CDI –
Cômputo eclesiástico. Epacta, 15; letra dominical, F.
CDII - Martirológio. Páscoa a 31
de março.
CDIII – Francisco da Cunha Menezes, que havia sido
nomeado governador e capitão general para S. Paulo, toma posse da administração da capitania no dia 16 de março de 1782, e governa seis anos, dois
meses e vinte dias.
CDIV – Cômputo eclesiástico. Epacta, 26; letra
dominical E.
CDV – Martirológio. Páscoa a 20 de abril.
CDVI – Decreto de 23 de maio de 1783. "D.
Maria, por graça de Deus etc. Faço saber a vós ouvidor nomeado para a capitania do Piauí, e era vossa falta ao impedimento a vós ouvidor geral da
capitania do Pará, que eu fui servida por meu real decreto de data de 7 do corrente, atendendo a alguns justos motivos que me foram presentes, dar
por acabado ao bacharel Julião Francisco da Silva Siqueira Monclaro o lugar que atualmente servia de ouvidor da capitania do Maranhão, e que fosse
suspenso dele, embarcando no primeiro navio que houver para este reino; pelo que se vos ordena, como por este faço, suspendais do referido lugar
ao dito bacharel Julião Francisco, e lhe tireis residência de todo o tempo que serviu no dito lugar, e dos mais cargos que tiver servido, e a seus
oficiais na forma da ordenação e regimento,perguntando na dita residência se este ministro comerciou contra a disposição da minha lei de 9 de
agosto de 1720, e alvará de 27 de março de 1721; e outrossim se vos ordena que separadamente tireis residência ao dito bacharel de todo o tempo
que serviu o cargo de provedor das fazendas dos defuntos e ausentes, e a seus oficiais, pelos capítulos que com esta se vos remetem, vindas da
mesa da consciência e ordens na conformidade da minha resolução de 4 de dezembro de 1750; tomada em consulta do meu conselho ultramarino, como
declaração, que no interrogatório n. 12 quanto aos provedores se deve entender nos termos da minha resolução de 10 de junho de 1744, expressada na
ordem de 9 de dezembro do dito ano, escrita ao governador de Pernambuco, de que também se vos remete cópia; e nomeareis para escrivão e meirinho
as pessoas que vos parecerem mais aptas para estes empregos; e tanto que as ditas residências forem acabadas m'as enviareis separadas uma da outra
as informações e antes delas, cerradas e lacradas ao meu conselho ultramarino, expressando nas vossas cartas o que constar em cada uma das tais
residências e de como o dito bacharel Julião Francisco da Silva Siqueira Monclaro me serviu nos ditos lugares, como o mais que achares na
informação particular, que também haveis de tirar de seu talento, vida e costumes, se foi de acolhimento às partes, o que tudo será
entregue ao secretário do dito conselho.
"A rainha nossa senhora o mandou pelos conselheiros do seu conselho ultramarino
abaixo assinados. – Matheus Rodrigues Vianna o fez em Lisboa a 23 de maio de 1783. – O secretário Joaquim Miguel Lopes de Lavre, a fez escrever. –
Diogo Rangel de Almeida Castello Branco. – José Carvalho de Andrade".
CDVII – O hospital de S. Cristovão dos Lazaros da
Bahia foi fundado por d. Rodrigo José de Menezes, tendo princípio no dia 4 de dezembro de 1784 e concluído a 21 de agosto de 1787, e entraram os
enfermos no dia 27 do mesmo ano.
Este hospital está situado na fazenda da Quinta dos Jesuítas. Esta fazenda foi
arrematada em praça pública à Fazenda Real por dois contos e oitocentos mil réis em 28 de maio de 1762, por Domingos Rodrigues Junqueira, como
procurador de João Rodrigues Pereira, e foi comprada por seis contos e duzentos mil réis. Era uma grande fazenda com casa de vivenda, riquíssimo
oratório, igreja de S. Lázaro, brejos, arvoredos e a fazenda mesmo, dando dois mil cruzados e aos cinco restantes em dois anos ou pagamentos
iguais.
