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BAIXADA SANTISTA - LIVROS - Chronica Geral do Brazil
Uma crônica de 1886 - 1800-1883 (27)

Clique aqui para ir ao índice do segundo volumeEm dois tomos (1500-1700, com 581 páginas, e 1700-1800, com 542 páginas), a Chronica Geral do Brazil foi escrita por Alexandre José de Mello Moraes, sendo sistematizada e recebendo introdução por Mello Moraes Filho. Foi publicada em 1886 pelo livreiro-editor B. L. Garnier (Rua do Ouvidor, 71), no Rio de Janeiro. É apresentada como um almanaque, dividido em séculos e verbetes numerados, com fatos diversos ordenados cronologicamente, tendo ao início de cada ano o Cômputo Eclesiástico ou Calendário Católico.

O exemplar pertencente à Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos/SP, foi cedido  a Novo Milênio para digitalização, em maio de 2010, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, sendo em seguida transferido para o acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos. Assim, Novo Milênio apresenta nestas páginas a primeira edição digital integral da obra (ortografia atualizada nesta transcrição) - páginas 356 a 368 do Tomo II:

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Chronica Geral do Brazil

Alexandre José de Mello Moraes

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Imagem: reprodução parcial da página 356/tomo II da obra

 

1800-1883 

[...]

DCCCI – No dia 9 de abril do mesmo ano falece em Pitangui o coronel Martinho Alves da Silva, com setenta e sete anos, nascido em 11 de novembro de 1769.

No dia 29 de abril de 1846 falece no Rio de Janeiro o conselheiro, barão de Iguarassú, 1º médico da casa imperial, e foi sepultado na igreja da Ordem Terceira do Carmo.

No dia 7 de maio de 1846 falece em Pernambuco o cônego Manoel Ferreira da Assunção.

No dia 17 de maio de 1846 falece o famoso brigadeiro honorário do Exército, Antonio de Souza Lima (conhecido por Lima de Itaparica), que nascera na província do Minho em Portugal, e que relevantes serviços prestou sempre à causa pública do Brasil desde 1822. O brigadeiro Lima nasceu a 15 de agosto de 1792. A sua morte foi geralmente sentida.

No dia 13 de junho do mesmo ano falece na Bahia o dr. em Medicina Antonio Lins Freire de Carvalho.

No dia 25 de maio do mesmo ano falece na cidade da Bahia (N. E.: em Salvador, a capital) o desembargador Joaquim Anselmo Alves Branco.

No dia 23 de junho do mesmo ano falece o conselheiro José Ricardo da Costa Aguiar de Andrada, e foi sepultado na igreja de S. Francisco de Paula. Os ossos do mesmo conselheiro existem em uma urna de mármore, em um quarto, e por detrás do altar-mor da Igreja dos Esmoleres de Jerusalém, na Rua dos Barbonos.

No dia 25 de junho, do mesmo ano, falece João Evangelista de Faria Lobato, senador pela província de Minas Gerais.

No dia 4 de julho, do mesmo ano, falece Francisco Alvares Machado Vasconcellos, deputado pela província de S. Paulo, onde nasceu a 21 de dezembro de 1791.

No dia 27 de julho, do mesmo ano, falece em Pernambuco o cidadão Francisco Xavier da Fonseca Coutinho, na idade de oitenta anos.

No dia 11 de setembro de 1846 morre o senador marquês de Paranaguá, coronel de engenheiros Francisco Villela Barbosa, sendo sepultado em S. Francisco de Paula.

No dia 3 de outubro de 1846 morre de uma tísica pulmonar, no hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, o dr. Antonio Navarro de Abreu, ex-deputado pela província de Mato Grosso, onde nasceu. Era filho do coronel Antonio Navarro de Abreu e de d. Maria Thereza Caldas.

No dia 23 de novembro de 1846 falece em Niterói o senador pela província do Ceará, o honrado Manoel do Nascimento Castro e Silva, sendo sepultado na igreja da Ordem Terceira do Carmo da Corte do Rio de Janeiro.

DCCCII - No dia 30 de abril o ministério Almeida Torres pede demissão.

DCCCIII - No dia 12 de junho de 1846 parte do Rio de Janeiro para o Sul a divisão militar que foi mandada ocupar a banda oriental do Rio da Prata.

DCCCIV - A nova lei de eleições foi sancionada no dia 19 de agosto de 1846.

DCCCV - Cômputo eclesiástico. Áureo número, 5; ciclo solar, 8; epacta, 14; letra dominical, C.

