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BAIXADA SANTISTA - LIVROS - Chronica Geral do Brazil
Uma crônica de 1886 - 1800-1883 (29)

Clique aqui para ir ao índice do segundo volumeEm dois tomos (1500-1700, com 581 páginas, e 1700-1800, com 542 páginas), a Chronica Geral do Brazil foi escrita por Alexandre José de Mello Moraes, sendo sistematizada e recebendo introdução por Mello Moraes Filho. Foi publicada em 1886 pelo livreiro-editor B. L. Garnier (Rua do Ouvidor, 71), no Rio de Janeiro. É apresentada como um almanaque, dividido em séculos e verbetes numerados, com fatos diversos ordenados cronologicamente, tendo ao início de cada ano o Cômputo Eclesiástico ou Calendário Católico.

O exemplar pertencente à Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos/SP, foi cedido  a Novo Milênio para digitalização, em maio de 2010, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, sendo em seguida transferido para o acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos. Assim, Novo Milênio apresenta nestas páginas a primeira edição digital integral da obra (ortografia atualizada nesta transcrição) - páginas 377 a 386 do Tomo II:

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Chronica Geral do Brazil

Alexandre José de Mello Moraes

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Imagem: reprodução parcial da página 377/tomo II da obra

 

1800-1883 

[...]

CMI (N.E.: grafado na época da obra como DCCCCI) – No dia 11 de outubro de 1854 escolhe-se lugar em uma das ilhas de Maricá (no Rio de Janeiro) para a edificação de um lazareto.

CMII - No dia 15 de outubro de 1854 o chefe de divisão Pedro Ferreira de Oliveira é nomeado comandante em chefe da divisão naval brasileira no Rio da Prata.

CMIII – Foi no dia 2 de dezembro de 1854 que se colocou a primeira pedra para a construção da Pinacoteca Imperial, contígua ao edifício das Bellas Artes.

CMIV – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 13; ciclo solar, 16; epacta, 12; letra dominical, G.

CMV – Martirológio. Dia 1º de janeiro, segunda-feira; Páscoa a 8 de abril; indicação romana, 13; período Juliano, 6.568.

CMVI – No dia 20 de março de 1855 falece, na Bahia, o visconde da Pedra Branca, Domingos Borges de Barros, senador do Império pela província da Bahia, conhecido nas letras brasileiras por suas mimosas poesias. Era formado em ciências naturais.

CMVII – No dia 16 de abril do mesmo ano, pelas 11 horas da noite, falece João Duarte Lisboa Serra, presidente do Banco do Brasil e deputado à Assembleia Geral Legislativa pela província do Maranhão. Era poeta distinto, e suas poesias correm impressas.

No dia 30 de maio de 1855, morre em Porto Alegre o marechal Bento Manoel Ribeiro.

CMVIII – No dia 18 de junho de 1855 morre, no Rio de Janeiro, Manoel de Carvalho Paes de Andrade, senador do Império pela província da Paraíba, e que na história das revoluções políticas do Império figurou como presidente da República do Equador.

CMIX – No dia 24 de junho de 1855 falece, na Bahia, na idade de vinte e três anos, Junqueira Freire, nascido na mesma cidade a 31 de dezembro de 1832, frade beneditino, poeta inspirado, e autor das sublimes poesias Inspirações do claustro.

No dia 1 de julho de 1855 morre o chefe de divisão João Henrique de Carvalho e Mello.

No dia 13 de julho de 1855 falece, em Niterói, o visconde de Caravelas, Manoel Alves Branco, senador do Império pela província da Bahia, e nela nascido a 7 de junho de 1797, sendo seus pais o comerciante João Alves Branco e sua mulher d. Anna Joaquina de Sá Silvestre.

No dia 24 de agosto de 1855 morre o general visconde de Magé, José Joaquim de Lima e Silva.

No dia 27 de agosto de 1855 falece o marechal João Antonio Rangel de Vasconcellos (vide a Nicographia no Correio Mercantil n. 236 de 27 de agosto de 1865).

