História: Na sessão ordinária da Câmara Municipal realizada a 29 de março de 1919, pelo parecer 142 da Comissão de Justiça e Poderes, o vereador relator dr. B. de Moura Ribeiro, com o apoio dos outros membros desse órgão técnico, vereadores Guilherme Aralhe e comendador Alfaia Rodrigues, que se manifestaram em votos separados, indicou a substituição de 27 de Fevereiro para Conselheiro Saraiva 'em homenagem ao estadista que elaborou a lei que libertou os escravos sexagenários'. Regularizou o ato legislativo a lei 647, de 16 de fevereiro de 1921, sancionada pelo prefeito municipal, coronel Joaquim Montenegro. Indicava-se na Planta sob número 44.

José Antônio Saraiva – o conselheiro Saraiva – nasceu no Engenho Quitangá, freguesia de Bom Jardim, município de Santo Amaro, Bahia, a 1º de março de 1823. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo. Foi eleito em 1849 para a Assembleia Provincial e no ano seguinte nomeado presidente da Província de Piauí, durante cujo mandato idealizou a criação de Teresina, futura capital da Província, por se achar próxima à cidade de Oeiras.

Governou depois Alagoas e em 1852 foi eleito membro da Assembleia por sua província natal, sendo reeleito em 1855. No ano de 1857, passou a conselheiro da Coroa, ministro da Marinha e membro do Gabinete. Em 1880 presidiu o Gabinete do Imperador, que acumulou com as funções de ministro da Fazenda, conseguindo sólida reputação com a fiel execução da lei 3.029, de 9 de janeiro de 1881, a chamada Lei Saraiva, que reformou a legislação eleitoral, substituindo o antigo sistema pelo de eleição direta. Com o advento do regime republicano, viu-se eleito senador, mas renunciou ao mandato. Muito se destacou no movimento pela extinção da escravatura, sendo dos que altivamente batalharam pela lei que tornou livres os escravos sexagenários. Faleceu em Salvador a 23 de julho de 1895.