Alberto Santos Dumont nasceu no município de Palmira, hoje Santos Dumont, Minas Gerais, a 20 de julho de 1873. Em 1892 seguiu para a França, onde estudou Física, Mecânica e Eletricidade, desde aí passando a se interessar pelos problemas dos balões. Começou a planejar balões dirigíveis, neles colocando motores a petróleo. Com o último balão, dos seis que construiu, ganhou o Prêmio Deutsche de La Meurthe, destinado ao aeronauta que conseguisse em menos de 30 minutos elevar-se do solo, realizar o percurso de Saint Cloud à Torre Eiffel, contorná-la e tornar ao ponto de partida.

Em julho de 1901, na França, perante uma comissão especialmente designada para testemunhar a prova, partiu Santos Dumont de Saint-Cloud em direção à Torre Eiffel, contornando-a e regressando ao ponto de partida, assegurando com esse feito a dirigibilidade dos balões.

No dia 20 de fevereiro de 1902 o jornal Diário de Santos iniciava subscrição pública para compra de um aeroplano que seria oferecido a Alberto Santos Dumont. Essa subscrição foi aberta pela firma Teles, Quirino & Nogueira, que contribuíra com a importância de 1:000$000.

Em 1904, depois de fabricar outros balões, preocupado como vôo do aparelho mais pesado que o ar, Santos Dumont construiu o 14-Bis, com o qual realizou várias experiências, empreendendo em setembro do mesmo ano o vôo oficial. Depois de um percurso de cerca de 200 metros no solo, o aparelho subiu a 90 centímetors durante 100 m, com a velocidade de aproximadamente 37 km/hora. Esse voo foi efetuado em Bagatelle, e a ele se seguiu outro, a 23 de outubro de 1906, quando o balão se elevou a 2 metros de altura num percurso de 200 m; a 12 de novembro, o inventor brasileiro atingiu a 5 m de altura. Em 1910 ele era o único piloto do mundo portador de quatro brevês – os de balão livre, de dirigível, de biplano e monoplano. Embora o 14-Bis se tornasse famoso, foi o Demoiselle ou Libélula que mais se popularizou e nele, de 1907 a 1910, Santos Dumont realizou vários voos.

O grande inventor brasileiro visitou Santos no dia 3 de outubro de 1922, viajando da Capital pelo trem que chegou à 'gare' da Inglesa às 10,07 horas, sendo recebido por amigos, admiradores e autoridades. Conduzido ao Paço, afirmou ter vindo especialmente a Santos agradecer a homenagem que se lhe prestara com a colocação do seu busto no monumento a Bartolomeu de Gusmão, inaugurado a 7 de setembro daquele ano. A Municipalidade lhe ofereceu almoço no Parque Balneário Hotel, regressando o grande brasileiro a São Paulo pelo trem das 14,10 horas.

Em dezembro de 1928, voltou ao Brasil, mas sucedeu que o avião Santos Dumont, que ia ao encontro do navio que transportava o grande brasileiro, sofreu desastre e morreram todos os seus ocupantes, o que fez com que o grande inventor brasileiro, antes de outros, solicitasse o cancelamento da recepção em sua honra.

Por ocasião da Revolução Constitucionalista de S. Paulo, estando ele hospedado no Hotel La Plage, em Guarujá, ficou vivamente emocionado com os aviões que, nos céus, se entregavam à obra fratricida da destruição, o que o levou a pôr termo à existência, o que ocorreu a 27 de julho de 1932. Foi uma funerária de Santos, antecessora da Casa Rosário, a executora do serviço fúnebre do grande brasileiro.

1956 foi o Ano Santos Dumont, por assinalar o cinquentenário do seu glorioso voo em Paris. No dia 23 de outubro daquele ano, em cerimônia muito concorrida, foi assentada a pedra fundamental das novas instalações da Base Aérea de Santos, quando discursou seu comandante, capitão Paulo Salema Garção Ribeiro. Nesse mesmo dia, houve solenidade diante do monumento a Bartolomeu de Gusmão, no qual figura também o busto do Pai da Aviação, discursando Hugo Pacheco Chagas, presidente da Comissão de Festividades do Ano Santos Dumont em nosso Município. O jornal A Tribuna fez soar a sereia para assinalar o momento exato em que Santos Dumont, em Paris, procedia ao histórico vôo do 14-Bis.