FEBEANET
Um Partido
Totalmente
partido
Alguém
me ajude a entender, devo ter perdido algumas aulas de Lógica na
escola e agora vejo a falta que me fazem. O Partido dos Trabalhadores (PT)
sempre defendeu mais verbas para o Ensino, não é? Afinal,
seu objetivo é que os trabalhadores tenham maior acesso às
escolas e, dentro delas, a um ensino de melhor nível, correto?
Então,
alguém me explique o motivo de um vereador paulistano ser expulso
do PT por ter reivindicado a manutenção das verbas municipais
para a Educação. Explique ainda como quem pede a expulsão
é a própria prefeita municipal, que também falava
em mais verbas para a educação, e agora, no poder, corta
essas verbas? Essa prefeita é do PT, e o partido ainda concorda
com ela? Como diria aquele personagem de antigo programa de televisão,
Planeta
dos Macacos: "Não precisa explicar, eu só queria entender..."
Segundo relatam
vários artigos de jornais e revistas disponíveis na Internet,
além de outras manifestações, o vereador paulistano
Carlos Giannazi apenas foi coerente com as políticas do partido,
razão pela qual não poderia aceitar que a prefeita Marta
Suplicy reduzisse a verba para a Educação, de 30% para 25%
do orçamento municipal. Por isso, foi expulso do partido em 17/4/2002,
após o julgamento pela Comissão de Ética do PT (que
não precisou mais do que os exatos 60 dias do prazo básico
para chegar a tão brilhante conclusão).
Ressalte-se
que a redução da verba para Educação ocorre
num momento em que faltam vagas nas escolas municipais para ao menos 26
mil crianças (segundo a própria prefeitura) ou talvez até
300 mil (segundo o professor e vereador ex-petista), como citado em notícias
coletadas pelo site Aprendiz.
Na verdade, o próprio governo não sabe o número de
crianças sem vagas nas escolas paulistanas, como admite o líder
do governo Marta Suplicy na Câmara Municipal, José Mentor.
Bem, depois
desta, esperamos que o partido partido (substantivo+adjetivo) saiba ao
menos ler o que foi dito acima e entender o motivo de sua inclusão
neste Festival de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet)!
Leia também, abaixo, o que desse grupo político tem sido
dito na Internet...
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O XXVIII Congresso
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE- CUT), que reuniu
1.617 delegados em sua plenária final, aprovou moção
de solidariedade ao vereador Carlos Giannazi, que vem sofrendo sanções
do PT por ter votado contra a redução do percentual dos gastos
com educação no município de São Paulo. Eis
a íntegra da moção:
“O XXVIII Congresso
Nacional dos Trabalhadores em Educação — CNTE CUT, realizado
entre 16 e 19 de janeiro de 2002, em Blumenau (SC), vem manifestar sua
solidariedade e repúdio a qualquer tipo de punição
ao professor e vereador Carlos Giannazi (PT-SP) que está provisoriamente
suspenso da bancada do PT, não podendo exercer suas atividades legislativas
em nome do seu partido.
Além disso,
a direção municipal do PT formou uma comissão de ética
que irá discutir sobre outras punições ao vereador,
e até mesmo a expulsão.
O vereador Carlos
Giannazi (PT) presidiu uma CPI da Educação contra a não
aplicação dos 30% nas gestões de Maluf e Pitta, e
coerente com a defesa histórica dos 30% da educação,
tanto pelo PT como pelo conjunto do movimento dos educadores, votou contra
o projeto da prefeita Marta Suplicy, que reduziu de 30% para 25% as verbas
destinadas à manutenção e desenvolvimento do ensino.
Entendemos que
a posição do vereador expressa a defesa de uma bandeira histórica,
não só do PT, mas de todos os educadores do Brasil.” |
Jornal
da Tarde - S.Paulo, 5 de fevereiro de 2002
Giannazi, o rebelde, no banco
dos réus do PT
LEANDRO CIPOLONI
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Sentados na forma
de um semicírculo, os quatro 'inquisidores'. De lado, um auxiliar
gravando o depoimento e uma funcionária à frente do computador.
No centro, o rebelde. Durante 1h30, fechado numa pequena sala do diretório
municipal do Partido dos Trabalhadores, o vereador Carlos Giannazi prestou
ontem depoimento à comissão de ética e disciplina
do partido, que o julga por ter votado contra determinação
municipal.
O processo contra
o vereador teve início em 17 de janeiro. Pelo estatuto petista,
a comissão tem 60 dias, prorrogáveis por outros 30, para
elaborar um parecer - que será julgado pelos membros do diretório.
O grupo de ética
tem cinco membros: Juscelino Neto, Maria Cleonice, Rosa de Lima, Altair
Bezerra e João Whitaker. Este último, filho do ex-vereador
Chico Whitaker, faltou. Os membros da comissão são escolhidos
na eleição para o diretório.
A caçada
a Giannazi já dura 40 dias - desde sua suspensão das atividades
parlamentares, em 27 de dezembro, quando descumpriu a determinação
do partido. O vereador, professor sindicalista, votou contra o projeto
de lei e a proposta de alteração da Lei Orgânica do
Município, ambos de autoria da prefeita Marta Suplicy, que previam
a redução da obrigatoriedade dos gastos para manutenção
e desenvolvimento do ensino.
A antiga regra,
que destinava 30% da arrecadação municipal para a educação,
foi uma luta da antiga administração petista em São
Paulo, sob o comando de Luiza Erundina. Agora, serão destinados
31%. "É maquiagem", avisa Giannazi.
Diversos gastos,
que antes não pertenciam às contas do setor, agora serão
incorporados - como transporte, merenda e gastos com servidores inativos.
Os novos itens nas contas podem representar quase metade dos gastos.
Diante da polêmica
interna, à época da apresentação da proposta,
a direção municipal do partido fechou questão em favor
do projeto da prefeita.
Giannazi se negou
a apoiar o projeto, votou contra e foi suspenso.
"Estou sendo coerente
com a história do partido, que vale mais do que o estatuto", disse
Giannazi, depois do depoimento - no qual foi questionado sobre as regras
internas e sobre sua postura, levando o debate à imprensa.
"Estão
me julgando por infidelidade partidária. Mas quem tinha de estar
sentada lá era a prefeita, por sua infidelidade programática."
Além do
vereador, depuseram ontem o deputado federal Ivan Valente e a secretária
de Educação de Diadema, Lisete Aleraro. Ambos são
testemunhas de defesa de Giannazi. "Em vez de ser punido, o vereador deveria
ser premiado pela coerência", disse Valente.
O presidente do
diretório municipal, vereador Ítalo Cardoso, disse ontem
que não quer se manifestar sobre o assunto até o término
da comissão.
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