FEBEANET
Ensinando a gastar
Este
absurdo de gastança precisa chegar ao conhecimento do presidente
Fernando Henrique Cardoso, conhecido pelo seu pão-durismo, para
as devidas providências. Afinal, o Brasil é um país
em crise econômica permanente, causada mais pela incompetência
dos gestores dos recursos materiais e humanos nacionais do que pela falta
deles.
Está na hora de o pessoal
da "Ilha da Fantasia", como é conhecida a capital federal, se conscientizar
de que há formas bem mais simples e bem menos onerosas de obter
os mesmos resultados ou até melhores (um daqueles pronunciamentos
em rede nacional de rádio e televisão, por exemplo, não
teria custo algum para o governo...). O único problema, ao que parece,
é que pensar em formas de economia - para essas pessoas, pelo menos
- custa muito (talvez por falta de hábito).
Custo Brasília
Carta
de leitor, publicada na página 2 do Jornal da Orla, distribuído
na Baixada Santista em 24-25/11/2001:
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Sr. redator:
O Ministério
da Educação, através de sua Assessoria de Comunicação
Social, distribuiu milhares de cartas assinadas pelo ministro Paulo Renato
Souza, agradecendo a resposta das mães sobre o Dia Nacional da Família
na Escola. Pela cartinha, só no estado de São Paulo, foram
1 milhão e 800 mil mães que responderam ao questionário
e, portanto, receberam a cartinha anotando o dia 13 de novembro como data
do segundo semestre para o tal "Dia Nacional da Família na Escola".
Na casa do
diretor do jornal Acontece, Washington Luiz de Paula, de Peruíbe,
SP, chegaram três destas cartas de mesmo teor, em nome de sua esposa,
Neide Toledo de Paula, a um custo de postagem nos Correios de R$ 0,55 cada.
Multiplicados
pela "1 milhão e 800 mil mães", isto chega a uma cifra de
R$ 990.000,00 de gastos com selos que, caso todas estas mães tenham
recebido triplicata da cartinha do ministro Paulo Renato Souza, o gasto
pula facilmente para R$ 2.970.000,00, ou em outras letras: dois milhões,
novecentos e setenta mil reais!!!
Claro que não
contamos aqui o custo de impressão da cartinha, mas o que daria
para fazer com esse dinheiro em prol da educação fica por
conta dos técnicos no assunto.
Washington
Luiz de Paula
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E o ministro ainda reclama de falta
de verbas para a Educação! A propósito, note-se que
a conta se refere apenas ao estado de São Paulo, mas o programa
é nacional, portanto deve-se agregar aí a despesa
de impressão e postagem das cartinhas para o resto do Brasil. Fora
o - também não mencionado - custo dos funcionários
do Ministério alocados nesse envio de cartas e de toda a burocracia
interna desse órgão público.
Mesmo que fosse o caso de enviar
as cartinhas, decerto uma rápida negociação com os
Correios e uma análise atenta dos regulamentos postais permitiria
baixar bem o custo unitário. Afinal, R$ 0,55 é a tarifa unitária
básica, e o correio tem vários recursos com menores custos
para a postagem de grandes volumes de correspondência (existe até,
para uso em certos casos, a chamada carta social, a R$ 0,01 por mensagem)...
Caro ministro: informamos que a inscrição
deste caso no Festival de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet)
é gratuita e já está feita. Considere-se informado
disso pela leitura desta página, pois não vamos lhe enviar
uma cartinha que seja - nem para agradecer pela sua contribuição
com a criação de tal história para este Febeanet...
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