FEBEANET O milagre da multiplicação
das autopeças...
Já
se sabia muitos anos antes, no Brasil, que se alguém quisesse comprar
todas as peças de um carro novo, nas concessionárias oficiais
de autopeças, e montá-lo sozinho em casa, gastaria umas três
vezes mais que comprando o veículo pronto.
Captura de
tela, TV Band News, 5/1/2005, 00h16
O que o governo enfim "descobriu",
após ampla investigação, é que os valores podem
chegar a ser 620% maiores. E principalmente, que as concessionárias
oficiais eram obrigadas pelas montadoras a comprar as peças por
valor significativamente maior e assim vendê-las aos clientes.
Captura de
tela, TV Band News, 5/1/2005, 00h16
Daí, o Ministério Público
resolveu denunciar a prática lesiva ao interesse dos consumidores,
por parte das montadoras
Fiat,
Ford, General
Motors e Volkswagen
- gravem bem esses nomes, lembrem de
como essas empresas tratam seus clientes, quando forem comprar um carro
novo. Elas não se pronunciaram sobre esse flagrante de abuso nas
práticas comerciais.
Captura de
tela, TV Band News, 5/1/2005, 00h16
Segundo os cáculos incluídos
na denúncia, para comprar todas as peças originais-de-fábrica
de um veículo de motor 1.0 novo, que custa R$ 15 mil nas lojas,
seria necessário dispender R$ 80 mil - mão-de-ora não
incluída.
Detalhe: se a pessoa pesquisar um
pouco no mercado, longe das concessionárias, descobrirá que
o valor somado dessas peças cai para algo como uns R$ 30 mil - alto,
mas compreensível considerando que são peças vendidas
isoladamente, com embalagens individualizadas, embutindo ainda os custos
com a estrutura de comercialização no varejo.
Captura de
tela, TV Band News, 5/1/2005, 00h17
Enquanto a Justiça ameaça
multar as quatro montadoras com valores até R$ 210 mil por dia,
caso o abuso persista, a história dessa prática comercial
lesiva é incluída na edição 2005 deste Festival
de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet),
por conta da péssima visão empresarial dessas empresas: além
de agirem contra seus clientes, agem contra as suas concessionárias
(impedidas de concorrer no mercado com as lojas não autorizadas)
e se expõem a esse violento arranhão em sua imagem empresarial,
que havia custado tanto esforço de propaganda para melhorar - e
vai custar ainda mais para corrigir.
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