FEBEANET
Rosebrahmane, uma candidata a cerveja
Depois
do pai, o ex-presidente José Sarney (que alguns apelidaram de Pilatos
da Alvorada, por seu estilo de governo), escrever a imortal obra da literatura
brasileira Marimbondos de Fogo, aclamada pela Academia Brasileira
de Letras como merecedora de figurar entre os clássicos da produção
literária nacional, é a vez da filha Roseana, governadora
do Maranhão, botar fogo na política brasileira. Como se já
não bastasse o porre causado ao país pelo Toninho Malvadeza
e seu ex-parceiro, auto-apelidado de Vagabundo ao Cubo (expressão
carinhosa que significa "aposentado três vezes", criada a partir
de uma definição cunhada por um certo ex-sociólogo
da Sorbonne).
O problema
é que os publicitários que cuidam da campanha de Rosebrahmane
Sarney devem ter bebido umas a mais e não calibraram bem a propaganda,
ao ponto de associarem explicitamente uma pré-candidata à
presidência da República a uma conhecida marca de cerveja,
copiando o seu famoso mote: "É a número 1!"
Só para
lembrar, conta a própria Brahma em seu site na Internet que a campanha
da Número 1 é bem recente - durou oficialmente de 1991 a
1999, não tendo portanto havido tempo para ser esquecida pelas pessoas
(já que decorre um bom tempo entre o fim de uma campanha e a retirada
de todos os cartazes nos pontos de venda, por exemplo):
Em massacrante
campanha publicitária, veiculada na televisão em janeiro
de 2002, especialmente nos intervalos da novela global O Maranhão
(ops!: O Clone!), pessoas de diversas profissões clonam o
símbolo do dedo levantado que se popularizou com a campanha da Brahma:
Bebedores de
outras cervejas estudam inclusive a possibilidade de um protesto junto
ao Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária
(Conar), por propaganda enganosa, já que, segundo seus números,
na gestão da governadora Rosebrahmane o Maranhão se tornou
o estado número 1 do Brasil, mas em miséria.
O governo do
Maranhão fechou (em 14/1/2002) uma campanha de merchandising
dos pontos turísticos do estado durante a exibição
da novela O Clone, da TV Globo (segundo informação
da própria emissora, que depois alguns representantes do governo
maranhense tentaram desmentir). Informa a emissora ter ocorrido uma permuta,
com o governo do Maranhão assumindo as despesas de transporte e
estadia dos artistas, técnicos e equipamentos da Globo que gravariam
cenas nos Lençóis Maranhenses e na capital São Luiz.
Vale recordar que quatro retransmissoras da TV Globo no Maranhão
são concessões controladas pela família Sarney.
Comentário
de um internauta, na lista de debates sobre negócios Widebiz,
em 19/1/2002: "O mais engraçado dessa história toda é
que de uns tempos pra cá, segundo
a Globo e as campanhas de Roseana, o Maranhão passou a ser o melhor
estado brasileiro. Eles se esqueceram, por exemplo, de que o Maranhão
é o 4º estado brasileiro com maior indice de analfabetismo
(26% da população), perdendo apenas para Alagoas (31%), Piauí
(28%) e Paraíba (27%). Informações do último
censo realizado pelo IBGE em 2000." Outros indicadores apontam aquele estado
como campeão da miséria, com mais de 60% dos habitantes vivendo
abaixo da chamada "linha da pobreza", com renda inferior à metade
do salário mínimo nacional.
Aliás,
é sintomático que a professora do comercial da Rosebrahmane
esteja pensando em bananas e ratos, segundo o que consta na lousa... profecia
de que, como naquele estado, a candidata pretenda depois também
dar uma banana ao Brasil, talvez deixando também espaço para
os ratos de sempre continuarem roendo o Tesouro Nacional?
Coincidências?
- Já foi percebida a semelhança entre as manobras para o
lançamento da candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello
(também apoiado pela rede de televisão da qual detinha afiliadas
em Alagoas) e as de 2002.
No primeiro
caso, foi providenciada a apresentação da mini-série
Anos
Rebeldes, destacando a coragem dos jovens em mudar os destinos do País
- e o candidato então era um presidente que procurava passar a imagem
de um jovem rebelde. Dez anos depois, a emissora se lança a novela
Desejos
de Mulher, mostrando como as mulheres têm plena condição
de assumir cargos importantes, tendo como personagem central Andréa
VARGAS (sobrenome bem conhecido na política brasileira), representada
pela atriz Regina Duarte. Coincidentemente, na política, uma Sarney
se apresenta destacando a condição de mulher, desejando
- apenas pelo fato de ser mulher - o cargo de presidente da República...
