Biografia
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Quarto
ocupante da cadeira 26, eleito em 28 de março de 1934, na sucessão de Constâncio Alves e recebido pelo Acadêmico Laudelino Freire em 17 de
novembro de 1934. Recebeu o Acadêmico Manuel Bandeira.
Ribeiro Couto (Rui R. C.), diplomata, poeta, contista, romancista, magistrado e jornalista, nasceu em Santos, SP, em 12 de março de 1898, e
faleceu em Paris, França, em 30 de maio de 1963.
Filho de José de Almeida Couto e de Nísia da Conceição Esteves Ribeiro. Cursou a Escola de Comércio José Bonifácio, em Santos. Estreou no
jornalismo em 1912, na imprensa de sua cidade natal. Em 1915, iniciou o curso da Faculdade de Direito de São Paulo, trabalhando no Jornal do
Commercio, em 1916, e depois no Correio Paulistano. Transferiu-se para o Rio de Janeiro e, em 1919, bacharelou-se na Faculdade de
Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. Publicou o seu primeiro livro de poesias, O jardim das confidências, em 1921. Trabalhou em
diversos jornais, até 1922. Participou da Semana de Arte Moderna e, em seguida, retirou-se para o interior de São Paulo, em tratamento de saúde.
Naquele ano saíram os volumes de contos A casa do gato cinzento e O crime do estudante Batista.
Residiu dois anos em Campos do Jordão, passando a exercer depois o cargo de delegado de polícia em São Bento do Sapucaí. Nomeado promotor
público em São José do Barreiro, ocupou esse cargo até 1925, ano em que se transferiu para Pouso Alto, MG, em busca de um clima propício à sua
saúde. Ali exerceu a promotoria pública até 1928. Nesse ano regressou ao Rio de Janeiro, entrando para o Jornal do Brasil como redator.
Designado para o posto de auxiliar de consulado m Marselha, partiu em fins de 1928 para aquela cidade francesa, onde o cônsul-geral Matheus de
Albuquerque o indicou para vice-cônsul honorário. Em 1931, foi removido para Paris, onde serviu um ano como adido junto ao consulado geral. O
governo provisório, por designação do ministro Afrânio de Melo Franco, em 1932, promoveu-o a cônsul de terceira classe. Foi 2o secretário de
legação na Holanda, de 1935 a 1940; 1o secretário de legação, em 1942; encarregado de Negócios em Lisboa, de 1944 a 1946; ministro
plenipotenciário na Iugoslávia, de 1947 a 1952; embaixador do Brasil na Iugoslávia, de 1952 até aposentar-se.
Durante a sua permanência na Europa, ocupou-se também de divulgar a literatura brasileira. Não interrompeu a colaboração para o Jornal do
Brasil, O Globo e A Província (de Pernambuco), sobre literatura e acontecimentos do estrangeiro.
Seu primeiro livro, O jardim das confidências, ainda é simbolista. Foi definido por Ronald de Carvalho como "intimista", em virtude do tom de
confidência, dos temas simples e cotidianos, próprios de uma tendência do período (1910-1920) de transição, herdeiro do Simbolismo, e que foi
intitulado de "penumbrismo", um momento precursor do Modernismo, a que Ribeiro Couto se ligou a partir de 1922, sem sacrifício, contudo, de seu
feitio peculiar. Escreveu versos em francês no livro Le jour est long (O dia é longo), pelo qual conquistou, em 1958, em Paris, o
prêmio internacional de poesia, outorgado anualmente a poetas estrangeiros cuja obra honra a França. Suas obras em prosa romances, contos,
crônicas também refletem a mesma atmosfera, ao retratar episódios simples, a gente humilde dos subúrbios e a vida anônima das pequenas ruas e
casas pobres.
Bibliografia
POESIA: O jardim das confidências (1921); Poemetos de ternura e de melancolia (1924); Um homem na multidão (1926);
Canções de amor (1930); Noroeste e outros poemas do Brasil (1932); Província (1934); Cancioneiro de Dom Afonso (1939);
Cancioneiro do ausente (1943); O dia é longo (1944); Rive etrangère (1951); Entre mar e rio (1952); Le jour est
long (1958); Poesias reunidas (1960); Longe (1961).
PROSA: A casa do gato cinzento, contos (1922); O crime do estudante Batista, contos (1922); A cidade do vício
e da graça, crônicas (1924); Baianinha e outras mulheres, contos (1927); Cabocla, romance (1931); Espírito de São Paulo,
crônicas (1932); Clube das esposas enganadas, contos (1933); Presença de Santa Teresinha, ensaio (1934); Chão de França,
viagem (1935); Conversa inocente, crônicas (1935); Prima Belinha, romance (1940); Largo da Matriz, contos (1940); Barro do
município, crônicas (1956); Dois retratos de Manuel Bandeira (1960); Sentimento lusitano, ensaio (1961). Numerosas obras de
Ribeiro Couto foram traduzidas para o italiano, francês, húngaro, sueco, servo-croata.