FEBEANET
SSs
Sílvio Santos Sequestrado,
Sem Segurança
Quem
quiser visitar o animador de televisão Sílvio Santos em casa,
já sabe: é só aparecer por lá precisamente
às 7 horas da manhã, pular o muro (é baixinho) e ir
entrando, que nem polícia, nem cachorros, nem vigilantes, nem câmeras
de vídeo vão incomodar. Mesmo com um sequestro em andamento,
não tem problema, é só aparecer e dar um alô
ao famoso apresentador do Baú da Felicidade.
É o que descobriram os sequestradores
de sua filha, que apesar de sua notória inexperiência não
tiveram qualquer dificuldade para a execução do crime e receber
o resgate de R$ 500 mil (parcialmente recuperados). Depois de libertada
a filha no dia 28/8/2001 e presos dois dos sequestradores, o mentor do
sequestro, Fernando Dutra Pinto, telefona para a família do Senor
Abravanel (SS) e faz ameaças, caso não afaste a polícia
do caso.
Em seguida, na noite de 29/8, a polícia
o localiza em um flat em São Paulo. Um policial sobe com
o mentor do sequestro no elevador, e apesar da inexperiência desse
criminoso, ele reconhece que seu colega de elevador é policial.
Incrivelmente, consegue desarmar o policial e, ao sair do elevador, ainda
mata dois outros policiais. Mesmo ferido e com o prédio cercado,
ele foge e é perseguido, por terra e com helicópteros.
A tragicomédia continua: ao
contrário do que aconselham especialistas em segurança, não
é providenciada a retirada da família de Sílvio Santos
da sua residência até que todos os sequestradores sejam capturados.
Sequer é providenciada uma melhoria na segurança do local.
Então, o sequestrador vai
até a residência de Sílvio Santos, mesmo com toda a
polícia paulista à sua procura, e precisamente
às 7 horas do dia 30/8, tranquilamente pula o muro - só
a imprensa vê e filma (uma jornalista da TV Bandeirantes até
avisa a polícia de que o sequestrador passou duas vezes diante da
casa e em seguida pulou o muro, sem que esta se mobilize rapidamente em
função dessa informação).
Dentro da casa, rende o apresentador
e sua família e inicia uma aventura que paralisa o Brasil (o mercado
financeiro, por exemplo, não operou até o final do caso -
exige a saída do caso da polícia civil, por acreditar que
os policiais tentariam vingar a morte dos colegas. Exige a presença
do juiz, do governador, do secretário de segurança, de uma
médica especializada, quer advogado, colete à prova de bala,
que os helicópteros não se aproximem da casa etc.
Em outras palavras: um rapaz inexperiente
consegue enganar toda a força policial paulista, burlar várias
vezes a ação da polícia, voltar ao local do primeiro
crime e praticar novo crime (a invasão da casa e rendição
dos moradores), no mesmo horário e do mesmo modo. Portanto, está
mais do que justificada a inscrição deste caso no Festival
de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet).
É preciso dizer mais?
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