D. João VI e a nacionalidade brasileira
Embora desprezado em Portugal por ter deixado Lisboa com toda a Corte, ante a iminência da invasão napoleônica, D. João VI
é uma figura muito popular no Brasil, como recordou Oliveira Lima em sua obra Formação Histórica da Nacionalidade Brasileira
(Publifolha/Top Books, São Paulo/SP, 2000):
D. João VI, no retrato exposto no Museu Imperial de Petrópolis/RJ
"(...) a suposta fuga de D. João
VI nos surge então com feições mais dignas e apresenta um sentido inteiramente diferente da vulgaridade do temor, sentido que em
nosso país a opinião pública, consciente em certos casos, instintiva na maior parte deles, não se demorou em ter percebido, a ponto
de não hesitar nunca em fazer justiça ao monarca, que teve o mérito de ser denominado, na república, fundador da nacionalidade
brasileira. Essa simpatia coletiva, impulsiva e sincera, não foi afinal senão o equivalente da simpatia individual, indubitável e
calorosa, de que ele deu provas, em todas as oportunidades, pela sua pátria adotiva. (...) D. João VI era o homem absolutamente
necessário ao meio e ao momento histórico do Brasil, para levar a cabo a pesada tarefa de fazer dele uma nação."
A imagem eqüestre de D. João, príncipe regente e depois soberano do Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarve, foi pintada por Domingos Antônio Sequeira e está exposta no Museu Imperial, em Petrópolis/RJ.
A tela abaixo mostra D. João VI aos 53 anos de idade, portanto em 1820. D. João de Bragança,
nascido em Lisboa em 1767, era o segundo filho do rei de Portugal, D. Pedro III e a da rainha D. Maria. Com a morte do irmão, D.
José, tornou-se herdeiro do trono. Em 1792, órfão de pai e com a mãe enlouquecida, tornou-se regente de Portugal. Com a vinda para o
Brasil, no início de 1808, tornou-se imperador do reino unido de Brasil e Portugal, título que conservaria até o final de sua vida,
mantendo o direito de usar, simultaneamente com o filho D. Pedro I, o título de Imperador do Brasil, mesmo após a Independência.
D. João VI, aos 53 anos de idade
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