FEBEANET França, um país sério?
Entrou
para o folclore brasileiro a declaração que supostamente
o presidente francês charles De Gaulle teria feito sobre o Brasil,
de que este não é um país sério. Se o disse,
teria sido talvez com intenção de comentar como os brasileiros
conseguem manter o bom humor, mesmo diante de tantos problemas que enfrentam.
Só que agora, a situação se inverte, e é o
caso de perguntar se a França é um país sério,
diante do que tem acontecido em aeroportos franceses.
Primeiro, uma ala de aeroporto Charles
De Gaulle (!!!), novinha em folha, desaba por falhas construtivas. Era
de se esperar que existissem controles bem mais rigorosos que em obras
comuns, não só por ser uma obra pública, mas por estar
essa ala situada em um aeroporto internacional.
Cenas da
busca pela maleta, no aeroporto francês Captura de
tela, Rede Globo de Televisão, programa Fantástico, 5/12/2004,
22h55
Agora, a polícia aeroportuária
francesa é que esconde explosivos numa valise e a embarca em um
vôo para algum lugar do mundo que eles não sabem dizer qual
é. Apenas tranqüilizam o mundo: o detonador não foi
junto (dizem eles...).
Aconteceu no dia 5 de dezembro de
2004, no aeroporto internacional da capital francesa. Para testar a acuidade
olfativa dos cães farejadores que atuam na área, em busca
de explosivos e drogas nas malas dos viajantes que por ali passam, a polícia
teve a idéia de colocar explosivos numa valise, que por engano acabou
sendo embarcada em um avião. Destino? Talvez Rio de Janeiro e São
Paulo, talvez Nova York, talvez... etc.
Cenas da
busca pela maleta, no aeroporto francês. Num avião da Varig,
como este? Captura de
tela, Rede Globo de Televisão, programa Fantástico,
5/12/2004, 22h56
Constata-se então:
1) os cães farejadores franceses
são incompetentes, pois nao farejaram a maleta com explosivos;
Cães
farejadores, no aeroporto francês Captura de
tela, TV 5, da França, programa noticioso Le Journal, 6/12/2004,
01h43
2) os policiais franceses devem imaginar
que os cães sabem ler, e não se atreveram a sinalizar a maleta
com um aviso escrito sobre a existência dos explosivos (imaginaram
talvez que os cães usariam sua capacidade de leitura, em vez do
olfato. Ora, se é por isso, poderiam ter escrito o alerta em outro
idioma que os cães não soubessem ler...
Cães
farejadores, no aeroporto francês Captura de
tela, TV 5, da França, programa noticioso Le Journal, 6/12/2004,
01h43
3) naquele aeroporto francês,
qualquer mala vai para bordo de um avião, mesmo sem ter os adesivos
de praxe para identificação. Ou: quem teve a idéia
de colocar adesivos comuns nessa mala perigosa? Será que ao menos
colocou um do tipo: "Cuidado! Frágil!"?
Fala o
coronel Richard Alexandre, chefe da Gendarmerie des Trasports Aeriens Captura de
tela, TV 5, da França, programa noticioso Le Journal, 6/12/2004,
01h43
4) a polícia aeroportuária
francesa não teve ao menos a capacidade de colocar um dispositivo
rastreador, que emita sinais eletrônicos para sua localização.
Aquele botãozinho mesmo que nos filmes cômigos de espionagem
alguém coloca na capa do sujeito que se quer seguir, para que ele
fique transmitindo direto sua localização para um receptor,
permitindo rastreá-lo...
E a busca
prossegue, também nos aviões da Air France... Captura de
tela, TV 5, da França, programa noticioso Le Journal, 6/12/2004,
01h44
Pois é. Com policiais assim,
para quê terroristas? Foram farejadas possibilidades de tal história
figurar em boa colocação neste Festival
de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet)...
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