DCCCVI - Martirológio. Dia 1º de janeiro, sexta-feira; Páscoa a 4 de abril; indicação romana, 5; período Juliano, 6.560.

DCCCVII -DCCCVII – O obituário no município neutro neste ano de 1847 foi de cinco mil e oitocentas e sessenta e sete pessoas.

DCCCVIII – No dia 14 de janeiro de 1847 morre o almirante conselheiro Miguel José de Oliveira Pinto.

No dia 15 de fevereiro de 1847 morre o marquês de Baependy, Jacintho Nogueira da Gama, formado em Matemáticas, Filosofia, marechal-de-campo conselheiro de Estado e senador por Minas Gerais.

No dia 27 de março do mesmo ano, morre o marechal-de-campo Duarte Guilherme Corrêa de Mello.

No dia 1º de abril morre o marquês de Lages, tenente-general João Vieira de Carvalho.

DCCCIX – No dia 11 de junho morre, no Rio de Janeiro, o príncipe d. Affonso, filho do sr. d. Pedro II, e é conservado o cadáver em uma capela dos claustros do convento de Santo Antonio.

DCCCX – No dia 26 de junho do mesmo ano de 1847 morre, no Rio de Janeiro, o general barão de Vila Bella, Francisco de Paula Magerri Tavares de Carvalho, e é sepultado na igreja de S. Francisco de Paula.

DCCCXI – No dia 6 de julho do mesmo ano falece em Porto Alegre, onde nasceu a 9 de maio de 174, o visconde de S. Leopoldo, José Feliciano Fernandes Pinheiro, senador do império pela província de S. Paulo.

DCCCXII – No dia 9 de julho de 1847 falece em Pernambucano d. Thomaz de Noronha, bispo resignatário de Olinda.

DCCCXIII – No dia 13 do mesmo mês e ano morre em Pedras Brancas o coronel Bento Gonçalves da Silva.

No dia 9 de outubro do mesmo ano morre o coronel José Soares da Costa Reis.
No dia 21 de dezembro de 1847 morre Patricio José de Almeida e Silva, senador pela província do Maranhão.

DCCCXIV – Por lei provincial n. 239, de 15 de abril de 1847, sancionada pelo presidente da província, Antero José Ferreira de Brito, foi elevada à cidade, com a mesma denominação, a vila de Santo Antonio dos Anjos.

DCCCXV – No dia 21 de maio de 1847, sendo demitido o ministério Holanda Cavalcante, é chamado de novo o conselheiro Alves Branco, que organiza o gabinete.

DCCCXVI – No dia 26 de junho de 1847 manifesta-se amotinado o povo em Pernambuco e vários portugueses são assassinados na cidade do Recife.

DCCCXVII – Por decreto de 17 de julho de 1847 foram anistiados todos os indivíduos comprometidos pelo movimento sedicioso ocorrido no lugar do Exu da província de Pernambuco.

DCCCXVIII – No dia 20 de julho de 1847 foi criado, por decreto imperial, o lugar de presidente de conselho de ministros, sendo nomeado para ele o ministro da Fazenda, Manoel Alves Branco.

DCCCXIX – No dia 5 de agosto de 1847 chega ao Rio de Janeiro lorde Howden, como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário da Grã Bretanha, terceiro enviado neste caráter, tendo sido mal sucedidos Ellis e Hamilton, que o precederam.

DCCCXX – Antonio Borges da Fonseca, redator do periódico Nazareno, foi pelo júri do Recife do mês de agosto condenado a oito anos de prisão, por ter, nas colunas daquele periódico, injuriado a pessoa do imperador, e escrito a favor do desmembramento do império.

DCCCXXI – No dia 8 de agosto de 1847 chega no Rio de Janeiro mr. Todd, como ministro dos Estados Unidos da América, em substituição de mr. Wise.

DCCCXXII – No dia 14 de setembro de 1847 instala-se o Banco Comercial do Pará, e são eleitos presidente o dr. João Maria de Moraes; e secretários, dr. Francisco da Silva Castro e José Pinto de Araujo; e para diretores do mesmo banco José Paes de Souza, Francisco Gaudencio da Costa, Antonio José de Miranda, Vicente Rodrigues, Luiz de La Roque, Joaquim Antonio Alves e Francisco Antonio Gregorio.