Foi mandada desapropriar em 4 de novembro de 1784, e avaliada em 5 do mesmo
ano, cuja propriedade pertencia a d. Anna Maria do Sacramento,viúva do tenente João Rodrigues, avaliada em seis contos e duzentos mil réis,
desapropriada em 26 de novembro de 1784 e tomada posse por auto de 27 de novembro do mesmo ano.
CDVIII – Cômputo eclesiástico. Epacta, 7; letra
dominical D C.
CDIX – Martirológio. Dia 1º de janeiro, quinta-feira;
Páscoa a 11 de abril.
CDX – No dia 14 de janeiro de 1784 falece d. Thomaz da
Encarnação Costa Lima, bispo de Olinda, natural da cidade da Bahia, confirmado por Clemente XIV em 18 de abril de 1774.
CDXI – Na segunda-feira, 9 de agosto de 1784, nasce no
Rio de Janeiro o muito ilustrado e eloquente orador sagrado padre-mestre fr. Francisco de Mont'Alverne.
CDXII – Cômputo eclesiástico. Epacta, 18; letra
dominical B.
CDXIII – Martirológio. Páscoa a 27 de março.
CDXIV – Na sexta-feira, 7 de janeiro de 1785, os
portugueses reivindicam as glórias da invenção das máquinas aerostáticas para o célebre brasileiro padre jesuíta Bartholomeu Lourenço de Gusmão,
natural da vila de Santos, capitania de S. Paulo, que fez as primeiras experiências em 1726, e irmão do não mesmo célebre Alexandre de Gusmão. Ao
padre Bartholomeu de Gusmão, os seus contemporâneos lhe deram o apelido de Voador.
O padre Bartholomeu Lourenço de Gusmão deixou um escrito impresso em 1774, com
o desenho da sua máquina gravado em chapa de cobre. Os franceses, invejosos das glórias de Portugal, deram a descoberta do aerostático a
Montgolfier, que fez o primeiro ensaio em Aunomay, em 5 de junho de 1783, e a primeira experiência pública, em Paris, em 27 de agosto do mesmo
ano.
CDXV – Cômputo eclesiástico. Epacta, 30; letra
dominical A.
CDXVI – Martirológio. Páscoa a 16 de abril.
CDXVII – O major de artilharia José Pereira Pinto, no
dia 7 de junho de 1786, por nomeação do vice-rei do Estado, toma posse interinamente do governo da capitania de Santa Catarina, em cuja
administração esteve até 17 de janeiro de 1791. Foi durante o governo de Pereira Pinto que prosperou a agricultura e principalmente a do café.
CDXVIII – Cômputo eclesiástico. Epacta, 11; letra
dominical G.
CDXIX – Martirológio. Páscoa a 8 de abril.
CDXX – Cômputo eclesiástico. Epaca, 22; letra
dominical F E.
CDXXI – Martirológio. Dia 1º de janeiro, terça-feira.
CDXXII – Dom Bernardo
José de Lorena, nomeado governador de S. Paulo, toma posse da administração no dia 5 de junho de 1788, e governa a capitania nove anos e vinte
três dias.
CDXXIII – No dia 31 de julho de 1788 foi criada a vila
do Príncipe da província do Rio Grande do Norte, tendo por distrito a mesma que era da freguesia.
CDXXIV – O coronel Francisco Antonio da Veiga Cabral
da Camara, em nome do governo da rainha de Portugal, na segunda-feira, 4 de agosto de 1788, toma posse da Ilha de Santa Catarina, evacuada
conforme as condições estipuladas na capitulação.
CDXXV – Cômputo eclesiástico. Ciclo solar, 3; letra
dominical D.
CDXXVI – Martirológio. Páscoa a 12 de abril.
CDXXVII – O vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza,
pela ordem de 9 de junho de 1789, erige em vila a povoação de Magé, do Rio de Janeiro, a qual foi instalada no dia 12 do mesmo mês; e elevada a
cidade pela lei provincial n. 965 de 2 de outubro de 1857.
