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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/25/01 15:25:58
FEBEANET
Ensinando a gastar


Este absurdo de gastança precisa chegar ao conhecimento do presidente Fernando Henrique Cardoso, conhecido pelo seu pão-durismo, para as devidas providências. Afinal, o Brasil é um país em crise econômica permanente, causada mais pela incompetência dos gestores dos recursos materiais e humanos nacionais do que pela falta deles. 

Está na hora de o pessoal da "Ilha da Fantasia", como é conhecida a capital federal, se conscientizar de que há formas bem mais simples e bem menos onerosas de obter os mesmos resultados ou até melhores (um daqueles pronunciamentos em rede nacional de rádio e televisão, por exemplo, não teria custo algum para o governo...). O único problema, ao que parece, é que pensar em formas de economia - para essas pessoas, pelo menos - custa muito (talvez por falta de hábito). 
 

Custo Brasília
 
Carta de leitor, publicada na página 2 do Jornal da Orla, distribuído na Baixada Santista em 24-25/11/2001:
Sr. redator:

O Ministério da Educação, através de sua Assessoria de Comunicação Social, distribuiu milhares de cartas assinadas pelo ministro Paulo Renato Souza, agradecendo a resposta das mães sobre o Dia Nacional da Família na Escola. Pela cartinha, só no estado de São Paulo, foram 1 milhão e 800 mil mães que responderam ao questionário e, portanto, receberam a cartinha anotando o dia 13 de novembro como data do segundo semestre para o tal "Dia Nacional da Família na Escola".

Na casa do diretor do jornal Acontece, Washington Luiz de Paula, de Peruíbe, SP, chegaram três destas cartas de mesmo teor, em nome de sua esposa, Neide Toledo de Paula, a um custo de postagem nos Correios de R$ 0,55 cada. 

Multiplicados pela "1 milhão e 800 mil mães", isto chega a uma cifra de R$ 990.000,00 de gastos com selos que, caso todas estas mães tenham recebido triplicata da cartinha do ministro Paulo Renato Souza, o gasto pula facilmente para R$ 2.970.000,00, ou em outras letras: dois milhões, novecentos e setenta mil reais!!! 

Claro que não contamos aqui o custo de impressão da cartinha, mas o que daria para fazer com esse dinheiro em prol da educação fica por conta dos técnicos no assunto.

Washington Luiz de Paula

E o ministro ainda reclama de falta de verbas para a Educação! A propósito, note-se que a conta se refere apenas ao estado de São Paulo, mas o programa é nacional, portanto deve-se agregar aí a despesa de impressão e postagem das cartinhas para o resto do Brasil. Fora o - também não mencionado - custo dos funcionários do Ministério alocados nesse envio de cartas e de toda a burocracia interna desse órgão público.

Mesmo que fosse o caso de enviar as cartinhas, decerto uma rápida negociação com os Correios e uma análise atenta dos regulamentos postais permitiria baixar bem o custo unitário. Afinal, R$ 0,55 é a tarifa unitária básica, e o correio tem vários recursos com menores custos para a postagem de grandes volumes de correspondência (existe até, para uso em certos casos, a chamada carta social, a R$ 0,01 por mensagem)...

Caro ministro: informamos que a inscrição deste caso no Festival de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet) é gratuita e já está feita. Considere-se informado disso pela leitura desta página, pois não vamos lhe enviar uma cartinha que seja - nem para agradecer pela sua contribuição com a criação de tal história para este Febeanet...