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Vias públicas de Santos/SP

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Rua João Octávio

Coordenadas da via: Latitude: -23.935986 e Longitude: -46.315557      [GoogleMaps]

Começa em Praça Cândido Gaffrée/Rua General Câmara/Rua Xavier da Silveira/Praça Silvério de Souza, no bairro Paquetá

CEP: 11013-120

Termina em Avenida São Francisco/Avenida Cidade de Santos, no bairro Paquetá

Nomes antigos: Rua do Paquetá, Rua 73, Rua Batista Pereira

Logradouro criado em 1921

História: Rua 73, considerou-a oficial a lei 647, de 16 de fevereiro de 1921, que entrou em vigor a 1º de janeiro de 1922, sancionada pelo prefeito municipal, coronel Joaquim Montenegro. O respectivo projeto de lei foi votado e aprovado nas sessões ordinárias que a Câmara Municipal realizou nos dias 14 de janeiro de 1921 e 16 de fevereiro seguinte.

No passado, tornou-se muito popular porque na quadra compreendida pelas ruas João Pessoa e Amador Bueno funcionou durante muitos anos o primeiro hospital da Sociedade Portuguesa de Beneficência. Nos dias atuais, a artéria também é muito conhecida por ostentar vários estabelecimentos de recreação noturna.

Primitivamente, chamavam-na Rua do Paquetá. Antes da atual denominação, a via pública tinha o nome de Batista Pereira. Na sessão da Câmara Municipal realizada a 10 de fevereiro de 1887, sob a presidência de Felix Bento Viana, o vereador Américo Martins dos Santos apresentou a seguinte indicação, aprovada: 'Existindo uma rua denominada Batista Pereira, nome que nada significa aos santistas, por isso que ninguém sabe quem é ou quem foi o homenageado neste Município, indico seja substituída pela denominação de João Otávio, nome esse de grande prestígio neste Município, pelos muitos serviços por ele prestados'.

Lei 1.902, de 3 de dezembro de 1956, do prefeito municipal dr. Antônio Feliciano, autorizou o Executivo a mandar erigir nos jardins da praia, em frente à sede do Instituto Dona Escolástica Rosa, herma glorificadora do santista João Otávio dos Santos.

Na sessão ordinária da Câmara Municipal realizada a 11 de julho de 1900, presidida pelo capitão José Carneiro Bastos, o verador Américo Martins dos Santos, comunicando o trespasse de João Otávio dos Santos, proferiu palavras de encômios ao prestante cidadão, enaltecendo sobretudo suas qualidades humanitárias. Requereu constasse da ata voto de profundo pesar, suspensão dos trabalhos da sessão, nomeação de comissão de representação para a missa de sétimo dia e comparecimento da banda musical do Corpo de Bombeiros. Também falaram sobre João Otávio dos Santos os vereadores Martins Menezes e tenente-coronel Ascendino Moutinho. O presidente considerou aprovado o requerimento, exceto a suspensão dos trabalhos da sessão, designando os vereadores Américo Martins dos Santos, dr. Martins Menezes, tenente-coronel Ascendino Moutinho, Joaquim Feliciano da Silva e Fernando Monteiro para integrarem a Comissão de Representação. Aliás, na sessão seguinte a 16 de julho do mesmo ano, o dr. Martins Menezes comunicou à Casa haver a Comissão de Representação cumprido a deliberação do plenário.

João Otávio dos Santos, filho de dona Escolástica Rosa, nasceu em Santos a 8 de março de 1830 e faleceu também nesta Cidade a 9 de julho de 1900, com a idade de 70 anos. De origem pobre, seu padrinho João Otávio Nébias fê-lo aprender as primeiras letras, que constituíram todo o seu cabedal instrutivo. Dotado, porém, de inteligência nata e revestido de alto critério, começou bem cedo a luta pela vida, fazendo escritas em vários estabelecimentos e conseguindo em tal labor razoável economia. Com 18 anos de idade, entrou a negociar no gênero de compra e venda de mercadorias em geral, vendo aumentar sua economia. De 1892 por diante, após 42 anos de trabalho assíduo, passou a explorar o ramo imobiliário, comprando prédios e terrenos que, na época, eram bem baratos.

O primeiro prédio que adquiriu foi em 1855 na Rua Santo Antônio, atual Rua do Comércio número 27, que legou à Santa Casa da Misericórdia de Santos, 'a menina de seus olhos', como dizia. João Otávio dos Santos exerceu o cargo de provedor da tradicional irmandade de 1875 a 1878 e de 1883 a 1886. Fez repetidas vezes empréstimos, em dinheiro, sem cobrar juros, à Santa Casa da Misericórdia, além de fazer-lhe em 1895 o donativo de 110 ações do Teatro Guarani. Em seu testamento, deixou haveres ao antigo Asilo de Órfãos, Humanitária dos Empregados no Comércio, Sociedade União Operária, Igreja Matriz, Sociedade Auxiliadora da Instrução e Apostolado do Sagrado Coração de Jesus.

Seu maior legado foi a criação do Instituto Dona Escolástica Rosa, em prédio próprio e dando-lhe recursos para cômoda manutenção através dos anos, confiada a sua direção à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia. Como político, militou no Partido Liberal e foi vereador à Câmara Municipal de Santos em 1865, 1866, 1867, 1868, 1887, 1888, 1889, 1890, 1892 e 1893, ocupando por mais de uma vez a presidência da Mesa. Foi um dos diretores do Banco Mercantil de Santos, sem que nenhuma responsabilidade lhe coubesse pela cessação abrupta da atividade desse estabelecimento de crédito.

João Otávio, que sofria de aterosclerose, doença que o vitimou, foi assistido até os derradeiros instantes pelo seu médico dr. João Éboli. Deixou testamento elaborado a 2 de dezembro de 1899 e registrado no mesmo dia no Tabelionato de Joaquim Fernandes Pacheco.

Fonte: RODRIGUES, Olao. Veja Santos!, 2ª edição, 1978. Ed. do autor - pág. 334*335

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