Registro oficial da Biblioteca da Presidência da República:
Fonte: Arquivo Nacional
-Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República
Prudente José de Morais e Barros
[Mensagens
Presidenciais] [Ministérios]
[Vice-presidente]
Biografia
Advogado, nascido na cidade de Itu, estado de São Paulo, em 4 de outubro de 1841. Formou-se bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo (1863).
Vereador e presidente da Câmara Municipal de Piracicaba (1865-1868). Deputado provincial em São Paulo pelo Partido Liberal - PL (1868-1869).
Filiou-se ao Partido Republicano Paulista - PRP (1876). Deputado provincial pelo
PRP (1878-1879/1881-1882). Deputado geral por São Paulo pelo Partido Republicano - PR (1885). Deputado na Assembléia Geral do Império, por São
Paulo, pelo Partido Republicano (1885-1886). Deputado provincial (1888-1889). Após integrar a junta governativa de São Paulo, instituída com a
proclamação da República, assumiu o governo daquele estado (1889-1890). Como senador por São Paulo exerceu a presidência da Assembléia Nacional
Constituinte (1890-1891) e a vice-presidência do Senado (1891).
Disputou, nesse mesmo ano, a presidência da República com Deodoro da Fonseca,
perdendo a eleição indireta por uma pequena margem de votos. Tornou-se presidente do Senado até 1894, em substituição a Floriano Peixoto, então
titular desta casa, quando este assumiu a presidência da República. Por meio de eleição direta, passou a exercer a presidência da República em 15 de
novembro de 1894. Chefia o Partido Republicano Dissidente de São Paulo (1901). Faleceu na cidade de Piracicaba, estado de São Paulo, em 13 de
dezembro de 1902.
Período presidencial
Como primeiro presidente civil da República, sua eleição marcou o término da presença de militares no governo do país, inaugurando a representação
dos interesses das oligarquias agrícolas e paulistas, sobretudo as do café. Em plena crise econômica, em decorrência da política do "encilhamento",
Prudente de Morais enfrentou intensa oposição política, liderada por militares florianistas e pelo grupo dos "jacobinos" que lutavam pela
consolidação do poder republicano; pelo Partido Monarquista que buscava se reogarnizar; e por parcelas dos setores médios da população descontente
com o governo de um presidente civil.
Prudente de Morais licenciou-se do cargo em novembro de 1896, por motivo de doença, agravando a crise política, que passou a ser enfrentada pelo
vice-presidente Manuel Vitorino. Reassumiu a presidência na nova sede do governo, o Palácio do Catete, em 4 março de 1897.
No ano anterior, deu-se a eclosão do conflito em Canudos, no interior da Bahia, motivado pela questão do corte da madeira e liderado por Antônio
Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, que, pregando uma vida ascética, havia atraído ao seu redor uma comunidade de quase
trinta mil sertanejos. A revolta foi vista como uma reação monárquica, apesar de seu caráter messiânico e regional. A derrota das tropas baianas
levou o presidente do estado a solicitar o envio de tropas federais.
O fracasso de duas expedições e as mortes de seus comandantes republicanos gerou
uma onda de protestos e de violência na cidade do Rio de Janeiro. Os florianistas organizaram-se em milícias fardadas e assassinaram alguns
monarquistas cariocas. Somente com a devastação do arraial de Canudos, ocorrida em agosto de 1897, por uma expedição militar federal composta por
oito mil homens, e após o atentado sofrido por Prudente de Morais, cometido por um soldado vitorioso em Canudos, deu-se fim à crise
político-institucional, com o restabelecimento da ordem republicana. |