Por que um livro-reportagem sobre uma instituição como a Casa da Esperança Dr. Leão de Moura de Cubatão?
A resposta a essa pergunta tem duas linhas principais: a valorização de movimentos espontâneos e bem-sucedidos
que brotam da comunidade para equacionar carências sociais; a importância da divulgação dessas histórias.
O exemplo tende a inspirar a multiplicação dessas ações. Dentro da primeira linha da resposta, a
contextualização do cenário social onde brota o movimento torna compreensível e admirável a iniciativa de pessoas diferenciadas que criam as
instituições que amenizam carências e sofrimentos de outros seres humanos. Foi assim com a Casa da Esperança de Santos. Foi assim com a de Cubatão,
filhote dela.
Ainda dentro desse foco, a história dos personagens, tanto os autores quanto os beneficiados pelas ações, dá o
recheio humano, indispensável para prender o interesse e conduzir o leitor até a última página.
Divulgar as ações, a segunda linha da resposta, tem a intenção de produzir clones de instituições desse tipo.
Carência social, infelizmente, é o que não falta no Brasil. A multiplicação de Casas da Esperança, com Vanjus, Negas Pieruzzi, Henriques e Diegos
pelo país seria muito bem-vinda.
Nesse ponto, é importante destacar o depoimento dos autores deste livro-reportagem ao final de cada capítulo.
Todos se consideram transformados pela experiência de tomar contato com o trabalho da instituição retratada. O amor e a solidariedade são
contagiosos. O fio condutor – invisível – dos textos que compõem o livro passa a transmitir a mesma emoção vivenciada pelos autores à leitora e ao
leitor.
Não existe objetivo mais nobre do que esse dentro de uma sociedade humana. Mesmo porque um dos melhores
termômetros do nível de evolução de uma sociedade é o cuidado com que ela trata as crianças, os idosos e os portadores de necessidades especiais.
O ambiente urbano das grandes cidades se transformou numa selva onde os adultos competem pela sobrevivência
atropelando valores e princípios. Resgatar de dentro desse inferno, seres humanos com capacidade de doação e compreensão das carências dessas
comunidades e as instituições que eles montaram para amenizá-las é colaborar decisivamente para essa evolução.