A princesa imperial do Brasil, Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, nasceu no palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, sede da Corte, a 29 de julho de 1846, e faleceu no Castelo d'Eu, nas proximidades de Dieppe, França, a 14 de novembro de 1921. Filha de d. Pedro II e Teresa Cristina, foi a terceira imperatriz do Brasil. Sucedeu aos irmãos Afonso e Pedro, falecidos respectivamente em 1847 e 1850, como princesa imperial, título que pela Constituição do Império cabia aos herdeiros do trono.

Desde 1860, começaram as tentativas para o casamento de Isabel e Leopoldina, sua irmã, um ano mais moça, com príncipes europeus. Por fim, fixaram-se as preferências, no caso da herdeira presuntiva, no príncipe Gastão de Orléans, conde d'Eu, realizando-se as bodas a 15 de outubro de 1864. Nesse mesmo dia, dez escravos que haviam servido a princesa foram libertados. Foi assim que no dia do casamento ela deu seu primeiro passo em favor da Abolição.

Instalou-se na sua casa das Laranjeiras, logo chamado Paço Isabel (o atual Palácio Guanabara), no Rio de Janeiro, e em Petrópolis, no chalé na Rua D. Afonso, que passou a ser conhecido como Palácio da Princesa. O casal teve três filhos: Pedro de Alcântara, príncipe do Grão-Pará (1875-1940), Luiz (1878-1920) e Antonio (1881-1918). Durante as viagens do imperador ao estrangeiro, Isabel assumiu, em três oportunidades, a regência do Império. Na primeira regência, de 7 de maio de 1871 a 31 de março de 1873, sob o ministério do visconde do Rio Branco, como num segundo passo para a liberdade dos escravos, sancionou a chamada Lei do Ventre Livre, de 28 de setembro de 1871, libertando os nascituros de mulher escrava. A segunda regência estendeu-se de 26 de março de 1876 a 27 de setembro de 1877.

Na terceira regência, de 5 de janeiro de 1887 a 22 de agosto de 1888, ela deu o passo decisivo, aceitando a demissão do ministério escravista do barão de Cotegipe e entregando o governo ao conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira. Este encaminhou finalmente a lei que aboliu a escravidão, sem indenização, lei sancionada a 13 de maio de 1888, chamada Lei Áurea. Isabel foi condecorada pelo papa Leão XIII com a Rosa de Ouro, que lhe foi entregue pelo legado pontifício a 28 de setembro de 1888.

Com a proclamação da República, foi exilada, com os seus, passando a residir desde 1905 no castelo D'Eu, onde faleceu em 1921, já revogada a lei do banimento da família imperial (1920). Seu corpo, depositado no Mausoléu dos Orleans, em Drúex, foi trazido para o Brasil (1953), junto com o do marido, permanecendo na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, de onde, a 13 de maio de 1971, foram removidos para a capela imperial da Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis.