Registro oficial da Biblioteca da Presidência da República:
Fonte: Arquivo Nacional
-Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República
Francisco de Paula Rodrigues Alves
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Presidenciais] [Discursos]
[Ministérios] [Órgãos
da PR] [Vice-presidente]
Biografia
Advogado, nascido na cidade de Guaratinguetá, estado de São Paulo, em 7 de julho de 1848. Formou-se bacharel em Letras pela Faculdade de Direito de
São Paulo (1870). Promotor interino em Guaratinguetá-SP (1870); foi efetivado e acumulou função de Curador de Menores, órfãos e interditos
(1871-1872) quando, então, se tornou juiz municipal e 1º substituto do Juiz de Direito da Comarca de Guaratinguetá (1873-1874).
Cumpriu dois mandatos como deputado provincial pelo Partido Conservador
(1872-1875 e 1878-1879). Nessa mesma legenda foi eleito deputado geral (1885-1887) e presidente da província de São Paulo (1887-1888). Foi
conselheiro do Império em 1888. Tornou-se deputado geral pelo Partido Conservador (1888-1889) e deputado à Assembléia Nacional Constituinte
(1890-1891).
Foi ministro da Fazenda nos governos dos presidentes Floriano Peixoto
(1891-1892) e Prudente de Morais (1895-1896). Tornou-se senador pelo Partido Republicano Paulista (1893-1894, 1897-1900 e 1916-1918). Presidente de
São Paulo (1900-1902). Por meio de eleição direta, assumiu a presidência da República em 15 de novembro de 1902.
Após o período presidencial, governou o estado de São Paulo (1912-1916). Eleito,
pela segunda vez, presidente da República em 1918, não tomou posse por motivo de saúde. Faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de janeiro de 1919.
Período presidencial
Rodrigues Alves centrou suas atenções no programa de remodelação urbana e de saneamento da capital da República. O engenheiro Pereira Passos foi
nomeado prefeito da cidade do Rio de Janeiro, com plenos poderes para a implementação das reformas de modernização. O porto foi ampliado, os antigos
quarteirões com seus cortiços foram demolidos e os moradores transferidos para a periferia, abrindo espaço para o alargamento de ruas e a construção
de novas avenidas, entre elas a avenida Central, atual avenida Rio Branco.
A modernização da cidade também compreendeu a regulamentação de novas posturas
públicas, como a proibição do comércio ambulante, da venda de bilhetes de loterias pelas ruas e no interior dos bondes, dos fogos de artifício, dos
balões e das fogueiras. O seu governo dispunha de dinheiro, já que coincidiu com o auge do ciclo da borracha no Brasil, cabendo ao país 97% da
produção mundial.
O cientista e médico Oswaldo Cruz, que até então dirigira o Instituto Manguinhos, foi nomeado diretor-geral de Saúde Pública, implementando o
combate às epidemias, como a peste bubônica e a febre amarela. Em 1904, a obrigatoriedade de vacinação contra a varíola levou a população carioca ao
protesto nas ruas, no dia 10 de fevereiro, movimento que ficou conhecido como a Revolta da Vacina.
Rodrigues Alves enfrentou a primeira greve geral na capital da República em 15 de agosto de 1903, iniciada pelos operários da indústria têxtil que
reivindicavam aumento de salários e jornada diária de oito horas para todas as categorias de trabalhadores. No seu governo foi assinado o Tratado de
Petrópolis, cujas negociações foram dirigidas pelo barão do Rio Branco, definindo os limites entre o Brasil e a Bolívia, cabendo ao Brasil a posse
do Acre. A Bolívia recebeu uma compensação no valor de dois milhões de libras esterlinas, além da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
No último ano de governo, apesar da oposição de Rodrigues Alves, foi concluído o
Convênio de Taubaté, com apoio do Congresso Nacional. Assinado pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o convênio instituiu a
estabilização cambial e a proteção aos cafeicultores, cabendo ao governo central comprar as safras com recursos financeiros externos e estocá-las
para vendê-las no momento oportuno. |