No dia 10 de setembro de 1855 morre, na Bahia, o brigadeiro Rodrigo Antonio Falcão Brandão, barão de Belém, casado com d. Maria Sabina da França Pinto de Oliveira. O brigadeiro Rodrigo Brandão foi um benemérito da independência e leal servidor do Estado.

CMX – No dia 15 de maio de 1855 chega ao Pará a barca portuguesa Sacramento, levando a seu bordo a peste do cholera morbus, que pela primeira vez se manifesta francamente no Brasil, e logo se propagou às outras províncias.

CMXI – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 14; ciclo solar, 17; epacta, 23; letra dominical, F E.

CMXII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, terça-feira; Páscoa a 23 de março; indicação romana, 14; período Juliano, 6.569.

CMXIII – O obituário do município neutro no ano de 1856 foi de oito mil e oitenta e cinco pessoas.

CMXIV – No dia 5 de fevereiro de 1856 morre o tenente-general Antero José Ferreira de Brito, barão de Tramandaí.

No dia 7 de maio do mesmo ano de 1856 falece o conselheiro de Estado José Cesario de Miranda Ribeiro, visconde de Uberaba, nascido em 1792, na cidade de Ouro Preto, capital da província de Minas Gerais. Era senador do Império pela província de S. Paulo.

No dia 8 de maio do mesmo ano morre o marechal-de-campo Francisco Cordeiro da Silva Torres, visconde de Gerumirim.

CMXV – No dai 1º de setembro de 1856 foi entregue ao brigadeiro Jeronymo Francisco Coelho, presidente e comandante das armas do Rio Grande do Sul, uma espada de ouro oferecida pelos operários do Arsenal de Guerra da Corte.

CMXVI – No dia 9 de novembro de 1856 foi solenemente aberto o Seminário Episcopal de S. Paulo no suntuoso edifício levantado a expensas dos fiéis e do governo pelo reverendo bispo d. Antonio Joaquim de Mello.

CMXVII – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 15; ciclo solar, 18; epacta, 4; letra dominical, D.

CMXVIII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, quinta-feira; Páscoa a 12 de abril; indicação romana, 15; período Juliano, 6.570.

CMXIX – O obituário no município neutro no ano de 1857 foi de oito mil, novecentas e noventa e quatro pessoas.

CMXX – No dia 6 de fevereiro de 1857 falece, na cadeia do Benevente, província do Espírito Santo, o preso João Pereira, tendo-se imposto a si mesmo o não comer por espaço de três meses; tornou-se um esqueleto, unindo-se a pele do ventre à coluna vertebral.

CMXXI – No dia 19 de fevereiro de 1857 falece, na vila de S. Fidelis, província do Rio de Janeiro, Domingas Maria de Jesus, natural da cidade de Campos, com cento e dezesseis anos de idade.

No dia 20 do mesmo mês e ano falece, na cidade de Campos, a parda livre de nome Luíza, natural de S. Fidelis, com cento e vinte anos de idade.

No dia 15 de março de 1857 morre o general João Carlos Pardal, amigo dedicado do ex-imperador d. Pedro I.

No dia 1º de abril do mesmo ano morre, no Rio de Janeiro, o marechal do exército conselheiro João Chrisostomo Callado.

No dia 6 de abril do mesmo ano de 1857 falece, na cidade de Sabará, Bernardo Fagundes, crioulo, com cento e trinta e três anos de idade, natural da mesma cidade, onde assistiu a preparar-se o terreno, e trabalhou mesmo de alavanca no desmonte do morro em que está colocada a cidade do |Carmo, e a lançar a primeira pedra do seu fundamento.

No dia 5 de julho de 1857 morre o senador Cassiano Esperidião de Mello Mattos, nascido na Bahia a 11 de setembro de 1773. Era senador do Império pela província da Bahia.

No dia 12 de julho de 1857 morre, em S. Paulo, o brigadeiro Antonio Leite da Gama Lobo.

No dia 30 de setembro de 1857 morre, no Rio de Janeiro, com sessenta e seis anos de idade, o dr. Joaquim José da Silva, lente da Escola de Medicina, sendo sepultado no dia 1º de outubro no cemitério de S. João Baptista.

No dia 7 de outubro de 1857 falece, na Corte do Rio de Janeiro, o brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar.

