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GEOGRAFIA E ECONOMIA DE CUBATÃO
Aspectos geo-históricos - 1

Texto incluído na obra Antologia Cubatense, selecionada e organizada pela professora Wilma Therezinha Fernandes de Andrade e publicada em 1975 pela Prefeitura Municipal de Cubatão, nas páginas 230 a 232:

Bases geológicas

RODRIGUES, José Carlos. A Baixada Santista, aspectos geográficos. São Paulo, Editora da USP, vol. 1, 1965, p. 25 e seguintes.

O trecho da Baixada Santista (de Mongaguá a Bertioga) apresenta uma base geológica muito simples:

a) o embasamento cristalino, com rochas duras, relevo quase sempre muito acidentado, e coberto por um manto residual devido ao intemperismo (regolito);

b) a cobertura sedimentar cenozóica. Daí a dualidade do relevo da Baixada: acidentado nos trechos correspondentes ao embasamento, plano nas áreas de sedimentação. Afloramento do embasamento, além da linha de costa, gera numerosas ilhas.

O EMBASAMENTO CRISTALINO:

Suas rochas são as já citadas, com o aparente predomínio dos gnaisses. Além delas ocorrem migmatitos, rochas metamórficas invadidas por emanações de magmas graníticos. São intermediários entre aquelas e estas.

As rochas e os dobramentos de suas camadas são muito antigos. A excessiva inclinação das escarpas do relevo e a ausência de capturas sugerem todavia falhas recentes (RUELLAN, 1944), que teriam movimentado verticalmente blocos ou maciços, erigindo uma base sobre a qual se esculpiu o presente relevo.


Corte esquemático, perpendicular à escarpa da Serra do Mar, na Via Anchieta
Imagem publicada com o texto

A COBERTURA SEDIMENTAR:

Tem sido estudada, em outros pontos do Brasil, por diversos autores, entre eles se salientando LAMEGO (1940, 1945) e BIGARELLA (1946). Este autor (1946) assim classificou os terrenos da baixada litorânea paranaense:

1. sedimentação marinha: praias e restingas.

2. sedimentação intermediária: manguezais; bancos de lodo e areia (recentes e antigos); mangrovitos.

3. sedimentação terrígena: aluviões terrestres; dunas eólicas.

As restingas proviriam de cordões litorâneos ou de restingas propriamente ditas (beach ridges). Mangrovitos seriam manguezais hoje acima do nível do mar.

Tal classificação parece-nos aplicável à Baixada Santista.

A SERRA DO MAR:

Há muitos anos atrás, MORAES REGO sugeriu para a Serra do Mar, na região São Paulo-Santos, estrutura sinclinal.

Observações posteriores não confirmaram tal hipótese. Impossível, no momento, dizer-se qual, de fato, a estrutura local da Serra.

Sabemos de positivo que a serra, na região, é constituída por gigantesca muralha gnáissica, com grande encaixe de xistos. Dentro dos xistos encaixam-se, por sua vez, delgadas camadas de quartzito e calcário. A direção das camadas é paralela à costa. Na Via Anchieta, no Alto da Serra, tais camadas mergulham para o mar (SE). Mais para baixo, mergulham para o continente (SW). (N.E.: SE = Sudeste e SW = Sudoeste).

O relevo da serra apresenta, na região, duas singularidades: (1) a excessiva inclinação das escarpas; e (2) a curiosa forma em "pinças de caranguejo".

Para explicá-los, DE MARTONNE (1933) sugeriu a presença de uma série de blocos falhados e abatidos. Parece mais simples, todavia, explicá-las pela erosão diferencial como fê-lo ALMEIDA em 1958. A erosão destruiu facilmente os xistos, neles se encaixando os vales dos dois rios - Mogi e Cubatão - paralelos entre si, mas de sentidos opostos. São rios gêmeos. Já os gnaisses, mais resistentes à erosão, ficaram em relevo, formando as saliências do terreno.


Planta esquemática da Serra do Mar na região de Cubatão-Piaçagüera:
1. Estrada de Ferro Santos-Jundiaí; 2. Via Anchieta; 3. Estrada de Ferro Sorocabana.

NOTA EXPLICATIVA:
1) Este trecho foi selecionado pela professora Maria Izabel Carvalho A. Ferreira.

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