Registro oficial da Biblioteca da Presidência da República:
Fonte: Arquivo Nacional
- Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República
Fernando Collor
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Presidenciais] [Discursos]
[Ministérios] [Órgãos
da PR] [Viagens] [Vice-presidente]
Biografia
Jornalista, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 12 de agosto de 1949. Foi
diretor da Gazeta de Alagoas, jornal de propriedade de seu pai, Arnon de Melo, e superintendente da Organização Arnon de Melo, grupo empresarial da
família. Também se formou em Economia, pela Universidade Federal de Alagoas (1972).
Iniciou sua carreira política como prefeito (o mais jovem) nomeado de Maceió
(1980-1982). Foi eleito deputado federal (1983-1987) pelo Partido Democrático Social (PDS) e governador (mais uma vez o mais jovem) de Alagoas
(1987-1989) pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Fundou o Partido da Reconstrução Nacional (PRN) e, nessa legenda, elegeu-se
presidente da República em 1989 (o mais jovem presidente da República nas Américas), após derrotar Luís Inácio Lula da Silva do Partido dos
Trabalhadores (PT) no segundo turno eleitoral.
Em 2 de outubro de 1992, foi afastado temporariamente da presidência da
República, em decorrência da abertura do processo de impedimento na Câmara dos Deputados. Renunciou ao cargo de presidente em 29 de dezembro de
1992, data da sessão de julgamento do processo de impedimento no Senado, que o tornou inelegível por oito anos.
Tentou concorrer à prefeitura de São Paulo em 2000, mas foi impedido pelo
Tribunal Superior Eleitoral. Disputou o governo de Alagoas em 2002, perdendo no segundo turno por uma pequena margem percentual. Em 2006, elegeu-se
senador por Alagoas.
Período presidencial
No primeiro dia de governo o presidente anunciou o plano econômico de combate à inflação que confiscou provisoriamente contas de poupança, contas
correntes e outras aplicações financeiras, a partir de determinado valor. O programa de governo estabeleceu também a extinção de órgãos públicos, a
demissão e a disponibilidade de funcionários públicos federais, além de promover a privatização de inúmeras empresas públicas.
O enxugamento do meio circulante reduziu drasticamente a inflação, e o déficit
fiscal foi igualmente diminuído. A eliminação das tarifas aduaneiras, uma das medidas implementadas pela equipe econômica chefiada por Zélia Cardoso
de Melo, ministra da Economia, teve grande impacto nas importações brasileiras, que, além de aumentarem, passaram a incluir uma pauta de produtos
supérfluos.
O caráter pouco competitivo da indústria brasileira e a valorização do cruzeiro,
cotado acima da moeda americana, levariam à redução das exportações e à diminuição das vendas no mercado interno. Anunciou-se, assim, uma recessão
econômica, com a queda da produção industrial do país, a expansão do desemprego, e a redução do PIB de 453 bilhões de dólares, em 1989, para 433
bilhões em 1990.
Implementada com base em inúmeras medidas provisórias, a política econômica deu sinais de esgotamento com a volta da inflação no final de 1990, o
que obrigou o governo a instituir o chamado Plano Collor II, em janeiro de 1991. Intensificou-se, então, a política de juros altos, a desindexação
da economia, a abertura para o mercado externo e o incentivo às importações.
Essas medidas provocaram um "choque" na indústria nacional, levando a uma
crescente automação dos setores industrial e bancário, e à conseqüente liberação de mão-de-obra e ao desemprego tecnológico. De modo geral, o
projeto de "modernização" implementado pelo governo, visando à diminuição de gastos públicos e o incentivo à economia de mercado, ajustava-se à
idéia de "Estado mínimo" e à nova ordem mundial que se impôs com o término da guerra fria, conceituada como neoliberal.
No plano externo, destacou-se, no governo Collor, a assinatura de um pacto de não-proliferação nuclear com a Argentina.
Em 1992 foi denunciada na imprensa a existência de um esquema de corrupção no governo, comandado por Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha
presidencial de Collor. A CPI instalada para investigar as denúncias encerraria seus trabalhos recomendando o afastamento de Collor da presidência.
Respaldada por maciço apoio popular, a abertura do processo de impeachment foi proposta, então, pelos presidentes da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e aprovada pela Câmara dos Deputados em 29 de setembro de 1992.
Afastado do cargo após a votação na Câmara, Collor foi substituído interinamente
pelo vice-presidente Itamar Franco. Em 29 de dezembro renunciou à presidência da República, horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de
responsabilidade, perdendo seus direitos políticos por oito anos. Itamar Franco assumiu, assim, definitivamente a presidência da República. |