CMXXII – No dia 10 de março de 1857, inaugura-se na capital da província do Ceará um colégio para educação dos meninos órfãos da mesma província.

CMXXIII – No dia 14 de março de 1857, o famoso cavalo a vapor abriu a sua primeira corrida nas linhas férreas da estrada de d. Pedro II, sendo esta corrida o primeiro ensaio, percorrendo os vagões dezesseis milhas em trinta e cinco minutos.

CMXXIV – No dia 28 de março de 1857 foi ditado o decreto que autorizou as suspensões ex informata consciencia, e privou de recursos aos que fossem com elas fulminados.

CMXXV – No dia 5 de maio foi organizado novo ministério.

CMXXVI – No dia 14 de junho de 1857 foi inaugurada no hospício de Pedro II a estátua do conselheiro José Clemente Pereira, fundador do mesmo hospício de alienados.

CMXXVII – No dia 24 de junho de 1857 houve o grande incêndio no estabelecimento de construção naval da Ponta da Areia, em Niterói, cujo prejuízo orçou em trezentos contos de réis.

CMXXVIII – O famoso Rio S. Francisco, no ano de 1857, encheu tanto que inundou literalmente a vila Januaria, dando causa a retirar-se toda a população para o lugar denominado Alto do Piquaeiro, distante um quarto de légua da vila, não ficando nela uma só pessoa.

CMXXVIX – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 16; ciclo solar, 19; epacta, 15; letra dominical, C.

CMXXX – Martirológio. Dia 1º de janeiro, sexta-feira; Páscoa a 4 de abril; indicação romana, 1; período Juliano, 6.571.

CMXXXI – O obituário no município neutro neste ano de 1858 foi de nove mil, setecentas e vinte e uma pessoas.

CMXXXII – Apareceu em outubro de 1858 um cometa acima e um pouco ao lado do planeta Vênus, com a cauda para cima. Na noite do dia 24, estando limpo de nuvens, o céu foi visto perfeitamente por todos.

CMXXXIII – No dia terça-feira 15 de novembro do mesmo ano, caiu sobre a cidade de Rezende um rijo tufão de NO como não havia memória; desabando o novo edifício da Santa Casa da Misericórdia, e produzindo outros estragos avaliados em vinte e cinco contos de réis.

CMXXXIV – No dia 16 de janeiro de 1858 é executado na cidade de Marianna, Minas Gerais, o réu José Joaquim Gomes da Fonseca, conhecido pela alcunha de Tira Couro. Este infeliz manifestou grande resignação e do alto do patíbulo pediu perdão a todas as pessoas presentes. Malfadada família: há dez anos e nesse mesmo lugar, foi executado um irmão de Tira Couro, e já outro e um cunhado andavam foragidos por se acharem indiciados como autores da morte do ancião Rollim. Era crença geral de que o chefe de tão desgraçada família, sendo desrespeitado por seus filhos, lhes dissera que em recompensa do que praticavam com ele lhes ligava as masmorras e a forca.

CMXXXV – No dia 10 de fevereiro de 1858 morre o brigadeiro conselheiro Eustachio Adolpho de Mello Matos.

No dia 13 de maio do mesmo ano morre, em S. Paulo, o dr. Gabriel Rodrigues dos Santos, nascido na mesma cidade no 1º de abril de 1816. Era orador eloquente.

No dia 2 de outubro de 1858 morre o tenente-general Francisco José Sousa Soares de Andréa, barão de Caçapava, nascido em Portugal em 29 de janeiro de 1781.

No dia 22 de outubro de 1858 morre o marechal de exército Antonio Elisiario de Miranda Brito, nascido em Lisboa em 1786.

CMXXXVI – No dia 3 de dezembro de 1858 falece, na Rua Nova, em S. Domingos de Niterói, o pregador imperial fr. Francisco de Monte Alverne (Francisco José de Carvalho). Nascido em 9 de agosto de 1784, professou no convento de Santo Antonio do Rio de Janeiro em 3 de outubro de 1802. Era orador eloquente, escritor elegante e de vasta erudição.

