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Origem do Dia da Bandeira

Em sua Cartilha da História de Santos, (edição do autor, 1980,Santos/SP) o jornalista Olao Rodrigues incluiu estas informações, sobre como surgiu o Dia da Bandeira (lembrando-se que a Candelária está situada no centro da capital carioca e que o dístico "Ordem e Progresso" remete à doutrina positivista de Auguste Comte):

A Bandeira Brasileira, representativa do regime republicano, foi instituída a 19 de novembro de 1889. Seu dia, no entanto, em que se realizam comemorações festivas em todo território nacional, passou a ser celebrado a partir de 19 de novembro de 1909, durante o governo de Nilo Peçanha. É que, no ano anterior, ocorreram incidentes desagradáveis com o pavilhão pátrio, o que levou a Administração Federal a determinar normas reguladoras do uso do auriverde pendão, e a dar-lhe solenidade festiva. Desde 1909, portanto, prevalece o Dia da Bandeira, obrigatoriamente comemorado nos quartéis, repartições públicas e em escolas.

Mas tudo tem sua origem. No dia 29 de julho de 1908, aspirantes da Marinha mandaram rezar missa pela alma do seu colega Júlio Kramer e cobriram o catafalco com a bandeira nacional. A isso se opôs o padre João Augusto de Freitas, da Igreja da Candelária, argumentando que o pavilhão continha o lema de uma religião que não a católica. Em face da insistência dos aspirantes, o sacerdote concordou, contanto que o emblema Ordem e Progresso fosse coberto por crepe.

Esse incidente muito contrariou os aspirantes da Marinha, que decidiram levar adiante seu desagrado. O incidente foi noticiado pelos jornais, o primeiro dos quais o vespertino O Século. Foi à Câmara dos Deputados, que, pelas vozes de Pedro Moacir e Barbosa Lima, requereu enérgicas providências do Governo.

Também o Senado cuidou do acontecimento. O Centro Acadêmico fez passeata de protesto, conduzindo grande bandeira brasileira à frente, dirigindo-se à Câmara dos Deputados. Alguns estudantes falaram. O deputado Barbosa Lima, de uma das janelas, discursou aos acadêmicos, louvando-lhes o propósito e levantando hino de louvor ao símbolo da Pátria.

Houve ainda grande festa de desagravo com a participação também de Olavo Bilac, Tasso Fragoso, Barbosa Lima, Lindolfo Azevedo, Manoel Miranda, Alípio Bandeira e Antônio Júlio de Oliveira. Rui Barbosa e tantos outros ilustres brasileiros aderiram ao movimento cívico, que ganhou grande repercussão.

Afinal, Nilo Peçanha, na Presidência da República, determinou o Dia da Bandeira, que passou a ser festejado, todos os anos, na data de 19 de novembro, isso a partir de 1909.