Uma pequena capela edificada pelos anos de 1569 sobre o monte da Piedade pelo
sargento-mor João Antas, na sesmaria que lhe fora concedida em 7 de setembro, que era vista do mar, foi a origem da freguesia de Magé, a qual por
consentimento do seu fundador passou a capela curada, em 12 de janeiro de 1696 elevada a freguesia.
Mais tarde, em 1747, edificou-se nova igreja, na distância de uma légua da
primitiva, e para esta foi transferida a sede da freguesia.
CDXXVIII – A Luiz de Vasconcellos e Souza sucedeu o
conde de Rezende no dia 9 de julho de 1790, sendo a primeira calamidade que experimentou a cidade do Rio de Janeiro o incêndio da propriedade onde
funcionava o senado e a Câmara (Arco do Telles), no dia 20 de julho de 1790, onze dias após a chegada do vice-rei conde de Rezende, em cujo
incêndio foi devorado o arquivo antigo do senado da Câmara.
As fortificações da barra mereceram-lhe particular cuidado, não por interesse
da segurança pública, mas como meio de obter dinheiro. Mandou acrescentar a fortaleza de Santa Cruz com vinte e nove peças, e colocá-las em lugar
conveniente e fazer alguns reparos. Mandando fazer as obras públicas por conta da Fazenda Real, obrigava os particulares a dar seus escravos para
serventes, para ele ficar com a importância dos salários.
Pelas praias da cidade e seu interior fez levantar vários fortes construídos de
faxina, e as patentes que dava aos comandantes eram-lhes pagas pela quantia de quatrocentos mil réis cada uma, cuja importância militar terminou
com o desaparecimento dele da governança da capitania.
Projetou construir um cais na praia de d. Manuel e aterrar os campos de
Sant'Anna e da Lampadosa, que não deu resultado apesar da despesa que fez e terem para elas concorrido, com avultadas quantias e serviços dos
escravos, muitos moradores da cidade.
Mandou abobadar o encanamento das ruas do Cano e da Valla, que não excedeu a
Rua do Ouvidor para a do rosário.
Mandou construir o chafariz do Largo de Moura em proveito da tropa ali
aquartelada.
Estabeleceu a iluminação das ruas principais.
Aumentou o palácio dos vice-reis, continuando as acomodações no segundo andar.
Em 1797, mandou construir a fragata Princeza do Brazil, que estando
pronta de tudo, mandou para Lisboa, protegendo os navios mercantes que partiram para Portugal.
Mandou consertar a igreja de S. Sebastião, sacristia e casas anexas, como
produto das esmolas dadas pelo povo.
Empenhou-se pela limpeza das ruas e asseio das casas em benefício da saúde
pública, e para isso obrigou o senado da Câmara para este fim.
Caráter do conde de Rezende – Era mau e vingativo; e contam dele muitos casos
de judiaria e entre eles o seguinte: sabendo que um indivíduo sofria muito de humor, o mandou convidar para o ouvir sobre um assunto, mandando de
antemão pôr um braseiro por baixo da cadeira; logo depois que o sujeito assentou-se, com o forte calor que lhe vinha do assento, começou a pular
em virtude do grande incômodo, e ele, para judiar, sorrindo, o obrigava a conservar-se no mesmo lugar até que se lastimou.
Para melhor se conhecer quem foi o conde de Rezende, podeis
ver a carta atribuída ao dr. Manoel Ignacio de Alvarenga, uma das vítimas da inconfidência, carta publicada no n. 51 do primeiro ano do meu
Brazil Historico de 1864. [2].
CDXXIX – A 27 de novembro de 1790 morre no Rio de
Janeiro o cirurgião-mor do regimento de Maura, Antonio José Pinto.
CDXXX – A 14 de agosto de 1790 nasce em Pernambuco o
barão de Iguarassú (dr. Peixoto).
CDXXXI – Em 22 de setembro de 1790, quarta-feira,
nasce Antonio Telles da Silva Caminha de Menezes, marquês de Rezende, filho de Fernando Telles, tenente general e capitão general da Bahia, e
vice-rei do Brasil no Rio de Janeiro.
