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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - VILA SOCÓ - (18)
30 anos depois (B)

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Uma das maiores tragédias de Cubatão, senão a maior, foi o incêndio de um oleoduto da Petrobrás que passava sob uma favela, Vila Socó, destruída pelas chamas com a morte de cerca de uma centena de pessoas, em 24/2/1984. Na noite de segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014, a Prefeitura de Cubatão promoveu um ato ecumênico no local da tragédia, a Vila São José:
 

Prefeita Marcia Rosa explica em entrevista o sentido da solenidade ecumênica na Vila Socó

Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 24/2/2014

 

25/02/2014
Cerimônia marca os 30 anos da tragédia de Vila Socó
Ato ecumênico, apresentação escolar, escultura e filme lembraram o episódio

Os gritos felizes de crianças brincando motivaram um momento de reflexão sobre a tragédia iniciada na noite de 24 de fevereiro de 1984, quando 93 pessoas (número oficial) perderam a vida no dantesco incêndio do oleoduto sob a favela de Vila Socó. Três décadas depois, o renascimento da vida no lugar hoje denominado Vila São José foi celebrado em ato ecumênico promovido pela Prefeitura na Praça da Cidadania, em homenagem aos que faleceram e mostrando como a comunidade se recuperou da tragédia. Não por acaso, um monumento entregue na noite desta segunda-feira era uma alegoria ao socó, que deu o nome à antiga favela.

A prefeita Marcia Rosa destacou que foi nas cinzas de Vila Socó que nasceu o conceito de sustentabilidade, que só em 1988 ganharia esse nome em um documento das Nações Unidas (Relatório Brundtland) e em 1992 daria a Cubatão o título de exemplo mundial de recuperação ambiental. Mais quatro anos, na conferência Habitat II em Istambul, as questões sociais das cidades ganhariam relevo também, no embrião das chamadas Agendas 21. "Celebramos a vida, o maior bem que nós temos", citou a prefeita, após evocar cenas da tragédia de 1984, de famílias morrendo abraçadas, e lembrar também que na época não havia uma legislação ambiental mais rígida, cobrando responsabilidades em casos assim.

Também o pastor Uziel Gonçalves da Silva, representante da União de Pastores Evangélicos da Cidade de Cubatão (Unipec) destacou a característica lutadora da comunidade: "Os cubatenses são um povo que tem fé e nossa fé fez a cidade se reerguer das cinzas".

Já o padre Carlos Silva, pároco de Nossa Senhora da Lapa, representante da comunidade católica no ato ecumênico, chamou a atenção do público: "Prestem atenção nos sons que nos envolvem. São crianças brincando no parque aqui ao lado. Não são mais gritos de dor, de medo. Quando as crianças brincam é sinal de que a paz se faz presente, que a vida ganha contornos maravilhosos. Há 30 anos não foi assim..."

Da mesma forma como faria a prefeita, instantes depois, o padre Carlos lembrou que "há um ano, Deus nos livrou de outra tragédia, uma grande enchente, que afetou muitas áreas de Cubatão, mas não causou nenhuma morte". E pediu "que não nos esqueçamos do passado, para podermos planejar melhor o nosso futuro".

O presidente da Câmara Municipal, Wagner Moura, também se referiu às crianças brincando e lembrou que foi testemunha do incêndio de Vila Socó, aos 18 anos de idade: "Nunca vi fogo tão grande como naquela tragédia".


O ator Lourimar Vieira, diretor do Teatro do Kaos, leu a relação dos nomes conhecidos de pessoas que faleceram no sinistro, e contou que, como boa parte da população, tinha a ideia de que, se começasse um incêndio, Cubatão inteira explodiria em chamas, como um barril de pólvora. Muita gente, ao ver o incêndio, fugiu da cidade de qualquer forme, às pressas, em direção à capital paulista ou para as cidades vizinhas.

Isso também foi citado no documentário de curta metragem "Uma tragédia anunciada", dirigido por Diego Moura e exibido em telões durante a cerimônia - com apresentação gratuita para o público no Cine Roxy Anilinas, nesta terça-feira às 19 horas.

A cerimônia foi aberta pelo Reality, o grupo de louvor da Paróquia São Francisco de Assis, e incluiu o descerramento de placa do monumento criado pelo artista plástico cubatense Giovanni Nazareth, afixado na rotatória da Avenida Tancredo Neves, defronte à Vila São José. A prefeita Marcia Rosa também homenageou uma das moradoras do núcleo, Zelina Ferreira, em nome das demais, e flores brancas foram entregues aos participantes do ato.

Destaque na cerimônia foi a leitura do poema-cordel "A história da Vila São José", criado em 2012 por alunos da UME Mato Grosso (situada nas proximidades), agora cursando o terceiro ano do ensino fundamental na UME João Ramalho. Os pequenos alunos Carla Santos, Gabriel Salazar de Andrade, Gustavo da Silva Menez e Vinícius Gonçalves dos Santos leram o texto, acompanhados pela professora Ana Paula dos Santos Rodrigues e pela coordenadora pedagógica Simone do Nascimento Nogueira.

Participaram da cerimônia também o vice-prefeito Donizete Tavares do Nascimento, secretários municipais, vereadores, representantes da sociedade de melhoramentos da Vila São José, da ACIC, da Usiminas e dos bombeiros, entre outras autoridades.

Texto: Carlos Pimentel Mendes - MTb 12.283
Prefeitura Municipal de Cubatão
Secretaria de Comunicação

 

Cenas da celebração ecumênica na Vila São José, em 24/2/2014

Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 24/2/2014

Cenas da celebração ecumênica na Vila São José, em 24/2/2014: a leitura do poema, as falas do padre Carlos e de Lourimar Vieira, e o descerramento da placa do monumento

Fotos: Allan Nóbrega/Secretaria de Comunicação Social/Prefeitura de Cubatão, em 24/2/2014

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