Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca nasceu no Recife, em 20 de agosto de 1779, e morreu a 13 de janeiro de 1825. Carmelita revolucionário, dentro da melhor tradição do clero brasileiro, foi Caneca um dos muitos padres carbonários, inconformados, anarquistas, que tivemos. Singularizara-o uma firme convicção liberal, alicerçada em razoável cultura humanista.

Antes da liderança que assumiu na Revolução Pernambucana de 1817, lecionou Filosofia, Retórica e Geometria. Mantinha escola na Bahia, doutrinava princípios liberais. Anistiado, em 1820, de condenação imposta naquela ocasião, seguiu ardorosa pregação rebelde no periódico Typhis Pernambucano (cujo primeiro número circulou em 25/12/1823), aliciando prosélitos e difundindo ideias libertárias e democráticas.

Em 1824 fez-se Caneca republicano, aderindo à Confederação do Equador, movimento rebelde que eclodira no Recife-PE. Preso no Ceará pelas tropas legais, quando da derrocada da Confederação, foi executado em circunstâncias trágicas. Mesmo com espancamentos e promessas de alforria, não quiseram os presos escravos enforcar o carmelita, decidindo a autoridade pelo fuzilamento. Criara-se, em torno do réu, a aura dos mártires da liberdade.