Eis um homem que durante os 72 anos de sua vida em Cubatão, onde nasceu, a 12 de agosto de 1901, praticamente viveu entre seus livros, recortes de jornais e outras publicações, lendo e escrevendo sobre esta terra que tanto amou.

Antonio Simões de Almeida, segundo apontamentos que deixou, veio ao mundo 'numa casa nas proximidades da ponte de pedra do Rio Capivari-Mirim, no local onde foi edificado, mais tarde, o prédio da atual farmácia Irajá, na Avenida Nove de Abril.

Em Cubatão, fez seus primeiros estudos, transferindo-se para o Rio de Janeiro e São Paulo, apenas quando precisou frequentar alguns dos inúmeros cursos que fez, retornando sempre ao seu local de origem. Desses cursos, vale salientar os seguintes: bacharelato em Ciências Físicas e Naturais, pela Escola Livre de Engenharia do Rio de Janeiro (1932); curso de Superintendência do Ensino Comercial (Rio de Janeiro – 1932); curso de Contabilidade pelo Instituto de Ensino Rio Branco (São Paulo – 1958); curso de Legislação Trabalhista do Sesi (São Paulo – 1960); curso de Racionalização do Trabalho do Sesi (São Paulo – 1961); curso de Previdência Social do Sesi (São Paulo – 1963); curso de Literatura Brasileira (São Paulo) etc.

Foi um grande batalhador pela emancipação político-administrativa de sua terra natal, nos anos que antecederam ao 9 de abril de 1949, data da posse do primeiro prefeito local. Integrou a Comissão Pró-Autonomia Municipal de Cubatão, na qualidade de primeiro-secretário.

Chamou a si a tarefa magnífica de historiador local, reunindo o material que pôde compilar com labor e paciência, e publicando uma série de trabalhos relacionados com a história local: Cubatão Município em 1833; Cubatão Comemorou Ontem 128 Anos de Município; História da Fazenda Cubatão Geral dos Jesuítas; Os Ilhéus; Denominações Antigas das Velhas Ruas e Caminhos de Cubatão; De Sesmaria a Município; Cubatão e sua Importância Histórica; Mapas do Município de Cubatão etc.

Dentre os vários fatos históricos por ele divulgados, um é particularmente significativo: a primeira elevação de Cubatão a município, ocorrida a 12 de agosto de 1833 através da lei 24, sancionada pela Regência em nome do imperador d. Pedro II. A referida lei, entretanto, não foi posta em prática, não chegando o município a ser instalado naquela ocasião.