DCCCXXIII – No ano de 1847 se manifesta um mal epidêmico que no Rio de Janeiro lhe deram o nome de Polka, em virtude de uma bonita e muito da moda que na Corte existia. Esta enfermidade atacava as entranhas e as articulações e não foi muito mortífera. Na Bahia chamaram rabo aberto, em consequência da grande quantidade deste pescado que apareceu no mercado.

DCCCXXIV – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 6; ciclo solar, 9; epacta, 25; letra dominical, B A.

DCCCXXV – Martirológio. Dia 1º de janeiro, sábado; Páscoa a 23 de abril; indicação romana, 6; período Juliano, 6.561.

DCCCXXVI – Em 1848 apareceu um cometa esplêndido, de cabeleira, idêntico aos de 1246 e 1337.

DCCCXXVII – No dia 18 de abril de 1848 morre no Rio de Janeiro Saturnino de Souza e Oliveira, senador.

No dia 30 de julho do mesmo ano falece em Porto Alegre Antonio Manoel Corrêa da Camara, nascido em fins do século passado (N. E.: portanto, século XVIII), na cidade do Rio Pardo, sendo seu pai o visconde de Pelotas, Patricio José Corrêa da Camara.

No dia 17 de julho de 1848 falece no Rio de Janeiro o conselheiro capitão-mor José Joaquim da Rocha, um dos que promoveu a separação política do Brasil em 1822. Nasceu em 19 de outubro de 1777.

No dia 29 de julho de 1848 morre na cidade da Bahia o visconde de Pirajá, coronel Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, descendente da célebre d. Catharina Paraguassú, e de Diogo Alvaro Corrêa, e um dos beneméritos da independência do Brasil.

No dia 16 de setembro de 1848 falece, com setenta e cinco anos, o marquês de Maricá, Marianno José Pereira da Fonseca, senador pela província do Rio de Janeiro.

No dia 25 de setembro de 1848 morre em Pernambuco o marquês do Recife.

No dia 25 de setembro de 1848 falece em S. Paulo José de Mello de Azevedo e Brito, senador pela província do Rio Grande do Norte.

DCCCXXVIII – O Tribunal do Juri, em sessão do dia 9 de outubro de 1848, condena a galés perpétuas a Francisco José Pereira Lisboa, hóspede do dr. José Luiz da Costa, a quem tentou assassinar na madrugada do dia 15 de abril do mesmo ano. Foram tantos os golpes que esse celerado deu no médico, que, escapando milagrosamente, ficou aleijado das mãos.

DCCCXXIX – Os dois partidos Praeiro e Guabiru, em Pernambuco, em franca hostilidade, vão às armas, e no dia 7 de novembro de 1848 rompe a rebelião em Pernambuco. Os rebeldes tomam no dia 12 de novembro a vila de Nazareth; no dia 14 há combate em Mussupinho; no dia 21 os rebeldes atacam em Beberibe; no dia 18 os rebeldes são desalojados da vila de Nazareth; no dia 30 entram em combate em Maricola; no dia 8 de dezembro batem-se denodadamente no Pocinho; no dia 10 dão combate em Catucá; no dia 13 os rebeldes ocupam Goyanna; no dia 20 entram em combate em Cruangi; no dia 22 batem-se no engenho Almacega; no dia 28 de dezembro o general José Joaquim Coelho, com as forças de seu comando, sai de Nazareth para atacar os rebeldes acampados no Pasmado.

DCCCXXX – O desembargador Joaquim Nunes Machado, à frente de uma força de combatentes, foi morto no ataque do dia 2 de fevereiro de 1849 por uma companhia de artilharia, sendo o seu cadáver posto no mesmo lugar onde havia ele e seus colegas depositado o cadáver do infeliz Camillo, que em pequena distância tinha sido assassinado.

Findas as desordens de 1831 em Pernambuco, os estudantes do curso jurídico de Olinda, procurando os soldados implicados na revolta e que se haviam ocultado, encontraram e prenderam o de sobrenome Camillo, o qual escoltaram de Olinda para a capital do Recife, cuja escolta se compunha dos acadêmicos Joaquim Nunes Machado, Francisco de Arruda Camara, Joaquim Franco de Sá, Francisco de Souza Martins, e outro, e em caminho assassinaram o preso, traspassando-o com três balas, e depositaram o cadáver atrás da porta da sacristia da capela de Nossa Senhora da Solidade, e foram dar parte ao presidente da província, que era o desembargador Joaquim José Pinheiro de Vasconcellos, hoje visconde de Montserrate, que a morte do soldado fora ocasionada por haver ele tenazmente resistido.