Escandalo
do BEM - A propósito, circula pela Internet esta denúncia,
que Novo Milênio recebeu em 10/1/2002, e que no mínimo
deveria ser melhor apurada pelas autoridades federais:
Direito_Saúde
e Bioética -- 10.01.2002
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ROMBO NO BEM
Sob administração
do Banco Central, descobriu-se que a gestão no Banco do Estado do
Maranhão - BEM (durante o governo de Roseana) escondia um escândalo,
mantido em segredo até hoje.
Trata-se de
um relatório do próprio BEM, de 48 páginas, redigido
em dezembro do ano passado com base em auditoria do Banco Central.
Os fiscais
descobriram que o último balanço produzido pela administração
estadual, em junho do ano passado, era uma obra de ficção.
Apresentava um lucro de 2,2 milhões de reais, mas, segundo o BC,
a instituição na verdade teve um prejuízo milionário
de "pelo menos", afirma o relatório, 31,6 milhões de reais.
O dono da mágica foi o então presidente do BEM, Afonso Pantoja,
velho amigo da governadora. Por sua contabilidade, o banco tivera lucro
e pôde até distribuir dividendos aos diretores.
Pantoja embolsou
cerca de 30.000 reais. Em vez de punido, ele foi premiado. Viu-se indicado
por Roseana para integrar a direção do BEM federalizado.
Pantoja ganhou outro prêmio.
O marido da
governadora, Jorge Murad, indicou-o para cuidar da tesouraria do Sebrae
do Maranhão.
Num governo
exercido por uma mulher, Jorge Murad é considerado o homem forte
da administração estadual.
É chamado,
em tom jocoso, de "o primeiro-damo do Maranhão". É um dos
gerentes de Roseana. Acumula as antigas secretarias da Fazenda, Indústria
e Comércio, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agricultura. Tem
40% do orçamento do Estado nas mãos? e ainda detém
o poder de liberar ou reter os outros 60%.
No que diz
respeito a dinheiro, o clã dos Sarney sabe trabalhar. Tudo começou
quando o pai de Sarney vendeu uma máquina de escrever para que o
filho, nascido em Pinheiro, fosse estudar na capital. José Sarney
está há 47 anos na política e fez um belíssimo
pé-de-meia.
Além
do império de comunicação, tem uma mansão colonial
cercada por uma floresta de coqueiros de babaçu, conhecida como
Casa do Calhau, e é dono da Ilha do Curupu, uma estupenda reserva
ambiental onde só se chega de barco ou avião. Numa estimativa
conservadora, a família Sarney teria hoje um patrimônio de
125 milhões de reais.
O suficiente
para sustentar incontáveis gerações de Sarneys. Dentro
ou fora da política. Quando Roseana assumiu, o Banco do Estado do
Maranhão (BEM) era lucrativo, com 40 milhões em caixa.
Em 1999, apresentava
um rombo de 211 milhões, coberto com dinheiro do contribuinte despachado
pelo governo federal. Ela tentou privatizar o banco, não conseguiu,
e o BEM acabou federalizado. Sob administração do Banco Central,
descobriu-se que a gestão no banco escondia um escândalo,
mantido em segredo até hoje.
E ela está
com 20 por cento das intenções de voto. Pode? Antes que,
como Collor, ela seja eleita, pois que vem sendo cuidadosamente fabricada
em laboratório, vamos instruir o máximo de amigos e amigas
sobre a filhinha do ex-presidente Centrão Sarney.
O Brasil deve
sua miséria a, dentre outros fatores, política genocida do
Partido da Frente Liberal, cujos governos estaduais carcomem as finanças
públicas. O voto consciente precisa ser exercido, ou nossas mazelas,
nossa pobreza, demorarão a desaparecer.
Elaine Lemos
- mailto:elaine.lemos@intelig.net.br |
Bem,
aguardemos o próximo lance nesta campanha. Virá um candidato
daqueles que "refresca até pensamento"? Ou uma tartaruga esperta
que atrai louras e morenas para seu caminhão de cerveja e estaciona
num motel? Quem sabe um siri mostrando as nádegas ao País?
Mais uma vez, o Brasil será atraído pelo canto da sereia,
descendo redondo pelo ralo enquanto a lendária figura mostra o tamanho
minúsculo do... peixinho? Bem, num país em que os escândalos
políticos (tssss...ic, tsic) costumam acabar em pizza, até
que uma cerveja ajuda a engolir...
De qualquer
forma, entre um gole e outro, esta campanha da Rosebrahmane já está
inscrita no Festival de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet).
Hic!
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