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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/03/05 23:25:41
FEBEANET
No apagar das luzes de 2004...

Quando um certo período está em seu final, costuma-se dizer que está "no apagar das luzes". Pois não é que a central elétrica Furnas, no Rio de Janeiro, levou ao pé da letra a idéia e, assim que as luzes de 2004 se apagaram, apagou também as luzes dos estados de Rio de Janeiro e Espírito Santo (e ainda parte de Minas Gerais), no primeiro dia de 2005. 


Representante da agência governamental reguladora da área de energia elétrica confirma os erros e admite que eles poderão se repetir
Captura de tela, TV Band News, 3/1/2005, 23h32

O governo - através da ministra das Minas e Energia tentou dividir a culpa pela falha, atribuindo-a metade a um defeito no sistema e metade a um erro humano. Funcionários desligaram um disjuntor que controla a distribuição de energia para essa área.


Reunião com a ministra para avaliar as providências necessárias
Captura de tela, TV Band News, 3/1/2005, 23h32

Segundo o presidente de Furnas, tal erro não voltará a ocorrer. Opinião bem diferente da expressa por representante da agência governamental reguladora da área de energia elétrica, que admite a possibilidade de repetição dos erros.


Presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues, garante que o erro não se repetirá
Captura de tela, TV Band News, 3/1/2005, 23h32

Mas o fato é que simplesmente não poderia ter acontecido. Deveriam haver redundância de sistemas e formas de evitar que um erro tivesse conseqüências de tal porte.


Ministra de Minas e Energia promete apurar o caso
Captura de tela, TV Band News, 3/1/2005, 23h32

E o pior é que desde os apagões verificados em 2002, em que os brasileiros foram quase obrigados a economiar energia, é cobrada em cada fatura mensal de energia elétrica uma taxa ("encargo capacidade emergencial") para compensar os prejuízos que as empresas distribuidoras de energia tiveram com a diminuição do consumo (um dos absurdos que os brasileiros têm de suportar, serem penalizados pela incompetência das empresas que não se estruturaram e do governo que não fiscalizou, e pode-se dizer que foram multados por economizar energia!).


Representante da agência governamental reguladora da área de energia elétrica
confirma os erros e admite que eles poderão se repetir
Captura de tela, TV Band News, 3/1/2005, 23h32

Pois não é que, mesmo com essa verba extra, as empresas de energia não conseguem colocar um mísero computador doméstico no sistema de controle, com um programa capaz de verificar as causas das falhas e corrigir ou permitir a rápida correção de um erro humano - como fazem os computadores a bordo dos aviões e carros de corrida, preparados para controlar as ações dos pilotos e evitar as que causem perigo ao sistema, como um desligamento indevido de motores? Ou ainda os que existem em boa parte dos atuais carros de passeio, para controlar a aquaplanagem através do ajuste nas brecadas de emergência?

Pois é, a questão elétrica no Brasil é simplesmente chocante. E é por conta dessa comédia (ou tragédia?) de erros que o ano já começa com a inscrição do sistema (????) elétrico nacional na edição 2005 deste Festival de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet)?