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Vias públicas de Santos/SP

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Rua Quinze de Novembro

Coordenadas da via: Latitude: -23.932678 e Longitude: -46.329268      [GoogleMaps]

Começa em Praça dos Andradas, 2, no bairro Centro

CEP: 11010-151 - lado ímpar

11010-150 - lado par

Termina em Rua Augusto Severo, 2/Praça Barão do Rio Branco, no bairro Centro

Nomes antigos: Rua Direita, Rua Antonina, Rua 25 de Março, Travessa ou Beco de São Jerônimo, Rua 12

Logradouro criado em 1889

História: Antiga e tradicional via pública, tinha o número 12 e foi cognominada de Wall Street Santista porque no trecho entre Frei Gaspar e do Comércio se efetivavam os maiores negócios de café do mundo, tal a efervescente atividade dos corretores, além de nela atuar a Bolsa Oficial de Café. Ainda hoje é a via pública considerada rica por se situarem em sua área o Banco do Brasil e outras unidades bancárias, além de escritórios de reputadas firmas do comércio cafeeiro.

Dando-se grande salto ao passado, em 1765 Santos já dispunha de Rua Direita, que era a principal da vila pela posição topográfica e pela fortuna de seus moradores. Começava nos Quatro Cantos e terminava no Convento do Carmo, tinha 46 casas do lado esquerdo e 24 do lado direito. Em 1822, ano da Independência, a Rua Direita compreendia o trecho entre a Travessa do Parto, atual Rua D. Pedro II, e a esquina da rua Frei Gaspar, possuindo 46 casas.

Foi na Rua Direita, perto dos Quatro Cantos, que morou José Antônio Pimenta Bueno, primeiro juiz de Direito de Santos e que depois veio a ser o marquês de Sâo Vicente. No número 109 da atual Rua 15 de Novembro, depois ocupado pelo Banco do Comércio e Indústria de São Paulo, há uma placa que indica ser ali o local da casa em que nasceu e morou José Bonifácio de Andrada e Silva. Aliás, quando da inauguração da agência do Banco do Comércio e Indústria de São Paulo, a 13 de abril de 1928, foi também inaugurada, na fachada do prédio, essa placa comemorativa que tem a efígie do Patriarca da Independência. Discursaram Pádua Sales, João Holl Júnior e o prefeito municipal, que era o dr. José de Souza Dantas. A Rua Antonina, formada em 1810, estendia-se dos Quatro Cantos à esquina da Rua de Santo Antônio, agora Rua do Comércio.

Numa das sessões da Câmara Municipal de 1865, por iniciativa do seu presidente, visconde de Embaré, foi alterada a denominação de algumas vias públicas. Por exemplo, ficou chamada Travessa São Jerônimo 'a que fica sobre o ribeiro do mesmo nome, entre a Rua de Santo Antônio e de São Leopoldo'.

Na sessão ordinária que a Câmara Municipal realizou a 13 de janeiro de 1865, sob a presidência do visconde de Embaré, o plenário aprovou indicação do dr. Inácio Wallace da Gama Cócrane em que, aludindo ao requerido por Antônio Nicolau de Sá para o nivelamento do passeio a que era obrigado nas testadas de sua propriedade, à Rua de Santo Antônio, esquina do Beco de São Jerônimo, propôs fosse o inspetor de Obras Públicas autorizado a construir imediatamente o calçamento do referido beco.

Digamos, a propósito, que o trecho atual entre a 15 de Novembro e a Praça Rui Barbosa teve outra designação. Não passava de beco tortuoso, cheio de depressões, feio e anti-higiênico. Era chamado por Beco do Alfaya, por se referir ao genitor do comendador João Alfaya Rodrigues.

Além de Direita e Antonina (trecho da Frei Gaspar à do Comércio), a artéria também teve o nome de 25 de Março. Alás, a mudança de 25 de Março para 15 de Novembro ocorreu seis dias após a proclamação da República, por decisão da Câmara Municipal na sessão especial realizada a 21 de novembro de 1889, presidida pelo vereador Júlio Conceição e comparecimento, entre outros, dos vereadores João da Silva Oliveira Pinto, Américo Martins dos Santos, Guilherme José Alves Souto e J. Rossman. A Edilidade atendeu desse modo a abaixo-assinado de munícipes que pleitearam a alteração denominativa de 10 vias públicas, entre as quais a de 25 de Março para 15 de Novembro.

