Prefixos terminados em b ou d (ab,
sob, ob, sub, ad) levam hífen quando a palavra seguinte começa com b ou r.
Exemplos: ad-renal, sub-reitor, sub-barrocal
As exceções são adrenalina
e adrenalite, que continuam juntas por serem consagradas pelo uso. Abrupto e ab-rupto são aceitas, mas a
segunda é mais recomendada.
Elementos repetidos, como
blá-blá-blá, zum-zum, reco-reco, lenga-lenga e pingue-pongue sempre levam hífen. No caso de
para, apenas paraquedas foi aglutinada com a reforma. Para-raios, para-brisa, para-choque e
para-lama recebem o hífen. |