Registro oficial da Biblioteca da Presidência da República:
Fonte: Arquivo Nacional
- Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República
Itamar Franco
[Mensagens
Presidenciais] [Discursos]
[Ministérios] [Órgãos
da PR] [Viagens]
[Discursos
de política externa]
Biografia
Engenheiro, nasceu a bordo de um navio que fazia a rota Salvador-Rio de Janeiro,
tendo sido registrado em Salvador, estado da Bahia, em 28 de junho de 1930, porém, seu registro de batismo indica 1931 como o ano de seu nascimento
em Juiz de Fora-MG.
Formou-se em Engenharia Civil e Eletrotécnica na Escola de Engenharia da
Universidade Federal de Juiz de Fora (1954). Filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e foi eleito prefeito de Juiz de Fora em duas
gestões (1967-1971 e 1973-1974). Elegeu-se senador em 1974 pelo MDB, e reelegeu-se em 1982 pelo PMDB. Em 1986, após divergências com o PMDB mineiro,
que apoiara a candidatura de Newton Cardoso ao governo do estado, transferiu-se para o Partido Liberal (PL). Concorreu ao governo de Minas Gerais
pela Coligação Movimento Democrático Progressista, mas foi derrotado pelo candidato do PMDB.
Em 1989, concorreu à vice-presidência da República na chapa de Fernando Collor
de Melo, ambos na legenda do PRN, vencendo a eleição no segundo turno. Com o afastamento de Collor em virtude de processo de impeachment,
assumiu o cargo de presidente da República, em caráter provisório, em 2 de outubro de 1992. Foi efetivado no cargo em 29 de dezembro de 1992, após a
renúncia do presidente Collor.
Com o término do mandato presidencial, tornou-se embaixador do Brasil em
Portugal (1995-1996) e na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington (1996-1998). Em 1998, foi eleito governador de Minas Gerais na
legenda do PMDB. Itamar terminou seu mandato em 2003 e desde então passou a ser embaixador do Brasil na Itália, cargo que abandonou em 2005. Em
2006, tentou candidatar-se para Presidente da República pelo PMDB, competindo pela indicação do partido com Anthony Garotinho, ex-governador do
estado do Rio de Janeiro. Porém, no dia 22 de maio, anunciou sua desistência e sua intenção de disputar uma vaga no Senado Federal. Acabou perdendo
a indicação ao Senado para Newton Cardoso.
Na seqüência, anunciou o seu apoio à candidatura de Geraldo Alckmin para a
Presidência da República. Desde 2002, apoiou Aécio Neves, tanto em suas candidaturas ao governo de Minas Gerais, como à sua possível candidatura
presidencial em 2010. Durante seu mandato como senador, foi vice-líder da oposição. Faleceu em 2 de julho de 2011 na capital paulista, sendo cremado
em sua terra natal.
Período presidencial
Com o afastamento definitivo de Fernando Collor, Itamar Franco assumiu a presidência da República apoiado por um amplo leque partidário, num esforço
claro para a manutenção da ordem democrática e a superação dos graves problemas econômicos. Em janeiro de 1993, Itamar reuniu-se com presidentes de
19 partidos, com o intuito de estabelecer um pacto de governabilidade que permitisse enfrentar os problemas econômicos decorrentes da escalada
inflacionária. Em março, foi aprovado pelo Senado o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) calculado em 0,25% do valor dos cheques
emitidos até dezembro de 1994.
Em 21 de abril de 1993 foi realizado um plebiscito, conforme previa a Constituição de 1988, para escolher a forma e o sistema de governo no Brasil,
tendo sido o regime republicano e o sistema presidencialista confirmados pela maioria dos eleitores.
Em maio, Itamar Franco nomeou o ministro das Relações Exteriores, Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), para
assumir o Ministério da Fazenda. De acordo com o novo ministro, o combate à inflação só poderia ser alcançado com a reforma do Estado, que incluiria
a redução dos gastos públicos e a intensificação do processo de privatizações. Em fins de julho, foi decretado o corte de três zeros na moeda, que
passou a se chamar cruzeiro real.
Em dezembro foi lançado o Plano de Estabilização Econômica que visava, entre
outras medidas, preparar a economia para a entrada em circulação de uma nova moeda, o Real, antecedida pela adoção da Unidade Real de Valor (URV)
que passou a vigorar, a partir de 1º de março de 1994, como um indexador único da economia.
Ainda em março foram diminuídas as alíquotas de importação de diversos produtos.
Em fevereiro de 1994, apesar das críticas da oposição, o Congresso aprovou o Fundo Social de Emergência (FSE), considerado como essencial para a
implementação do programa econômico, uma vez que o governo poderia dispor com autonomia do montante arrecadado para o saneamento da Fazenda Pública
Federal.
Em julho, o Real entrou em circulação, cotado acima da moeda norte-americana. O plano promoveu a queda da inflação, e no primeiro trimestre de 1994,
a atividade econômica cresceu em proporções comparáveis apenas ao início da década de 1980, verificando-se um grande aumento do consumo, apesar da
manutenção das altas taxas de juros.
O programa de privatizações executado durante o governo Itamar Franco abrangeu a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Aço Minas Gerais (Açominas)
e a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), além de subsidiárias da Petrobras.
A estabilidade econômica alcançada com o Plano Real garantiu ao ministro Fernando Henrique Cardoso, candidato do PSDB à sucessão de Itamar Franco,
uma posição confortável na disputa presidencial.
Desincompatibilizado do cargo desde abril de 1994, Fernando Henrique elegeu-se no primeiro turno das eleições presidenciais, realizado em 3 de
outubro de 1994, conquistando 54,3% dos votos válidos. |