Proclamada a República, o povo afluiu ao Paço, que funcionava no prédio da Cadeia, na Sala de Audiências, onde se deu a escolha do Governo Provisório do Município, de cuja cerimônia foi lavrada ata que assim começava: 'Aos quinze dias do mês de novembro de mil oitocentos e oitenta e nove, em virtude das notícias telegráficas sobre a proclamação da República, o povo reunido aclamou seu presidente o doutor Martim Francisco Ribeiro de Andrada, que convidou para secretário o dr. Leão Luís Ribeiro, deliberando constituir provisoriamente o Governo da Cidade, para o que foi eleita uma comissão composta de três membros, sendo aclamados os cidadãos Antônio de Lacerda Franco, para presidente; Antonio Carlos da Silva Teles, para vice-presidente, e dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada, os quais deliberarão com os demais membros, dr. Leão Luís Ribeiro, Ernesto Cândido Gomes, José Azurém Costa, Henrique Porchat de Assis e Walter Wright. A esse Governo Provisório foram dados amplos poderes no sentido de ser mantida a ordem e o respeito devidos às pessoas e à propriedade dos cidadãos'. Continuou a ata com outros detalhes e foi assinada, em primeiro lugar, por Antônio de Lacerda Franco, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Antônio Carlos da Silva Teles, José Azurém Costa e Manuel Franco de Araújo Viana.

Ao ser proclamada a República eram vereadores Júlio Conceição, na qualidade de presidente; João Manuel Alfaya Rodrigues Júnior, Américo Martins dos Santos, J. Rossman, Felix Bento Viana, Guilherme José Alves Souto, José da Silva Oliveira Pinto, Lucas Alves Fortunato, Alfredo Ramires Esquivel e Antônio Carlos da Silva Teles. Essa vereança ainda se reuniu por diversas vezes, a última das quais a 17 de dezembro de 1889. Em 1890, Prudente de Morais nomeou o primeiro Conselho de Intendência Municipal, presidido pelo dr. José Xavier Carvalho de Mendonça, que tomou posse a 21 de fevereiro daquele ano.

O povo, no dia 15 de novembro de 1889, entregou-se a ruidosas manifestações de civismo, com muitos discursos, música, fogos e um espetáculo de gala no Teatro Guarani, franqueado ao público, por uma companhia dramática que estava na terra. Segundo Carlos Vitorino, em seu livro Reminiscências, embora vibrantes, os festejos populares não se compararam em grandeza aos de 13 de maio de 1888.

A artéria foi o centro dos festejos de Carnaval do passado. E muito movimentada durante a noite, por ser um dos pontos principais da Cinelândia, com os cinemas Moderno, Bijou e Pathé. Foi na antiga 15 de Novembro, no número 29, residência de José Joaquim de Sousa Ayram Martins, que um grupo de cidadãos portugueses fundou a 21 de agosto de 1859 a Sociedade Portuguesa de Beneficência. Nela ainda funcionou a casa de banhos de José Caballero. A mais antiga instituição recreativo-social de Santos, o Clube XV, nasceu na Rua 25 de Março. Como o Clube XV, igualmente o Clube Éden Santista foi fundado na atual 15 de Novembro, a 21 de dezembro de 1895.

Foi portanto a principal via pública de Santos antiga. Por ela já passaram bondes de burros, como também esteve vedada ao trânsito de veículos, segundo o edital 59, de 16 de maio de 1895, do intendente municipal, coronel Narciso de Andrade. Finalmente, diga-se que as três sedes sociais, próprias, que até hoje contou a Associação Comercial, desde 20 de dezembro de 1870, tiveram a mesma localização: Rua 15 de Novembro, esquina de Riachuelo.

Fonte: RODRIGUES, Olao. Veja Santos!, 2ª edição, 1978. Ed. do autor - pág. 526 a 529

Veja mais em [Rua XV de Novembro no tempo do bonde]
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