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Vias públicas de Santos/SP

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Rua General Câmara

Coordenadas da via: Latitude: -23.934776 e Longitude: -46.321424      [GoogleMaps]

Começa em Praça Ruy Barbosa/Rua Frei Gaspar, no bairro Centro

CEP: 11010-121 - até 191 - lado ímpar

11010-120 - até 192 - lado par

11010-123 - de 193 ao fim - lado ímpar

11010-122 - de 194 ao fim - lado par

Termina em Praça Cândido Gaffrée/Rua João octávio, no bairro Paquetá

Nomes antigos: Rua Áurea, Rua dos Açougues, Rua do Campo, Rua Projetada 26, Rua Nova

Logradouro criado em 1921

História: Projetada número 26, foi considerada oficial pela lei 647, de 16 de fevereiro de 1921, que entrou em vigor a 1º de janeiro de 1922, sancionada pelo prefeito municipal coronel Joaquim Montenegro. Recebeu denominação por iniciativa do vereador Xavier Pinheiro. A Rua do Campo e Rua Áurea, fundidas, converteram-se na atual e movimentada General Câmara, surgida em 1809, primitivamente designada por Rua Nova. No ano histórico de 1822 tinha o nome de Áurea.

Citando-se uma das mais antigas vias públicas de Santos, parece-nos congruente assinalar que, na sessão da Câmara Municipal realizada a 24 de janeiro de 1865, presidida por Antõnio da Silva Ferreira Júnior, visconde de Embaré, foram examinadas duas propostas para execução do serviço e iluminação pública, sndo escolhida a do sr. Camilo Bourroul, 'que se obriga a continuar a executar o alumiamento da Cidade a querosene e com abatimento de 2% sobre os preços e condições de qualquer outra proposta'.

Critiando o estado de imundície de uma vala existente na Rua General Câmara, o comendador João Manuel Alfaia Rodrigues Júnior indicou na Câmara Municipal a necessidade de ser aberta uma rua entre aquela via pública e a Rua Vsconde do Rio Branco. Na sessão realizada a 9 de julho de 1887, a propositura de Alfaia Rodrigues não foi aceita, mas resolvida ficou a construção de um cano em toda a extensão da Rua General Câmara, a começar da Rua Martim Afonso até a Rua Constituição, para 'efeito de acabar com o deplorável estado de sujeira que se observa no local'.

José Antônio Correia da Câmara nasceu em Porto Alegre a 17 de fevereiro de 1824 e faleceu a 18 de agosto de 1893. Verificou praça como voluntário no 3º Regimento de Cavalaria Ligeira a 16 de setembro de 1839. Rápida e brilhante, sua carreira militar. Teve duas promoções por merecimento e duas outras por atos de bravura. Aos 26 anos de idade já era capitão; major aos 29; tenetne-coronel aos 41; coronel aos 43; brigadeiro aos 44; marechal-de-campo aos 46; tenente-general aos 53; e, afinal, marechal do Exército aos 63 anos de idade.

Recebeu o título de visconde de Pelotas, com Grandeza, a 17 de março de 1870, juntamente com a promoção a marechal-de-campo. Seu avô, em que via exteriorizado tudo que desejava ser, foi o primeiro visconde de Pelotas. Notabilizou-se na Guerra do Paraguai, a quem coube terminar colocando ponto final à cruenta campanha, pois comandava a vanguarda de nossas tropas, competindo-lhe, desse modo, entrar triunfalmente em Assunção. Antes, porém, defrontou-se com Solano Lopez, em Cerro-Corá, logo depois de Aquidã-Niqui, quando o ditador paraguaio, já ferido de morte pelo cabo gaúcho José Francisco Lacerda, por alcunha Chico Diabo. O general Câmara, um dos maiores homens da Guerra do Paraguai, era alto, forte, elegante, de longas barbas, valente, brioso e intrépido, 'olha o jaguar das selvas guaranis, aquele homem terrível, de vontade gigantesca, que do nada criava exércitos, aquele que com canoas assaltava encouraçados, aquele que manteve em xeque poderosos exércitos com um punhado de meninos, de mutilados, de mulheres…'.

'- Entregue-se, marechal! – disse Câmara com altivez -. Eu sou o general brasileiro que comanda estas forças'.

Ao mesmo tempo em que vibrava uma estocada no general Câmara, estocada de agonizante, fraca e ineficaz, Solano Lopez dizia estas palavras:

'- Não me rendo. Morro com a minha pátria!'.

Um soldado de Cavalaria deu-lhe um tiro. Lopez caiu. E sucumbiu. Estava terminada a grande luta. O notável soldado brasileiro mereceu de Caxias estas significativas palavras:

'- General! Louvo-o por suas brilhantes cargas'.

Essas cargas, como as que se verificaram na Batalha do Avaí, ficaram famosas na história da Cavalaria brasileira. Graças à habilidade do general Câmara, três batalhões de infantaria do 3º Corpo do Exército foram salvos de irremediável desastre. Para enaltecer a vida do emérito e destemeroso soldado, é de transcrever o elogio que o comandante-chefe Gastão de Orleans – conde d'Eu – lhe fez na Ordem do Dia número 45, assinada em seu quartel-general, em Vila do Rosário, a 15 de março de 1870, segundo se assinala na obra de Lima Figueiredo, Grandes Soldados do Brasil:

'Ao general Câmara em pessoa coube a glória de conquistar o último acampamento inimigo, de alcançar o próprio ditador em sua fuga, e vê-lo expirar com seus filhos mais velhos e seus validos, renitentes na resistência, ao passo que outros chefes e oficiais entregavam-se prisioneiros e que a mãe e irmãs agradeciam a intervenção inesperada que as salvara do destino cruel a que estavam reduzidas. Faltam expressões para não só devidamente louvar e ressaltar os serviços prestados à causa pública pelo general Câmara, como também para especificar as qualidades militares por ele demonstradas, a sua atividade sem igual, a sua bravura, a sua inteligência e a sua experiência profissional'.

Fonte: RODRIGUES, Olao. Veja Santos!, 2ª edição, 1978. Ed. do autor - pág. 139 a 141

Veja mais em [R.dos Açougues, Áurea ou General Câmara]
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