"...sentia vovô João e vovó Helena como se eles é que fossem meus verdadeiros pais. Com eles aprendi a viver. Deles ouvi as histórias que comecei a contar, com esse meu jeito caipira que também aprendi com eles. De seu esforço e sua dedicação a Santa Helena nasceu, a poder de muito suor derramado, muitas lágrimas e muitos sacrifícios. Por isso, um dia deixei meu coração descansando à sombra do pé de carambola, no portão do pomar, e fui ao passado viver e ver a vida dos ancestrais, o ponto de onde vovô partiu em sua longa caminhada. De lá trouxe as letras que se derramaram por essas folhas, formando essa pequena história de personagens simples, de gente comum e sonhadora como somos todos nós".
 

"...vovô chegou à beira da escada da porta dos fundos montado em um cavalo grande e branco. Arrumou um travesseiro de paina na cabeça do arreio e disse a vovó, que me tinha ao colo, que me passasse para ele, colocando-me montado na cernelha do cavalo, em cima do travesseiro. Dali saímos para um passeio pela fazenda. O vento frio da manhã..."
 

" - Agora, sô Elias -, continuou o cavaleiro - veja aí a minha conta para acertarmos. Faça o cálculo dos juros e bote outro tanto por riba.
O turco olhava, embasbacado.
- É a vitória, sô Elias, é a vitória."
 

"Capoeira de noiva! Assim chamavam a um capão de mato que ficava a meio caminho para a cidade. O povo da vila contava uma história fantástica sobre uma cabocla..."
 

"Quando se viu livre, caminhou até a porta da choupana, entreabrindo-a para espiar para fora. A lua cheia clareava o terreiro e, de onde estava, podia ver a casa grande, branca à luz do luar, o terreiro, o portão do pomar, a casa do feitor e os currais. Tudo no mais absoluto silêncio. (...) pegando o menino mais velho ao pescoço, saiu porta afora, dando a volta para o fundo do casebre, seguido pela mulher, que carregava a menina mais nova. Atravessaram a cerca de arame farpado (...) Um cachorro latiu e o coração de Zefina gelou no peito."

"Quando estava a uma distância pequena do campo aberto, as orelhas do animal denunciaram alguma coisa, apontando para frente. Ele seguiu a linha de visão do cavalo e pôde ver algo imensamente branco, à beira da estrada logo adiante. Sentiu o sangue gelar-lhe nas veias e, à medida que se aproximava, começava a ver os contornos de um corpo de mulher, vestido de branco. O animal bufou assustado..."

 
 
"Santa Helena, o Ninho do Gavião Vermelho" 
de João Heitor Condé
Editora Marco Markovitch - São Paulo/SP
ISBN 85-85484-14-4

Contatos e encomendas:
khoros@zipmail.com.br
Tels. (0**13) 284.4045 e 9116-0560 (Helô).


 
Grande era a sua intimidade com aquelas paragens.O campo e o cerrado eram seus conhecidos de há muito. Eram seu lar, sua terra.
Ali nascera, em uma casa de adobe sem forro, que o pai erguera, à beira de uma mina d'água de jorro farto e cristalino em meio às macaúbas, a terra que sua mãe herdara. Ali crescera aos trancos e barrancos, dividido entre a palmatória e a enxada.x
Nesse ambiente se desenvolve a ascensão e a queda de Santa Helena, uma fazenda de café cravada na serra paulista, bem perto da fronteira com Minas Gerais, nos limites de Altinópolis
Santa Helena foi o ninho de um gavião vermelho chamado João Montans, um homem que acreditava em suas forças, antevendo um prêmio por todo aquele trabalho árduo a que sempre se entregou, nem bem raiava o dia.
Clique aqui para receber uma imagem em 200 dpi, para uso jornalístico"Santa Helena - o ninho do gavião vermelho" é a saga desse homem, romanceada por João Heitor Condé, seu neto, que mescla realidade e ficção para escrever lindas páginas que revelam a simplicidade e o anseio de vida da gente cabocla.

Um livro para ler, reler e recomendar!