DCCCXXXI – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 7; ciclo solar, 10; epacta, 6; letra dominical, G.

DCCCXXXII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, segunda-feira; Páscoa a 8 de abril; indicação romana, 7; período Juliano, 6.562.

DCCCXXXIII – O obituário do município neutro neste ano de 1849 foi de seis mil, seiscentas e cinquenta e uma pessoas.

DCCCXXXIV – No dia 6 de abril de 1849 falece em Pernambuco o desembargador Joaquim Ayres de Almeida Freitas.

Na quinta-feira, 30 de agosto de 1849, falece o segundo conde do Rio Pardo, marechal Thomaz Antonio de Almeida Pereira Valente, e é sepultado no convento de Santo Antonio do Rio de Janeiro.

Na sexta-feira, 28 de setembro, pela madrugada, falece de uma apoplexia fulminante o coronel de milícias Honorio José Teixeira, que muito trabalhou pela emancipação política do Brasil.

DCCCXXXV – Na terça-feira, 25 de setembro de 1849, foi executada a pena de morte no famoso salteador Lucas, escravo do padre José Alves, na vila, depois cidade, da Feira de Santa Anna. Este facinoroso salteador, que por quase vinte anos, com tanta audácia, havia cometido os mais horrendos crimes, mostrou ao avistar o patíbulo a mais inesperada covardia.

DCCCXXXVI – Na quarta-feira, 5 de setembro de 1849, na província da Paraíba do Norte, foi assassinado, ao sair do colégio eleitoral, o dr. Trajano Alipio de Hollanda Chacon, candidato à Assembleia Geral.

DCCCXXXV – Na sexta-feira, 2 de novembro de 1849, morre o vice-almirante Theodoro de Beaurepaire, e é sepultado em S. Francisco de Paulo.

No dia 15 de novembro de 1849 falece na sua fazenda do Bom Jardim o marquês de Queixaramobim (N. E.: SIC – Quixeramobim), Pedro Dias Paes Leme.

DCCCXXXVIII – Os rebeldes de Pernambuco, na sexta-feira, 2 de fevereiro, atacam a cidade do Recife, e é ferido e morto o desembargador Joaquim Nunes Machado.

DCCCXXXIX – No dia 19 de fevereiro de 1849 é dissolvida a Assembleia Geral Legislativa.

DCCCXL – No domingo, 1º de julho de 1849, teve lugar a bênção do novo templo de Nossa Senhora da Lapa do Desterro, e convento dos religiosos de Nossa Senhora do Monte do Carmo, e a trasladação das sagradas imagens em solene procissão. Haia vinte e cinco anos que se começara a reedificação da igreja de Nossa Senhora da Lapa do Desterro, fundada pelo missionário padre Angelo de Siqueira no dia 8 de janeiro de 1751, em terrenos doados em 1750, livre de foro e pensão, pelo capitão Antonio Rebello Pereira, dono da grande chácara das Mangueiras; que passou logo depois ao conde de Bobadella, que a doou às freiras do Desterro.

DCCCXLI – Na quarta-feira, 8 de agosto de 1849, deu-se a explosão na fábrica da pólvora da Estrella, junto à serra do mesmo nome, na baía do Rio de Janeiro e embocadura do Rio Inhomirim, morrendo queimadas várias pessoas.

DCCCXLII – Na terça-feira, 4 de dezembro de 1849, pelas cinco horas da tarde, desfechou sobre a cidade do Rio de Janeiro um medonho vendaval de NO, acompanhado de muita saraiva, e de chuva tão grossa que inundou as ruas em menos de dez minutos. Havia muitos anos que não acontecia uma tormenta igual. O vento, apesar de curta duração, causou muitas ruínas, não só na cidade como nos subúrbios dela.

DCCCXLIII – Número dos bacharéis formados pelo curso jurídico de S. Paulo:

Ano     Ano  
1831 6 1841 9
1832 35 1842 6
1833 57 1843 13
1834 78 1844 10
1835 41 1845 15
1836 36 1846 11
1837 33 1847 9
1838 21 1848 25
1839 16 1849 14
1840 8 1850 29
N.E.: no original, os anos aparecem fora de ordem 1851 80

DCCXLIV – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 8; ciclo solar, 11; epacta, 17; letra dominical, F.

DCCCXLV – Martirológio. Dia 1º de janeiro, terça-feira; Páscoa a 31 de março; indicação romana, 8; período Juliano, 6.563.

