Os bairros cubatenses, hoje
O
município de Cubatão não possui bairros, ou seja, não existem oficialmente a área e o perímetro definido por lei que institua o
bairro como uma unidade espacial do município. O que há hoje é um confuso sistema de nomes assimilados subjetivamente pela
população, e na maioria dos casos não se sabe onde começa um bairro e termina outro.
Em Cubatão, os únicos mapas existentes que tentam organizar e dividir a área urbana em bairros são os mapas de abairramentos I e
II, da Prefeitura Municipal de Cubatão, publicados no livro Cubatão, história de uma cidade industrial, p.141, da autora
Celma de Souza Pinto, que na verdade demonstram os antigos loteamentos cujos nomes foram incorporados pelos cubatenses como
bairro.
Isso é um erro, já que sabemos que a formação de um bairro não pode ficar ligada exclusivamente ao nome de um loteamento ou
conjunto habitacional. Tal prática provoca interpretações distorcidas na questão urbanística, a ponto de dois quarteirões serem
assimilados como bairro, ou uma residência ou quadra situar em dois bairros simultaneamente (limite do bairro corta casas e
quarteirões ao meio).
Além dos loteamentos, o processo de favelização contribuiu para o crescimento de muitas comunidades assentadas de forma
clandestina em lugares de proteção ambiental, e que no entendimento popular são consideradas bairros.
Estes nomes ou bairros foram originados das mais formas diferentes. Os pseudo-bairros cubatenses surgiram basicamente por cinco
motivos principais:
Loteamentos;
Conjuntos habitacionais;
Núcleos habitacionais a partir de vilas operárias consolidadas;
Favelização a partir de antigos alojamentos de trabalhadores;
Favelização periférica (aquela que cresce ao redor da malha urbana consolidada).
Diante do exposto, fica claro que a organização do espaço municipal na forma de abairramento é fundamental para a correção de
distorções históricas, enraizadas desde a emancipação político-administrativa da cidade de Cubatão.
Cubatão e seus bairros, 2004 |