CMXXXVII – No dia 29 de março de 1858 inaugura-se a estrada de ferro de d. Pedro II, abrindo-se ao trânsito público desde a estação central até Queimados.

CMXXXVIII – No dia 13 de abril de 1858 chega à Corte do Rio de Janeiro d. Benigno Lopes, encarregado da troca das ratificações da convenção celebrada na cidade da Assunção entre o Brasil e o Paraguai.

No dia 4 de maio foram nomeados d. Francisco Solano Lopes grã-cruz da Ordem de Cristo, e d. Benigno Lopes comendador da mesma ordem.

CMXXXIX – No dia 2 de dezembro de 1858 foi lançada a primeira pedra do edifício da Casa da Moeda do Rio de Janeiro, na banda ocidental do campo de Santa Anna, depois Praça da Aclamação, sendo encarregado da obra o dr. Theodoro de Oliveira.

No dia 13 de setembro de 1868 foram removidas para o edifício as oficinas que trabalhavam no edifício do Tesouro Nacional, e principiaram a trabalhar no novo edifício.

CMXL –No dia 24 de outubro de 1858 abriu-se ao trânsito público a Rua de D. Luiza para o Morro de Santa Tereza, sendo a obra feita por Joaquim da Fonseca Guimarães e João Carlos Palhares, auxiliados pela Câmara Municipal da Corte.

CMXLI – Na segunda-feira, 31 de outubro de 1858, inaugura-se a Casa de Caridade de Itaguaí.

CMXLII – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 17; ciclo solar, 20; epacta, 26; letra dominical, B.

CMXLIII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, sábado; Páscoa a 24 de abril;indicação romana, 2; período Juliano, 6.572.

CMXLIV – O obituário do município neutro neste ano de 1859 foi de nove mil, oitocentas e trinta e duas pessoas.

CMXLV - Na segunda-feira, 6 de fevereiro de 1859, houve um eclipse da lua, começando às nove horas da noite. Durante o dia toda a atmosfera no Rio de Janeiro esteve coberta de nuvens.

CMXLVI – No dia 11 de março d e1859 falece o capitalista e muito caridoso Joaquim Antonio Ferreira, visconde de Guaratiba, com oitenta e dois anos de idade.

No dia 20 de fevereiro (domingo) o engenheiro Horacio da Gama Moret e outros morreram desastradamente, no trem de ferro de Pedro II. (vide os jornais de 20 de fevereiro de 1859).

No dia 20 de maio falece Manoel Ignacio de Mello e Sousa, barão do Pontal, senador do Império pela província de Minas Gerais. Nasceu em Portugal.

No dia 17 de novembro de 1859 falece Custodio Ferreira Leite, barão de Ayuruoca, nascido em Minas Gerais a 3 de dezembro de 1782.

No domingo, 18 de setembro de 1857, pelas oito horas da manhã, falece o senador Nicoláo Pereira de Campos Vergueiro na idade de oitenta e um anos. Foi sepultado no cemitério de S. João Baptista. Este venerando cidadão foi um decidido amigo do Brasil.

CMXLVII – No domingo, 10 de abril de 1859, pelas onze horas da manhã, instalou-se no salão do Club Nictheroyense, na Praia Grande, a Sociedade Defensora da Constituição.

CMXLVIII – Na quarta-feira, 13 de abril de 1859, desabou às nove horas da noite sobre a cidade do Rio de Janeiro um dos maiores temporais de que se tinha notícia, com chuva torrencial, e inundou uma boa parte da cidade, fazendo estragos consideráveis.

CMXLIX – No domingo, 22 de maio de 1859, às cinco horas da tarde, foi inaugurada a capela da Casa de Correção da Corte, com assistência do imperador d. Pedro II.

CML – No sábado, 1º de outubro de 1859, suas majestades imperiais embarcaram para as províncias do Norte, às sete e meia horas da manhã, no Arsenal de Marinha.

O ministro da Fazenda, Angelo Muniz da Silva Ferraz, ordena ao presidente da Bahia para despender quatro contos de réis com a decoração do palácio que tem de receber suas majestades, obrigando com semelhante vilania a três particulares fazerem as despesas à sua custa.

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