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Vias públicas de Santos/SP

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Praça Barão do Rio Branco

Coordenadas da via: Latitude: -23.93282 e Longitude: -46.327568      [GoogleMaps]

Começa em Rua Augusto Severo/Rua Tuyuti/Rua Antonio Prado, no bairro Centro

CEP: 11010-040

Termina em Praça da República, no bairro Centro

Nomes antigos: Praça 50, Largo do Carmo, Largo da Cadeia, Travessa do Arsenal, Beco do Rato

Logradouro criado em 1921

História: Encontram-se nesse logradouro o Panteão dos Andradas - onde repousam os restos mortais de José Bonifácio de Andrada e Silva e seus ilustres irmãos Martim Francisco e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva - e o monumento a Eduardo P. Guinle e Cândido Gaffrée, fundadores da Companhia Docas de Santos e saneadores do porto, por ser ali adiante o ponto exato em que foi construído o primeiro trecho de cais, que tinha a extensão de 200 metros; quase em frente está a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, cuja construção foi começada em 1599. O monumento a Gaffrée e Guinle, executado por Lorenzo Massa, escultor italiano, foi festivamente inaugurado a 19 de novembro de 1934, em ato que também marcou a abertura das reformas introduzidas no logradouro.

Aliás, na sessão da Câmara Municipal realizada em junho de 1927, foi apreciado e aprovado o parecer 61 da Comissão de Obras e Viação, que se manifestou favoravelmente à opinião formulada pelo prefeito municipal dr. J. de Sousa Dantas, permitindo à Companhia Docas de Santos erigir na Praça Barão do Rio Branco o monumento a seus fundadores.

Primitivamente, chamava-se Beco do Rato o espaço que, acrescido, veio a denominar-se em nossos tempos Praça Barão do Rio Branco. É que nele se estabelecia Francisco José Ribeiro, que mantinha regular casa de negócios, frequentemente invadida por roedores. E com tal insistência que o zé-povo deu à pequena e tortuosa via pública o nome de Rato, que o negociante também adotou em seu sobrenome, seguido, aliás, por seus descendentes, a distinta família Rato. Depois de Beco do Rato, chamou-se Travessa do Arsenal, por referir-se ao Arsenal de Marinha, que ficava defronte da Igreja do Carmo, em cujos estaleiros foram construídas diversas embarcações, a primeira das quais um barco canhoneiro, chamado Leal Paulista, foi lançada ao mar a 25 de janeiro de 1825. Por volta de 1879, quando o Arsenal já estava abandonado e em ruínas, o vereador Xavier Pinheiro lutou no sentido de que parte dele fosse cedido à Municipalidade para construção de um mercado provisório, vendo-se sempre contrariado.

Aliás, a demolição do Arsenal de Marinha verificou-se por concorrência pública, julgada pela Comissão de Obras e Viação e Comissão de Fazenda e Contas, que escolheram a proposta enviada pela Companhia Ferro Carril Santista, 'por ser a mais conveniente aos interesses municipais'. Esse parecer, assinado por Narciso de Andrade, Hermenegildo Ablas, Gil Rodrigues, Francisco Antônio de Sousa Júnior e Antônio Cândido Gomes, foi aprovado na sessão que a Câmara Municipal realizou a 22 de maio de 1902, sob a presidência de Francisco Correia de Almeida Morais.

Em 1865, quando presidente da Câmara Municipal, o visconde de Embaré propôs a alteração de nomes e limites de algumas vias públicas, como a Travessa do Carmo, 'a que ia do pátio do Carmo ao Mar, entre o Arsenal de Marinha e casas do finado Rato'. Também o logradouro, ou parte dele, foi designado por Largo da Cadeia, que cessou com a demolição da Cadeia. No Largo do Carmo ficava a redação de O Comercial, folha dos irmãos José Roberto e Roberto Maria de Azevedo Marques, cujo número inicial circulou a 16 de agosto de 1857.

No dia 20 de abril de 1909, cerca de 300 cidadãos de todas as classes sociais da Cidade representaram à Câmara Municipal solicitando que, em homenagem ao barão do Rio Branco, cujo natalício decorria naquele dia, fosse seu nome atribuído ao Largo do Carmo. As primeiras assinaturas da representação eram de Aquilino do Amaral, Afonso Peixoto, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Tito Lívio Brasil, José de Almeida Prado e José Rites.

Na sessão ordinária que realizou a 22 de abril de 1909, o presidente, Antônio Azevedo da Silva Júnior, comunicou haver recebido de Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Tito Lívio Brasil o abaixo-assinado firmado por 300 cidadãos, em entrega, aliás, solene. O dr. B. de Moura Ribeiro, além de apresentar o respectivo projeto de lei, afirmou estar a proposição dispensada do parecer da Comissão de Justiça, de que era membro. Na sessão da ordem do dia da mesma sessão, foi o projeto aprovado em primeira discussão e, a requerimento do dr. Moura Ribeiro, houve dispensa de interstício regimental, de maneira que a proposição foi imediatamente votada e aprovada em segunda e final discussão.

No mesmo dia foi promulgada pelo dr. Antônio da Silva Azevedo Júnior, presidente da Câmara Municipal, a lei 345, que denominou Barão do Rio Branco o largo situado entre as ruas Antônio Prado e 15 de Novembro, conhecido por Largo do Carmo. Figurava na Planta sob número 50 e foi oficializada pela lei 647, de 16 de fevereiro de 1921, que entrou em vigor a 1º de janeiro de 1922, sancionada pelo prefeito municipal, coronel Joaquim Montenegro.

Na sessão da Câmara Municipal de 19 de março de 1909, seu presidente, dr. Antônio da Silva Azevedo Júnior, comunicou haver recebido de Petrópolis o seguinte telegrama do barão do Rio Branco: 'Envio à Câmara Municipal de Santos os meus agradecimentos pelo telegrama com que tão benevolamente me honrou no dia 20 de abril, e a cada um de seus membros, as minhas cordiais e atenciosas saudações'.

Logo depois, na sessão realizada a 28 de abril de 1909, ainda o presidente, dr. Antônio da Silva Azevedo Júnior, comunicou ao plenário haver sido inaugurada a placa denominativa da Praça Barão do Rio Branco.

José Maria da Silva Paranhos Júnior – barão do Rio Branco – nasceu no Rio de Janeiro a 20 de abril de 1845 e faleceu em 1912. Filho do visconde do Rio Branco, cursou a Faculdade de Direito de São Paulo em 1862 e se bacharelou pela Faculdade de Direito do Recife em 1866.

Desempenhou os seguintes cargos, entre outros: professor de Corografia e História do Colégio Pedro II; deputado por Mato Grosso; cônsul do Brasil na Inglaterra; superintendente dos Serviços de Imigração para o Brasil em Paris; ministro do Brasil na Alemanha e ministro do Exterior nos governos de Rodrigues Alves e Afonso Pena.

Por sua elevada capacidade e tirocínio em várias questões diplomáticas, que deram ao Brasil importantes vitórias, Rio Branco recebeu os títulos de barão, Benemérito da Pátria e Chanceler da Paz. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e presidente, por duas vezes, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Deixou várias obras biográficas. Morreu a 11 de fevereiro de 1912. Seu amor à Pátria, seu ardor cívico, seu talento, seu espírito inquebrantável e sua luta ingente em favor do Brasil e do seu povo aí estão como vivos exemplos às gerações futuras.

Fonte: RODRIGUES, Olao. Veja Santos!, 2ª edição, 1978. Ed. do autor - pág. 541 a 544

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