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O privilégio de ter João Carlos Martins
Um artista que tem como linguagem a música interpretada ao piano, mundialmente conhecido e que não faz questão de esconder seu amor por
Cubatão, assim é João Carlos Martins. Ele parte da sensibilidade e do bom gosto para gravar seus discos nos Estados Unidos, onde já tem gravados 36 LPs, sendo 22 de Bach e os outros com variações sobre a obra desse autor.
João Carlos Martins não se apresenta mais em público e, desde que parou de dar concertos, resolveu ficar apenas com gravações de disco. A próxima será efetuada neste mês de setembro, no dia 20, onde vão constar as transcrições românticas de Bach.
A ligação que ele tem com Cubatão é desde os tempos em que era secretário da Cultura do Estado, e agora, tendo entrado no ramo da construção civil com a firma Pau Brasil, resolveu abrir uma filial em nossa cidade, à Rua Fernando Costa. A sede de
sua firma é em São Paulo e lá ele instalou um piano, para que não fique longe do teclado por muito tempo e aqui, em Cubatão, enquanto não chega seu instrumento, ele passou a fazer os seus ensaios, no Conservatório Municipal.
Segundo ele, o prefeito Passarelli, muito seu amigo, colocou todo o espaço dessa escola de música à sua disposição e João Carlos Martins acabou se envolvendo com a comunidade, a ponto de se interessar em fazer cursos com os professores de piano
para aprimoramento da parte musical.
O primeiro contato com os professores acontece na data de hoje – 5 de setembro – e, dependendo dos resultados desse curso, no ano que vem pretende patrocinar, através da Pau Brasil, cinco bolsas de
estudos para alunos do Conservatório, que mostrarem maior aptidão e, pelo menos um, que tiver melhores condições, poderá até fazer aperfeiçoamento fora do Brasil.
Perguntado como ele via o movimento cultural em Cubatão, João Carlos Martins disse que o Conservatório Municipal, com as condições que tem, é um dos raros do Brasil, só perdendo para o de Tatuí, em termos de instalações. Sobre a avaliação técnica,
ele poderá fazê-la após o contato que tiver com os professores, a partir de 5 de setembro.
Sensibilidade e educação musical – Com 46 anos de idade e com 3 filhos, João Carlos Martins considera que a formação da sensibilidade para a música ou para as artes de um modo geral é proveniente de uma educação que parte da experiência e do
interesse dos pais. Fora isso, o grande artista ou prodígio será aquele que tiver contido no seu interior maiores dotes. Apesar dessa sua teoria, somente a filha de 11 anos começou a se interessar por música, pois os rapazes de 18 e 20 anos não
apresentam nenhuma tendência musical.
Já João Carlos Martins começou a tocar desde bem pequeno, incentivado por seus pais e até hoje, apesar de não se apresentar mais em público, privando as boas plateias desse raro prazer, ele só consegue falar longe do piano, senão é impossível
extrair em palavras o conteúdo do seu trabalho, porque são só acordes, sinfonias, notas musicais formando um som melodioso que toma de surpresa o espectador e o deixa embevecido.
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