I-DÉIAS
Índio quer de volta o ouro
saído das Américas
Surpresa
para os chefes de Estado na reunião de cúpula 21/5/2002 sobre
Dívida Externa
Texto
assinado por Fernando Menezes está sendo circulado pela Internet,
chegando a Novo Milênio em 21/6/2002, exato um mês após
a reunião de chefes de Estado realizada na Espanha. Eis o texto,
conforme recebido, via Pedro Castilho, do Rio de Janeiro:
A conferência
dos chefes de estado da União Européia, Mercosul e Caribe,
encerrada no fim de semana passado, em Madri, viveu dois momentos surpreendentes.
O primeiro por causa da desatenção dos presidentes do México,
Vicent Fox, e do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. No intervalo de uma
sessão os dois conversaram com franqueza e desancaram os EUA que,
segundo FHC "fala muito e faz pouco". Não sabiam que os microfones
de uma estação de TV estavam ligados, e assim, apanhados
no contra-pé, admitiram a gafe.
Mas surpresa
mesmo tiveram os chefes de Estado europeus, que ouviram perplexos e calados
um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica
que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc, cacique de uma nação
indígena da América Central.
Eis o discurso:
"Aqui
estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil
anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos.
O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para
poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu
me pede o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por
Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Eu também posso reclamar pagamento
e juros. Consta no Arquivo das Índias que somente entre os anos
1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 quilos de ouro
e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Terá sido isso um saque? Não acredito porque seria pensar
que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!
Teria sido expoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer
que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. Teria
sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores,
como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada
do capitalismo e a atual civilização européia se devem
à inundação de metais preciosos!
Não, esses 185 mil quilos
de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros
empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento
da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de
crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução,
mas indenização por perdas e danos.
Prefiro pensar na hipótese
menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais
não foi mais do que o início de um plano Marshalltesuma,
para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas
deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra,
da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, poderemos
perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional desses fundos?
Não. No aspecto estratégico,
dilapidaram nas batalhas de Lepanto e outras formas de extermínio
mútuo. No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória
de 500 anos, de cancelar o capital e seus juros. Este quadro corrobora
a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia
subsidiada jamais pode funcionar, e nos obriga a reclamar-lhes o pagamento
do capital e dos juros.
Mas não cobraremos de nossos
irmão europeus vis e sanguinárias taxas de 20% e até
30% de juros. Nosso limite é exigir a devolução dos
metais preciosos, acrescida de um juro módico de 10%, acumulado
apenas durante os últimos 300 anos. Sobre esta base, e aplicando
a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores
que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de prata,
multiplicada por 300, isso quer dizer um número para cuja expressão
total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera o peso total do
planeta Terra." |
Quando terminou, o cacique nem sabia
que estava expondo tese de Direito Internacional. Os europeus ali reunidos
devem ter percebido que, nesse tempo de globalização e tecnologia,
índio já não quer mais apito, quer que lhe paguem
o devido, com juros. |