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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/23/02 10:21:07
FEBEANET
Rosebrahmane, uma candidata a cerveja

Imagem original da campanha da cerveja BrahmaDepois do pai, o ex-presidente José Sarney (que alguns apelidaram de Pilatos da Alvorada, por seu estilo de governo), escrever a imortal obra da literatura brasileira Marimbondos de Fogo, aclamada pela Academia Brasileira de Letras como merecedora de figurar entre os clássicos da produção literária nacional, é a vez da filha Roseana, governadora do Maranhão, botar fogo na política brasileira. Como se já não bastasse o porre causado ao país pelo Toninho Malvadeza e seu ex-parceiro, auto-apelidado de Vagabundo ao Cubo (expressão carinhosa que significa "aposentado três vezes", criada a partir de uma definição cunhada por um certo ex-sociólogo da Sorbonne).

O problema é que os publicitários que cuidam da campanha de Rosebrahmane Sarney devem ter bebido umas a mais e não calibraram bem a propaganda, ao ponto de associarem explicitamente uma pré-candidata à presidência da República a uma conhecida marca de cerveja, copiando o seu famoso mote: "É a número 1!"

Comparação inevitável entre as campanhas da candidata e da cerveja...
Só para lembrar, conta a própria Brahma em seu site na Internet que a campanha da Número 1 é bem recente - durou oficialmente de 1991 a 1999, não tendo portanto havido tempo para ser esquecida pelas pessoas (já que decorre um bom tempo entre o fim de uma campanha e a retirada de todos os cartazes nos pontos de venda, por exemplo):
 

Em massacrante campanha publicitária, veiculada na televisão em janeiro de 2002, especialmente nos intervalos da novela global O Maranhão (ops!: O Clone!), pessoas de diversas profissões clonam o símbolo do dedo levantado que se popularizou com a campanha da Brahma:
 

Imagens originais da campanha do partido PFL na televisão Imagens originais da campanha do partido PFL na televisão
Imagens originais da campanha do partido PFL na televisão Imagens originais da campanha do partido PFL na televisão
Imagens originais da campanha do partido PFL na televisão Imagens originais da campanha do partido PFL na televisão

Bebedores de outras cervejas estudam inclusive a possibilidade de um protesto junto ao Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar), por propaganda enganosa, já que, segundo seus números, na gestão da governadora Rosebrahmane o Maranhão se tornou o estado número 1 do Brasil, mas em miséria.

O governo do Maranhão fechou (em 14/1/2002) uma campanha de merchandising dos pontos turísticos do estado durante a exibição da novela O Clone, da TV Globo (segundo informação da própria emissora, que depois alguns representantes do governo maranhense tentaram desmentir). Informa a emissora ter ocorrido uma permuta, com o governo do Maranhão assumindo as despesas de transporte e estadia dos artistas, técnicos e equipamentos da Globo que gravariam cenas nos Lençóis Maranhenses e na capital São Luiz. Vale recordar que quatro retransmissoras da TV Globo no Maranhão são concessões controladas pela família Sarney.

Comentário de um internauta, na lista de debates sobre negócios Widebiz, em 19/1/2002: "O mais engraçado dessa história toda é que de uns tempos pra cá, Nova marca na política nacional. Beba com moderação.segundo a Globo e as campanhas de Roseana, o Maranhão passou a ser o melhor estado brasileiro. Eles se esqueceram, por exemplo, de que o Maranhão é o 4º estado brasileiro com maior indice de analfabetismo (26% da população), perdendo apenas para Alagoas (31%), Piauí (28%) e Paraíba (27%). Informações do último censo realizado pelo IBGE em 2000." Outros indicadores apontam aquele estado como campeão da miséria, com mais de 60% dos habitantes vivendo abaixo da chamada "linha da pobreza", com renda inferior à metade do salário mínimo nacional.

Aliás, é sintomático que a professora do comercial da Rosebrahmane esteja pensando em bananas e ratos, segundo o que consta na lousa... profecia de que, como naquele estado, a candidata pretenda depois também dar uma banana ao Brasil, talvez deixando também espaço para os ratos de sempre continuarem roendo o Tesouro Nacional?

Coincidências? - Já foi percebida a semelhança entre as manobras para o lançamento da candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello (também apoiado pela rede de televisão da qual detinha afiliadas em Alagoas) e as de 2002. 

No primeiro caso, foi providenciada a apresentação da mini-série Anos Rebeldes, destacando a coragem dos jovens em mudar os destinos do País - e o candidato então era um presidente que procurava passar a imagem de um jovem rebelde. Dez anos depois, a emissora se lança a novela Desejos de Mulher, mostrando como as mulheres têm plena condição de assumir cargos importantes, tendo como personagem central Andréa VARGAS (sobrenome bem conhecido na política brasileira), representada pela atriz Regina Duarte. Coincidentemente, na política, uma Sarney se apresenta destacando a condição de mulher, desejando - apenas pelo fato de ser mulher - o cargo de presidente da República...

