José Maria Ruivo, português, natural de Freguesia do Paião, conselho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, nasceu a 31 de outubro de 1886, filho de Manoel Ruivo e Maria José Gadelho. Casado com Maria Gonçalves Ruivo, teve sete filhos: José, Marcílio, Manoel, Marina, Mário, Avelino e Leonor. Chegou ao Brasil em maio de 1893, viajando com destino a Casa Branca e, mais tarde, Cravinhos, onde trabalhou na roça de café até 1904. Com 18 anos voltou a Portugal, tendo sido liberado do Serviço Militar.

Voltou ao Brasil, empregando-se na ferrovia da S. P. R., depois Santos-Jundiaí, e, após alguns anos, saiu para trabalhar na companhia City, no bairro Olaria. Com algumas economias, estabeleceu-se com uma casa de negócios e pensão em sociedade. Em 1917, com dívidas a pagar e com a falência da firma para a qual trabalhava na retirada de folhas de mangue, foi trabalhar na retirada de lenha para a City, conseguindo, em pouco tempo, saldar todas as suas dívidas.

Em 1924, autorizado, iniciou numa área dos Queirozes o plantio de bananas. Em 1928, alugou da City um terreno onde hoje se localiza a Vila Nova, e continuou no plantio de bananas, constituindo aí o sítio denominado Santana. Em 1926 construiu um prédio onde se instalaria com o ramo de secos e molhados, em frente à estação da S. P. R., e onde hoje está localizado o Pronto Socorro. Foi, por vários anos, famosa na Baixada a Casa Ruivo.

Em 1936 construiu ao fundo do terreno um curtume onde, por vários anos, tratou e comercializou com couros. Nesse mesmo ano, adquiriu no Casqueiro uma gleba de terra com plantio de bananas, numa área total de 45 alqueires. Em 1945 construiu ao lado da sua casa de secos e molhados a sua residência, com os mais modernos requintes de arquitetura e conforto.

Em 1952, iniciou na Avenida Nove de Abril a construção daquele que seria o Cine Luz. Por motivos políticos da época, a obra foi embargada pelos poderes municipais. Para mostrar que querer é poder, não desanimou e, resignado, embora desacreditado do poder público, transformou seu projeto naquele que seria na época a mais importante obra da cidade, o edifício que leva o seu nome – Edifício José Maria Ruivo.

Em 1967 iniciou a construção daquele que seria o primeiro hospital de Cubatão e que, uma vez construído, viria a ser desapropriado pela Prefeitura e entregue à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos. Em Santos, construiu 13 casas residenciais à Rua Dr. Oswaldo Cruz, numa área com mais ou menos 8.000 metros quadrados.