DCCCXLVI – Em agosto e setembro de 1850 apareceram na Bahia os primeiros casos de febre amarela, que não foram discriminados pelos médicos. Apesar das reuniões feitas em palácio, não concordavam na natureza do mal que devastava a população. Nas polêmicas que eu sustentava em favor dos resultados práticos do sistema homeopático provei que o mal que devastava a Bahia era a febre amarela, e foi então em janeiro de 1850 que os médicos concordaram ser esse mal que dizimava a população, a febre amarela importada por um navio que tinha chegado àquela cidade. O leitor pode certificar-se de todas as circunstâncias no que escrevi e publiquei no Correio Mercantil, e Medico do Povo da Bahia, cujas coleções estão depositadas na Biblioteca Pública do Rio de Janeiro.

Em fins de janeiro de 1850 a epidemia da febre amarela começou a desenvolver-se no Rio de Janeiro.

A mortalidade no Rio de Janeiro, de fevereiro a abril, foi de cinco mil, setecentas e noventa e oito pessoas, das quais três mil, trezentas e quinze faleceram de febre amarela.

DCCCXLVII – Na terça-feira, 15 de janeiro de 1850, falece, na Bahia, o visconde do Rio Vermelho, Manoel Ignacio da Cunha Menezes, senador do Império pela mesma província.

No dia 14 de março do mesmo ano, falece o deputado dr. João José de Moura Magalhães.

No dia 15 do mesmo mês e ano falece, repentinamente, no Rio Grande do Norte, o dr. José Pereira de Araujo Neves, presidente da província.

Na sexta-feira, 1º de março de 1850, falece, no Rio de Janeiro, Augusto Henrique Victor Grangean, lente da Academia de Bellas Artes, e arquiteto de grande nomeada.

No dia 18 de março falece José Thomaz Nabuco de Araujo, senador pela província do Espírito Santo.

No dia 21 de março, falece o comendador Manoel Antonio Galvão, senador pela província da Bahia.

No dia 10 de março do mesmo ano falece, na Bahia, o ilustrado cura da Sé Vicente Maria da Silva.

No dia 4 de abril falece Francisco de Assis Peixoto Gomide, deputado por S. Paulo.

No dia 7 de abril do mesmo ano falece em Pernambuco o reverendo bispo do Maranhão.

Na quarta-feira, 10 de abril de 1850, falece, no Rio de Janeiro, d. frei Antonio da Arrabida, bispo de Anemuria, mestre do imperador d. Pedro I, e a quem o Brasil deve a publicação da Flora Brazileira, do célebre franciscano frei José Marianno da Conceição Velloso.

Na quinta-feira, 25 de abril de 1850, falece o visconde de Macaé, José Carlos de Almeida Torres, senador pela província da Bahia.

Na quarta-feira, 1º de maio do mesmo ano, falece Bernardo Pereira de Vasconcellos, senador pela província de Minas Gerais.

Na segunda-feira, 6 de maio de 1850, falece o chefe de divisão João Francisco Regis.

No domingo, 19 de maio do mesmo ano, falece na vila de Iguassú o camarista imperial conselheiro João José de Andrade Pinto.

Na sexta-feira, 24 de mai do mesmo ano, falece na Bahia o barão de Maragogipe.

Na sexta-feira, 28 de junho do mesmo ano, falece o chefe de divisão Jacintho Roque de Senna Pereira.

No sábado, 16 de novembro de 1850, falece o barão de Guapimirim.

No dia 9 de dezembro de 1850 falece, no Rio de Janeiro, o dr. Francisco Julio Xavier, distinto professor da Academia de Medicina da Corte.

DCCCXLVIII – Em março de 1850 o governo imperial toma todas as medidas necessárias para pôr termo aos enterramentos nas igrejas. O Campo Santo e o novo cemitério de S. Francisco de Paula, bento no dia 19 do mesmo mês, passaram a inumar os cadáveres dos falecidos na cidade do Rio de Janeiro.

DCCCXLIX – Por decreto de 30 de agosto, sexta-feira, foi aumentada a representação nacional, concedendo-se mais deputação às províncias do Maranhão, Rio Grande do Norte e Mato Grosso.

DCCCL – Por decreto de 5 de setembro, quinta-feira, de 1850, é desmembrado do Pará o Alto Amazonas, e elevado à categoria de província, ficando a povoação de Manaus capital da província.

[...]