Escandalo do BEM - A propósito, circula pela Internet esta denúncia, que Novo Milênio recebeu em 10/1/2002, e que no mínimo deveria ser melhor apurada pelas autoridades federais:
 

Direito_Saúde e Bioética -- 10.01.2002
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ROMBO NO BEM

Sob administração do Banco Central, descobriu-se que a gestão no Banco do Estado do Maranhão - BEM (durante o governo de Roseana) escondia um escândalo, mantido em segredo até hoje.

Trata-se de um relatório do próprio BEM, de 48 páginas, redigido em dezembro do ano passado com base em auditoria do Banco Central.

Os fiscais descobriram que o último balanço produzido pela administração estadual, em junho do ano passado, era uma obra de ficção. Apresentava um lucro de 2,2 milhões de reais, mas, segundo o BC, a instituição na verdade teve um prejuízo milionário de "pelo menos", afirma o relatório, 31,6 milhões de reais. O dono da mágica foi o então presidente do BEM, Afonso Pantoja, velho amigo da governadora. Por sua contabilidade, o banco tivera lucro e pôde até distribuir dividendos aos diretores.

Pantoja embolsou cerca de 30.000 reais. Em vez de punido, ele foi premiado. Viu-se indicado por Roseana para integrar a direção do BEM federalizado. Pantoja ganhou outro prêmio.

O marido da governadora, Jorge Murad, indicou-o para cuidar da tesouraria do Sebrae do Maranhão.

Num governo exercido por uma mulher, Jorge Murad é considerado o homem forte da administração estadual.

É chamado, em tom jocoso, de "o primeiro-damo do Maranhão". É um dos gerentes de Roseana. Acumula as antigas secretarias da Fazenda, Indústria e Comércio, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agricultura. Tem 40% do orçamento do Estado nas mãos? e ainda detém o poder de liberar ou reter os outros 60%.

No que diz respeito a dinheiro, o clã dos Sarney sabe trabalhar. Tudo começou quando o pai de Sarney vendeu uma máquina de escrever para que o filho, nascido em Pinheiro, fosse estudar na capital. José Sarney está há 47 anos na política e fez um belíssimo pé-de-meia.

Além do império de comunicação, tem uma mansão colonial cercada por uma floresta de coqueiros de babaçu, conhecida como Casa do Calhau, e é dono da Ilha do Curupu, uma estupenda reserva ambiental onde só se chega de barco ou avião. Numa estimativa conservadora, a família Sarney teria hoje um patrimônio de 125 milhões de reais.

O suficiente para sustentar incontáveis gerações de Sarneys. Dentro ou fora da política. Quando Roseana assumiu, o Banco do Estado do Maranhão (BEM) era lucrativo, com 40 milhões em caixa.

Em 1999, apresentava um rombo de 211 milhões, coberto com dinheiro do contribuinte despachado pelo governo federal. Ela tentou privatizar o banco, não conseguiu, e o BEM acabou federalizado. Sob administração do Banco Central, descobriu-se que a gestão no banco escondia um escândalo, mantido em segredo até hoje.

E ela está com 20 por cento das intenções de voto. Pode? Antes que, como Collor, ela seja eleita, pois que vem sendo cuidadosamente fabricada em laboratório, vamos instruir o máximo de amigos e amigas sobre a filhinha do ex-presidente Centrão Sarney.

O Brasil deve sua miséria a, dentre outros fatores, política genocida do Partido da Frente Liberal, cujos governos estaduais carcomem as finanças públicas. O voto consciente precisa ser exercido, ou nossas mazelas, nossa pobreza, demorarão a desaparecer.

Elaine Lemos - mailto:elaine.lemos@intelig.net.br

Bem, aguardemos o próximo lance nesta campanha. Virá um candidato daqueles que "refresca até pensamento"? Ou uma tartaruga esperta que atrai louras e morenas para seu caminhão de cerveja e estaciona num motel? Quem sabe um siri mostrando as nádegas ao País? Mais uma vez, o Brasil será atraído pelo canto da sereia, descendo redondo pelo ralo enquanto a lendária figura mostra o tamanho minúsculo do... peixinho? Bem, num país em que os escândalos políticos (tssss...ic, tsic) costumam acabar em pizza, até que uma cerveja ajuda a engolir...

De qualquer forma, entre um gole e outro, esta campanha da Rosebrahmane já está inscrita no Festival de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet). Hic!