CDXXXII – Cômputo eclesiástico. Áureo número 5; ciclo
solar 7; epacta 14; letra dominical C.
CDXXXIII – Martirológio. Dia 1º de janeiro,
sexta-feira; Páscoa a 4 de abril.
CDXXXIV – Fastos astronômicos: neste ano apareceu um
cometa.
CDXXXV – D. João de Castro, conde de Rezende, na
quarta-feira 9 de junho de 1790, toma posse do vice-reinado do Brasil, e governou onze anos, quatro meses e cinco dias, deixando o governo a 14 de
outubro de 1801, e falecendo a 28 de março de 1819.
CDXXXVI – D. Thomaz José de Mello, que tomou posse em
janeiro de 1783, mandou fazer a casa dos expostos e um hospital para lázaros, secar e entulhar o alagadiço conhecido pelo nome de Afogados,
que ficava ao pé da cidade; mandou empedrar as ruas arenosas e foram traçados os arcos das pontes e a Praça do Polé. Deu providências em favor do
povo por ocasião da seca que durou três anos, mandando vir para o Recife os mantimentos e provisões de que se necessitava.
CDXXXVII – Por patente régia, o brigadeiro Manoel
Soares Coimbra toma posse do governo da capitania de Santa Catarina, no dia 17 de janeiro de 1791.
CDXXXVIII – Cômputo eclesiástico. Epacta, 25; letra
dominical, B.
CDXXXIX – Martirológio. Páscoa a 24 de abril.
CDXL – Em 1792 houve tão grande seca no Ceará, a maior
enchente de que havia memória do Rio S. Francisco, sendo tão demorada que matou a vegetação do Chique-Chique, doze léguas abaixo da Vila da Barra.
Em 1825 outra seca no Ceará, que foi maior que a de 1792, estendendo-se mais
sobre o Norte do Piauí, dando motivo a grande emigração do Ceará.
CDXLI – Cômputo eclesiástico. Epacta, 6; letra
dominical, A G.
CDXLII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, domingo;
Páscoa a 8 de abril.
CDXLIII – Fastos astronômicos: neste ano de 1792 é
visto um cometa.
CDXLIV – Em fevereiro de 1792 o Rio Paraguassú, na
Bahia, encheu de tal modo que, invadindo as ruas da vila da Cachoeira, hoje cidade, andava-se por elas em canoas, chegando as águas até o
altar-mor da igreja do convento do Carmo.
CDXLV – Execução do
Tira-Dentes, no sábado 21 de abril de 1792.
CDXLVI – O tenente-coronel João Alberto de Miranda
Ribeiro, por nomeação do vice-rei, conde de Rezende, toma posse no dia 8 de julho de 1793 do governo interino da capitania de Santa Catarina. Este
governador cuidou da segurança da capitania, e desenvolveu a sociabilidade do povo. Faleceu na vila do Desterro no dia 19 de janeiro de 1800, com
geral sentimento da população.
CDXLVII – No sábado 7 de dezembro de 1793, por
escritura pública, Antonio Gomes Quaresma, e sua mulher Maria Leite da Fonseca, moradores no lugar da Volta d'Água das Alagoas, fazem doação, para
patrimônio da capela de Santa Rita, novamente ereta nesse lugar, de três quartos de légua e setenta e quatro pés de coqueiros, no valor de cento e
vinte e cinco mil réis, terras que houveram por herança de seu avô José Gomes Quaresma.
CDXLVIII – Cômputo eclesiástico. Epacta, 9; letra
dominical D.
CDXLIX – Martirológio. Páscoa a 5 de abril.
CDL – Na sexta-feira, 31 de julho, falece em Lisboa o
famoso poeta brasileiro José Bazilio da Gama, tão conhecido e apreciado pelo seu belo poema Uruguay.
[...]
[2]
Vide o n. 1º o Brazil Reino e Brazil Imperio o que praticou ele com o major Botelho.