Febeanet
Stanislaw,
torcedor do velho time ponte-pretano, criou em 1966 um festival que assolou
o país da gloriosa Redentora e fez tanto sucesso que teve uma segunda
parte logo no ano seguinte. Outro ano se passou, o Stan não agüentou
esta terra do crioulo doido e foi fazer humor no andar de cima.
O amigo e a amiga hão de convir
que, na ausência daquele notável cronista, seus personagens
se libertaram do papel, ganharam mais desenvoltura e conquistaram o mundo.
E continuam aprontando mil e uma besteiras, agora em escala globalizada.
32 anos depois - O tempo foi
passando, o Rosamundo virou naval e, sempre distraído, afundou um
submarino em mar de almirante (vai ver, talvez porque ele seja contra-almirante):
esqueceu de fechar a tampa, e o bicho ficou lá no fundo, deitado
em berço esplêndido (o fundo da Baía da Guanabara).
Nada que uns trezentos milhões de estampas da Casa da Moeda não
façam flutuar.
Imediatamente
após (o Sérgio, aportado no celestial país, nem acreditou
quando lhe contaram), foi a vez do Bonifácio, o nacionalista Xenófobo,
dar as caras. Cometeu uma estultície sem tamanho: plantou seu X
na Petrobrás, em rede nacional de anúncios. Mas o reclame
foi do populacho que o Bonestulto pensou que enganava. Tratou de riscar
rapidinho o X, antes que o Fernandinho Cardoxo tirasse o um do seu contracheque
e só deixasse os zeros...
Altamirando, o famoso mau-caráter,
descobriu o maná: entrou de vez para a vida pública, só
esqueceu de baixar a tampa da privada. Ultimamente, vem atendendo pelo
apelido Lalautamirando... Nem vou dizer o que ele tá mirando, não,
descubra você mesmo...
Dirá você, saudoso:
"E a sábia Tia Zulmira? Continua no Partido Lambretista Conservador
(PLC)?" Olha, dizem que sim, é a única representante dessa
importante dissidência política, lá em Boca do Mato.
A centenária senhora - que em 2000 comemorou mais um de seus bissextos
aniversários (deixando com uma baita inveja algumas socialites balzacas,
pois não precisa mentir quando diz que só tem trinta e poucos
anos...) - está feliz porque até a lambreta voltou (e depois
do fusca do Itamar, agora só falta a simpática romizeta de
três rodas).
Dizem as más línguas
que ela parou de tricotar casaquinhos para os órgãos de uma
instituição nudista depois que a tal instituição
fez usucapião das praias e os casaquinhos começaram a ser
usados como maiôs. Tia Zulmira teria ficado aterrorizada com a moda
detonada por um ex-68 e agora só usa suas agulhas em tramas mais
elaboradas. Talvez apareça de vez em quando nesta rede internacional,
agora com bolsa de estudos de uma dessas empresas XXX.com (ou XXX.sem,
dá no mesmo).
O apresentador/animador
Abelardo Barbosa, o Chacrinha, nos tempos da TV Tupi
Com manhas e buzinas - Pois
é, começo o Terceiro Milênio batucando nas branquinhas
(vá lá, cinza claro) do meu Frankenstein sempre recauchutado
(só o monitor sobreviveu a dez anos de uso contínuo, e mesmo
ele parece um aquário agitado, tem mais ondas que mar de surfista)
e lembrando do famoso Febeapá, o Festival de Besteiras que Assola
o País. Nem preciso dizer, do Sérgio Porto, cujas luzes invoco
no início desta série, junto com as do manhoso Barão
de Itararé.
Outro
que está espiando sobre meu ombro é o fazendeiro Abelardo
Barbosa, que cultivou bordões como "Quem não se comunica
se trumbica" e lembrou que neste mundo nada se cria, tudo se copia... -
ei, não fica buzinando assim no meu ouvido, pô!
Que a luz desses gozadores me ilumine,
para reunir neste espaço os melhores (tá certo, Stan, melhor
botar "piores") participantes deste Festival de Besteiras que Assola a
Internet (Febeanet). A idéia começou com um submarino que
só volta à superfície se for inflado com alguns milhões
de reais; e com uma empresa cujo esperto dirigente cometeu uma indesculpável
estultície. Aí a memória vai se avivando, a atenção
vai se concentrando, começamos a descobrir que não são
casos isolados, nem estão limitados ao território nacional
(lembram dos charutos molhados do Clinton? Da mão boba do etílico
líder russo? pois é...).
Que se apresentem os calouros, Chacrinha
prepare a buzina, está começando aqui o grandioso Febeanet.
Produzido por todos os internautas (é, você também
pode participar, indicando casos ou sendo um deles...), nesta grande rede
que é a Internet.
Roda, roda e avisa...
(Se não entendeu algumas
das referências mais antigas, informe-se sobre quem foram e o que
andaram fazendo em terras brasileiras o Sérgio Porto, o Aparício
Torelly e o Abelardo Barbosa)
Aparício
Torelly, o Barão de Itararé, e sua publicação
A Manha
Foto: Almanaque
d'A Manha 1955 Segundo Semestre, reedição Studioma, São
Paulo/SP, 1995
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