HUMOR
Liras de amor, através dos tempos
Grandes mudanças ocorreram no Brasil nos últimos 100 anos, afetando inclusive o relacionamento entre os apaixonados, como
demonstra esta mensagem de Zélia Catharina M. Pitrè, repassada em 30/5/2001 à lista de debates Novo Milênio pela internauta
Vanda Damiani:
LIRAS DE AMOR, ATRAVÉS DOS TEMPOS
ANOS 10 - Ele, de terno, colete e cravo na lapela, embaixo da
janela dela, canta:
"Tão longe, de mim distante, onde irá, onde irá teu pensamento?
Quisera saber agora se esqueceste, se esqueceste o juramento.
Quem sabe se és constante, se ainda é meu teu pensamento
e minh'alma toda de fora, da saudade, agro tormento!"
DÉCADA DE 20 - Ele, de terno branco e chapéu de palha, embaixo do
sobrado em que ela mora, canta:
"Ó linda imagem, de mulher que me seduz!
Ah, se eu pudesse tu estarias num altar!
És a rainha dos meus sonhos és a luz,
és malandrinha, não precisas trabalhar..."
ANOS 30 - Ele, de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde
ela mora, canta:
"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus
esculturada. És formada com o ardor da alma da mais linda flor de mais ativo olor, que na vida és preferida pelo beija-flor..."
ANOS 40 - Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira, escreve
para a Rádio Nacional e manda oferecer a ela uma linda música:
"A deusa da minha rua tem os olhos onde a lua costuma-se embriagar.
Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar..."
ANOS 50 - Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a
interpretação de uma bela bossa:
"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela menina que vem
e que passa, no doce balanço a caminho do mar. Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema. É a
coisa mais linda que eu já vi passar..."
ANOS 60 - Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do
braço, ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é
maior que o meu amor nem mais bonito, me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você..."
ANOS 70 - Ele chega em seu fusca, com tala larga, sacode o cabelão,
abre a porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:
"Sem querer fui me lembrar, duma rua e seus ramalhetes, do amor
anotado em bilhetes, daquelas tardes... Do muro do Sacre-Coeur, do uniforme e olhar de rapina, nossos bailes do clube da esquina,
quantas saudades...."
ANOS 80 - Ele telefona pra ela e deixa rolar um som:
"Fonte de mel, num olhos de gueixa, Kabuk, máscara. Choque entre o
azul e o choque de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol..."
ANOS 90 - Ele liga pra ela e deixa gravada uma música, na secretária
eletrônica:
"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz, mas já não há
caminhos pra voltar. E o que é que a vida fez da minha vida? O que é que a gente não faz por amor?"
ANO 2001 - Ele captura na Internet um batidão legal e manda pra ela,
por e-mail:
"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar
muita pressão! Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te cortar na mão! Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou
sim!"
COMO AS COISAS PODEM PIORAR, O QUE SERÁ QUE VEM DAQUI PRA FRENTE?
Zélia Catharina M.Pitrè
Santos-SP-Brasil
Bem, o tempo se encarregou de responder tal pergunta,
como se verifica neste arquivo de apresentação PowerPoint com as músicas das últimas décadas (e destes primeiros anos do século
XXI...), produzido em 18 de maio de 2006 por um certo Trajano e repassado ao clube Novo Milênio, em 1º de setembro de 2006,
pela internauta santista Maria Abigail Apolo da Silveira. Clique >>aqui<< ou na imagem abaixo para obter o arquivo (de 3,34 MB):
Imagem: captura de tela do
aplicativo. Clique na imagem para obtê-lo
Mas, nem tudo está perdido! Pelo menos em alguns lugares
do mundo, o romantismo continua existindo, mesmo adaptado aos novos tempos. Veja este inédito pedido de uma moça em casamento, em
arquivo de vídeo repassado ao clube Novo Milênio, em 24 de fevereiro de 2006, pela internauta santista Sandra Maria Fernandes
de Mendonça. Clique >>aqui<< ou na imagem
abaixo para obter o arquivo (de 3,81 MB, em formato Windows Media Video - .wmv - com 97 segundos a 330 kbps, em tela de 398x326):
Imagem: captura de tela do
aplicativo. Clique na imagem para obtê-lo |