Movimento Nacional em Defesa da Língua Portuguesa

O MNDLP no seminário em Brasília

O Movimento Nacional em Defesa da Língua Portuguesa/Baixada Santista, esteve presente no "Seminário Idioma e Soberania – Nossa Língua, Nossa Pátria", realizado nos dias 14 e 15 de março de 2000, em Brasília, onde foi elogiado por deputados, palestrantes e platéia pelo pioneirismo e grande iniciativa. Isso só confirma a capacidade de nossa cidade em discutir,  participar e intervir nos grandes temas nacionais.

Final dos debates, em imagem do programa especial transmitido pela TV Câmara Federal

O Seminário faz parte do Projeto 500 Anos, pelo qual a Câmara dos Deputados comemora e reflete sobre o quinto centenário do Descobrimento e da chegada da Língua Portuguesa ao Brasil. Neste período, o idioma afirmou-se como instrumento da unidade nacional. É comum a todos os quatro cantos do País. Foi enriquecido em cinco séculos pela contribuição das línguas indígenas, africanas e estrangeiras trazidas pelos imigrantes, além das inovações introduzidas sob a forma de brasileirismos.

Proposto pelo deputado federal Aldo Rebelo, PCdoB/SP, e apoiado pelo Presidente da Câmara, deputado Michel Temer, PMDB/SP, o evento debateu a situação do idioma no Brasil e nos países da Comunidade de Língua Portuguesa e examinou providências para a promoção, a proteção, a defesa e o uso da Língua Portuguesa.

Os conferencistas – entre escritores, professores, jornalistas, embaixadores e parlamentares – passaram mais de 12 horas em debates e palestras discutindo a presença da língua portuguesa no planeta e propondo maneiras de preservar e difundir o idioma de Camões. Entre as mais variadas opiniões, o Seminário chegou ao final com algumas preocupações essenciais: a língua não é estática, ela está sempre em movimento e sofre transformações.

Concordando com essa opinião, o professor Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras e autor da Moderna Gramática Portuguesa, nega a existência de qualquer crise na língua portuguesa. Para ele, a língua é fruto de um fenômeno sociocultural e acompanha o destino do povo que a fala. "Não é a língua que está em crise, é a cultura do povo", afirma o professor.

Para o ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier, que é doutor em educação, melhorar o atual índice de leitura (na França é de 9,5 livros por habitante, no Brasil é de 2,4), é a primeira preocupação, seguida de uma inevitável ampliação do número de bibliotecas pública – no Brasil só existem 3500. "É preciso criar programas como Hora da leitura, além de ampliar o alcance do Leia Brasil, que tem o apoio da Petrobrás", diz o ex-presidente da ABL. Ele ainda afirma existir, hoje, um certo desamor pela língua portuguesa, cujo desrespeito não se justifica.

“Ouso dizer, com efeito, que nosso idioma comum é porventura o mais belo fruto desses 500 anos de história, que se completam simbolicamente no dia 22 de abril. Reinventada e revitalizada pela criatividade e plasticidade extraordinárias do povo brasileiro, a língua portuguesa chega ao ano 2000 com todas as condições para vencer o desafio da chamada globalização.” Com esse discurso, o Embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Knopfli, levantou e emocionou a platéia. Para ele, o português, se fizermos o esforço necessário, pode ser num prazo curto de cinco anos a terceira língua mais falada na América e a Quarta na África.

Questionado sobre qual o interesse da França no debate da lusofonia, o embaixador da França no Brasil, Alain Rouquié, respondeu que, diante da globalização e da hegemonia norte-americana, a França tem como um dos seus objetivos defender a chamada "latinidade” em todo o planeta", e que, para a França e seu povo, a "língua é uma questão política, diz respeito a soberania do país, portanto, tem de ser defendida e tratada como uma questão de interesse do Estado".

MOVIMENTO NACIONAL EM DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA
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